Como na plenária final de 2017, os estudantes se reunirão na ALMG para elegerem as melhores propostas sobre o tema violência contra a mulher - Arquivo ALMG
Estudantes participaram de oficina de formação política na Câmara Municipal de Divinópolis

Parlamento Jovem proporciona vivência e reflexão a alunos

Participantes do programa farão diagnóstico sobre violência contra a mulher a partir da realidade local.

26/04/2018 - 15:13

Entrevistas, oficinas, enquetes nas redes sociais: essas ações vão possibilitar aos estudantes de 88 municípios que integram o Parlamento Jovem de Minas (PJ Minas) construírem os diagnósticos necessários sobre os problemas e demandas locais no que diz respeito à violência contra a mulher. A partir de maio, as câmaras municipais parceiras promovem atividades sobre o tema que pautará a 15ª edição do PJ Minas.

O programa de formação política da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) chegou à etapa em que são realizadas as oficinas de planejamento e execução de diagnóstico local. O objetivo é fazer os alunos das escolas participantes refletirem sobre a temática, levando em conta a própria realidade vivenciada em suas respectivas cidades.

As estratégias para elaboração do diagnóstico são pensadas e implementadas pelos coordenadores do PJ Minas no interior. A Escola do Legislativo da ALMG oferece, por meio de plataformas na internet, materiais de apoio e orientações. Após a conclusão dessa etapa, serão realizados treinamento e oficinas para capacitar os alunos a redigir as propostas a serem debatidas e selecionadas, posteriormente, em plenárias.

Estudantes visitam hospitais e delegacias

A criação de uma delegacia especializada no atendimento à mulher em Itamarandiba (Vale do Jequitinhonha) e a contratação de profissionais do sexo feminino para fazerem o primeiro acolhimento das vítimas de crimes como o assédio sexual nas cidades que não contam com atendimento especializado. As duas propostas já estão em pauta entre os alunos do município.

A servidora da Câmara Municipal de Itamarandiba e coordenadora do PJ Minas, Bethânia Kristine Bonfim Guimarães Salermo, conta que as sugestões nasceram justamente do questionamento dos participantes em relação à rede de amparo às mulheres disponível na cidade. Ela conta que os cerca de 100 estudantes já foram divididos em três grupos conforme os subtemas da edição deste ano:

  • Violência doméstica e familiar;
  • Violência nos espaços institucionais de poder;
  • Violência e assédio sexual.

Cada grupo está elaborando uma série de perguntas a serem feitas a pessoas que circulam pelas ruas da cidade. As entrevistas também serão realizadas em espaços como hospitais e delegacias, onde é realizado o registro das ocorrências de crimes. “No planejamento das atividades de diagnóstico, sobretudo as garotas já identificaram a ausência de certos equipamentos públicos, tais como os abrigos que recebem mulheres vítimas de violência”, ressalta Bethânia.

Também em Divinópolis (Centro-Oste de Minas) os estudantes se mobilizam para entrevistar agentes públicos das redes de saúde e segurança a fim de conhecerem as ações e os procedimentos envolvidos no atendimento à mulher. De acordo com o coordenador pedagógico da Escola do Legislativo municipal, Samuel Marques, os integrantes do PJ Minas vão visitar ainda escolas da cidade para tentar apurar ocorrências de violência contra a mulher no âmbito familiar.

Instagram – Por iniciativa dos próprios estudantes, serão disponibilizadas enquetes, no Instagram de cada um deles, relativas ao tema. Samuel explica que, depois das entrevistas e da apuração das respostas obtidas pela rede social, os dados serão organizados, inclusive em forma de estatísticas, e apresentados no dia 16 de maio. "Os resultados serão socializados e debatidos. Após esse momento, os alunos participam das oficinas de redação, quando utilizarão as informações coletadas para basear a escrita das propostas".

Já Pedro Luiz Alves, coordenador do PJ Minas em Guaxupé (Sul de Minas), explicou que os estudantes participarão de atividade com a titular da delegacia especializada situada no próprio município. A ideia é que a delegada faça um panorama dos casos atendidos na unidade, apontado os aspectos mais relevantes do atendimento.

Ele conta ainda que, no lançamento do programa na cidade, foram realizadas palestras com profissionais de psicologia, direito, medicina, dentre outras áreas, para que as diferentes violências sofridas pela mulher pudessem ser contextualizadas e problematizadas.