O projeto é de autoria do governador e tramita em 1º turno, em regime de urgência

Renegociação da dívida de Minas já pode ir ao Plenário

Com adesão ao plano de auxílio federal, aumento das despesas estaduais será limitado à inflação.

27/11/2017 - 19:17

O Projeto de Lei (PL) 4.705/17, do governador Fernando Pimentel, que possibilita a renegociação das dívidas do Estado com a União, já pode ser analisado pelo Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Ele recebeu, nesta segunda-feira (27/11/17), parecer favorável da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), na forma original.

A proposição tramita em 1º turno, em regime de urgência, e autoriza Minas Gerais a celebrar termos aditivos a contratos firmados com a União. Na prática, o Estado poderá aderir às condições estabelecidas na Lei Complementar Federal 156, de 2016, que estabeleceu o Plano de Auxílio aos Estados e as medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal.

Essa lei possibilita à União aumentar em 20 anos o prazo para o pagamento da dívida dos estados firmada no âmbito da Lei Federal 9.496, de 1997, e da Medida Provisória 2.192-70, de 2001. Além disso, autoriza a redução extraordinária das prestações, limitada a R$ 500 milhões por mês, no período de julho de 2016 a junho de 2018.

Para fazer jus ao benefício, porém, os estados deverão limitar o crescimento anual das despesas primárias correntes à variação da inflação, medida pelo IPCA, nos dois exercícios subsequentes à assinatura do termo aditivo. Em caso de descumprimento da medida, o prazo adicional de 240 meses será revogado e o Estado deverá restituir à União os valores diferidos em 12 meses.

Contraponto – O parecer destaca que o projeto de lei orçamentária (LOA) para 2018 (PL 4.666/17), em tramitação na ALMG, prevê o atendimento à condição sobre o crescimento das despesas. O deputado Felipe Attiê (PTB), porém, contestou a informação.

Segundo o parlamentar, o aumento das despesas correntes previsto no projeto da LOA chega a 7,93%, ou seja, bem acima da inflação deste ano, estimada em 4%. “Esse projeto será nulo, e o governo não terá como pagar o 13º dos servidores ou o piso nacional dos professores”, previu.

Relator destaca impacto positivo

O relator da matéria e presidente da comissão, deputado Tiago Ulisses (PV), destacou que a adesão do Estado às condições estabelecidas pela União trará impacto positivo para as finanças públicas estaduais. Será aditado, segundo ele, o contrato da “mais expressiva dívida do Estado, cujo saldo em dezembro de 2016 era de R$ 87,2 bilhões, correspondente a 78% do saldo total da dívida fundada estadual”.

Minas também poderá escalonar o serviço dessa dívida, com redução extraordinária de 100% das prestações de julho a dezembro de 2016 – o que foi feito – e, nos meses seguintes, com diminuição gradativa da prestação, de 94,73% em janeiro de 2017 até 5,26% em junho de 2018.

“Além disso, haverá um alívio financeiro decorrente do alongamento por mais 240 meses do prazo para pagamento dessa dívida”, enfatiza o parecer.

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