Rogério Correia falou sobre os preços da gasolina nos últimos anos
O aumento da energia elétrica foi abordado por Elismar Prado
A paralisação dos caminhoneiros foi tema do pronunciamento de Carlos Pimenta
O pronunciamento do deputado João Leite foi sobre a ação da Polícia Civil no Estado
Sargento Rodrigues fez críticas à falta de recursos para custeio e investimentos na polícia
PL que pretendia privatizar a Usina Hidrelétrica de Furnas foi abordado por Emidinho Madeira

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 23/5/18

Preços da gasolina e da energia elétrica, além da paralisação dos caminhoneiros, foram alguns dos assuntos abordados.

23/05/2018 - 17:53

Gasolina
O deputado Rogério Correia (PT) avaliou que o “golpe”, como ele se referiu ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), fazia parte de uma série de acordos e ações liderados pelos Estados Unidos para desestabilizar os países do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). No Brasil, essas ações estariam resultando também nos aumentos consecutivos do preço da gasolina. Ele salientou que nos cinco últimos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), esse preço sofreu aumentos de 170%, enquanto nos 12 anos das administrações de Lula e Dilma, ambos do PT, houve controle da inflação de forma que a variação foi de apenas 28%. Em dois anos de governo Temer (PMDB), a elevação dos valores já teria alcançado 69%. O parlamentar citou também propostas de privatização em outras áreas, como energia elétrica e uso da água. “Nós avisamos. Inflingir ao povo um governo autoritário e eivado de corruptos que chegaram ao Poder por um golpe não fará do Brasil um País melhor”, disse. Ele também manifestou seu apoio à paralisação dos caminhoneiros.

Energia elétrica
O preço da energia elétrica foi o assunto tratado pelo deputado Elismar Prado (Pros). Ele ressaltou que foi feita uma ampla mobilização contra a proposta, mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou esta semana um aumento médio de 23%. Para os usuários residenciais, a elevação será de 18% e, para as indústrias, de 35%. “Isso é cruel, é ilegal, é injusto. Vai piorar muito as condições de vida do povo”, disse. Ele elogiou a atuação do deputado federal Weliton Prado (Pros), que foi, segundo ele, o único parlamentar presente na reunião da Aneel e divulgou nota em que se disse indignado com a decisão. O Tribunal de Contas de Minas Gerais teria, segundo Elismar Prado, aberto processo para apurar bandeiras tarifárias e indicadores de qualidade do fornecimento de energia a partir da atuação do colega do Congresso Nacional. Por fim, o deputado prestou solidariedade aos alunos do campus de Ituiutaba (Triângulo) da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), que estariam em greve para protestar contra o sucateamento da instituição.

Caminhoneiros
A ressalva de que a Aneel autorizou o aumento da energia elétrica, mas cabe à concessionária Cemig acatá-lo ou não foi feita pelo deputado Carlos Pimenta (PDT). Ele também falou da paralisação dos caminhoneiros e da consequente crise de desabastecimento. O parlamentar considerou legítimo o movimento e disse que o governo Temer agiu com desrespeito ao autorizar para hoje (23) o sexto aumento consecutivo sem considerar a manifestação dos caminhoneiros, que já chega ao terceiro dia. “Termino dizendo que essa paralisação vai atrapalhar o dia a dia da população, mas é legítimo porque defende exatamente os interesses da comunidade”, disse. Em aparte, o deputado Paulo Guedes (PT) ressaltou que os mais pobres são os mais atingidos com os aumentos dos preços. Em outro aparte, o deputado Gustavo Valadares (PSDB) prestou solidariedade ao prefeito de Moema (Centro-Oeste), Julvan Lacerda, que também é presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM). Ele está sendo investigado pela Polícia Civil por fraude em licitações, mas o parlamentar disse que a operação é um “uso politico” da corporação pelo governador Fernando Pimentel.

Polícia política
Ao falar da ação da Polícia Civil em Moema (Centro-Oeste), com vistas a investigar ações do prefeito Julvan Lacerda, o deputado João Leite (PSDB) comparou as corporações policiais mineiras à Gestapo, polícia alemã do governo de Hitler. “A polícia está trabalhando para o PT para desmobilizar os prefeitos mineiros”, disse. Segundo ele, o governador estaria usando as corporações para tirar a credibilidade de rivais. Ainda segundo o parlamentar, policiais teriam ido até a casa da sua tia de 82 anos para interrogá-la e produzir documentos para notícias falsas a serem divulgadas no período eleitoral. Em aparte, o deputado Sargento Rodrigues (PTB) ratificou que a polícia tem sido usada de forma política e disse que tem sofrido ameaças e, mesmo assim, o comando da Polícia Militar negou a ele uma escolta. Em outro aparte, o deputado Durval Ângelo (PT) afirmou que, ao contrário do que acontecia em governos anteriores, a polícia tem autonomia e o governador não tem ciência de tudo que acontece nas corporações. Ele também se pronunciou contrariamente à prisão de Eduardo Azeredo por acreditar que ninguém deve ser preso antes do trânsito em julgado.

Caixa 2
Depois de elogiar comandos anteriores da Polícia Militar, o deputado Sargento Rodrigues (PTB) criticou o comandante atual. Ele também ironizou a fala de Durval Ângelo (PT) e disse que de nada adianta autonomia para a polícia sem custeio e investimentos. Segundo ele, os policiais estariam sem reposição salarial há quatro anos e sem condições de trabalho. O parlamentar também leu trechos de denúncia contra o governador Fernando Pimentel, relativa a caixa 2 em campanha eleitoral. Na leitura, ressaltou o uso de laranjas e de dinheiro guardado em uma quitinete em Brasília alugada para abrigar o dinheiro conseguido de forma ilícita. Em aparte, o deputado Gustavo Corrêa (DEM) afirmou que o Poder Executivo teria divulgado edital cultural a ser conduzido por nova empresa pública resultante de desmembramento da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). Porém, a nova formatação da empresa ainda não teria sido aprovada pela ALMG. O deputado Arlen Santiago (PTB) também pediu aparte e comparou o que os parlamentares antes dele chamaram de uso político da polícia mineira com atos do comandante da ex-União Soviética, Josef Stalin.

Furnas
A retirada da pauta do Congresso Nacional de projeto que pretendia privatizar a Usina Hidrelétrica de Furnas foi abordada pelo deputado Emidinho Madeira (PSB). Ele agradeceu aos parlamentares que mineiros que, com ele, fundaram a Frente Parlamentar em Defesa de Furnas e se disse confiante de que a proposta de privatização não sairá do papel. Segundo ele, todos os esforços se justificam em defesa da empresa, motivo pelo qual ele tem participado de diversas mobilizações em protesto, algumas delas fora do Estado. O deputado também prestou solidariedade aos caminhoneiros que estão paralisados em protesto contra recentes aumentos de combustíveis. Apesar de apoiar o movimento, ele pediu que os envolvidos avaliassem a situação dos agricultores familiares, em especial os produtores de leite, que estão perdendo seus produtos. “Quem tira leite hoje, não está ganhando quase nada, igualzinho aos caminhoneiros”, disse. Em aparte, o deputado Arlen Santiago (PTB) disse que, para ajudar de fato os produtores de leite, é preciso reduzir o ICMS da energia elétrica.

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.