Lixo tóxico
A possibilidade de Minas passar a receber lixo tóxico de outros estados levou a deputada Ione Pinheiro (DEM) à tribuna. Segundo ela, o Conselho de Política Ambiental (Copam) está regulamentando o artigo 12 da Lei 13.796, de 2000, e liberando, por exemplo, o Pentaclorofenato de Sódio ou “pó da China”. A parlamentar já havia denunciado a ameaça de remessa dessa substância, fabricada pela Rhodia em Cubatão (SP), para Sarzedo, na RMBH. Ione pediu apoio dos colegas para barrar a liberação do Copam e também apresentou projeto dando nova redação ao artigo 12 para vetar a entrada desses produtos no Estado. Em aparte, João Leite (PSDB), autor do projeto que gerou a Lei 13.796, lembrou os danos do lixo tóxico em São Gonçalo do Pará (Centro-Oeste). Já Durval Ângelo (PT) pediu rapidez na tramitação do projeto de Ione Pinheiro. A parlamentar criticou, ainda, reportagens recentes que, segundo ela, denegriram a imagem das mulheres de Ibirité (RMBH), apontadas como infiéis.

Farsa
O governo de Fernando Pimentel (PT) foi apontado pelo deputado Gustavo Corrêa (DEM) como “a maior farsa da história de Minas”. O parlamentar citou promessas de campanha do governador de pagar o piso nacional da educação, de reduzir o preço da energia elétrica e de não aumentar impostos. “O que vemos é totalmente diferente. Ele não tem cumprido sequer com as responsabilidades constitucionais”, contrapôs, fazendo menção ao escalonamento de salários dos servidores e ao não repasse de verbas aos municípios, dívida que já estaria em R$ 5,6 bilhões. Gustavo Corrêa citou, ainda, a decisão do governo de não pagar servidores até a verificação de lista com duplicidade de cargos feita pelo Tribunal de Contas. “O TCE não determinou isso”, esclareceu. Por fim, ele criticou a candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado por Minas e salientou que os mineiros não vão se deixar enganar. “O recado será dado nas urnas. A farsa tem hora para acabar”, afirmou.

Críticas
O deputado João Leite (PSDB) também fez críticas ao governador Fernando Pimentel pela ameaça de não pagar 96 mil servidores que acumulam cargos no Estado, segundo lista do Tribunal de Contas. Segundo ele, o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, tem seis vencimentos, todos em dia. O parlamentar também citou a arrecadação de R$ 21 bilhões em Minas no primeiro trimestre deste ano e questionou o paradeiro do dinheiro. Ele denunciou, ainda, que está faltando água nas escolas estaduais dos municípios com serviço autônomo de água e esgoto, por falta de pagamento. A demissão de agentes de segurança também foi citada por João Leite. “Todo dia temos fuga na Penitenciária Nelson Hungria e, agora, o governo quer colocar grades nas agências bancárias”, irozinou. Por fim, o parlamentar condenou a indicação de Rodrigo Bossi para o Departamento de Investigação de Fraudes. O deputado usou foto para ilustrar a relação de Rodrigo Bossi com Nilton Monteiro, acusado de estelionato.

Ceará
A prisão de Carlos Alexandre Rocha, conhecido por Ceará, feita nesta terça (15) pela Polícia Federal, foi apontada pelo deputado Durval Ângelo (PT) como capaz de mudar os rumos da política em Minas Gerais. Segundo o parlamentar, Ceará havia sido preso em 2014 e foi solto às pressas, no mesmo ano, pelo juiz Sérgio Moro, depois de fazer a primeira denúncia contra o senador Aécio Neves. “Ele era o banqueiro da lavagem do narcotráfico e fez muitas andanças pelo mundo oficial de Minas Gerais entre 2004 e 2014. Não quero ser leviano e dizer coisas que estão em sigilo, mas muitas informações virão à tona, afirmou. Para Durval Ângelo a tentativa de impeachment de Pimentel é ação desesperada de quem já sabia do impacto da prisão de Ceará. “Vejo críticas ao governador, que recebeu o Estado quebrado. Para o atual ocupante do Palácio da Liberdade, o único impacto do Ceará foi a vitória sobre o América mineiro, no jogo de ontem (14), aos 46 minutos do segundo tempo”, ironizou.

Eleições
Cristiano Silveira (PT) citou dados de pesquisa eleitoral da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta semana, para enfatizar que o ex-presidente Lula, mesmo preso, lidera as intenções de voto para presidente. “Boa parte da população sabe que a prisão de Lula fecha o enredo do golpe contra a presidente Dilma”, justificou. Segundo o parlamentar, a maioria dos entrevistados também acha que o Judiciário é parcial e que a Justiça não é para todos. Para Cristiano Silveira, as consequências do impeachment no âmbito federal deveriam servir de alerta contra os que querem o mesmo em Minas Gerais. “A votação na Câmara expôs as piores entranhas do Legislativo brasileiro. E o País regrediu em todos os aspectos. Não podemos brincar com a democracia”, alertou. O deputado salientou que as eleições em Minas servirão para comparar dois modelos de governo e que, mesmo em crise, foram vários os avanços na área da educação na atual gestão.

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.