Edições inéditas do programa Panorama vão ao ar às terças e quintas, às 19h30 - Arquivo ALMG

Panorama discute aumento da gravidez tardia no Brasil

Programa da TV Assembleia estreia nesta quinta-feira (15), às 19h30.

15/02/2018 - 13:28

Trabalho, estudo, aumento da expectativa de vida, mudanças nas relações e na própria ideia de família. Por diversos motivos, cada vez mais mulheres adiam os planos de engravidar. A gravidez tardia é o tema do programa Panorama, da TV Assembleia, que vai ao ar nesta quinta-feira (15/2/18), às 19h30.

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Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 1995 e 2015, a idade das mães cresceu consideravelmente no País. As mulheres com 30 a 39 anos foram responsáveis por 564 mil nascimentos em 1995 e 911 mil vinte anos depois, um incremento de 61,4%. Acima dos 40 anos, também houve um aumento marcante, de quase 50%: foram 51,6 mil nascimentos em 1995 e 77,1 mil, em 2015.

A gravidez tardia é considerada um fenômeno mundial. Estudos apontam que a proporção de mães com mais de 40 anos varia de 2% a 5%, condizente com os números registrados no Brasil. Contudo, a decisão de protelar a gravidez pode acarretar problemas de fertilidade e alguns riscos para a saúde.

Há um descompasso entre tendências sociais e limites biológicos: o desejo das mulheres de adiar a maternidade resulta em maior dificuldade para engravidar, devido à diminuição progressiva da fertilidade e também em maiores riscos para a saúde da mãe e do bebê.

“As mulheres têm adiado a gravidez e têm pagado um preço por isso, porque biologicamente nós fomos feitas para engravidar jovens. Claro que há mulheres que ainda têm óvulos e conseguem engravidar aos 45, 46, 47 anos de idade. Mas elas são a exceção, não a regra”, explica a médica Ines Katerina Cavallo Cruzeiro, membro da diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig).

Opções – Tratamentos disponíveis, como a inseminação artificial e a fertilização in vitro e o congelamento e a doação de óvulos, são opções que a medicina oferece para que as mulheres consigam superar essas barreiras. Mas existem limites.

“Muitas vezes, as mulheres buscam um centro reprodutivo achando que ali é mágico, que vai resolver todos os problemas. E, quando se deparam com a condição de que não é possível mais utilizar seus próprios óvulos, é um choque, é uma angústia, é um momento muito triste”, conta a psicóloga Cássia Avelar, da Clínica Pró-Criar, especializada em medicina reprodutiva.

Como a qualidade dos óvulos diminui com o passar dos anos, aumentam as chances de doenças genéticas e alterações dos cromossomos (como a Síndrome de Down), de abortos espontâneos, partos prematuros e malformações do feto. Com relação à mãe, estudos mostram que a gravidez tardia implica maior risco de diabetes gestacional, hipertensão e pré-eclâmpsia, dentre outros.

As desvantagens biológicas são, até certo ponto, equilibradas por vantagens sociais. Alguns estudos mostram que a idade da mãe pode trazer benefícios para o desenvolvimento dos filhos, especialmente quando vem acompanhada de maturidade emocional e de estabilidade profissional e financeira.

Reprises – O Panorama sobre gravidez tardia tem reprises nesta sexta-feira (16), à 1 da madrugada e às 8h30, e no domingo (18), às 7h30 e às 16h30.