Técnicos da empresa atribuem a instabilidade no fornecimento de energia às obras de melhorias e a manobras próprias do sistema
Após a visita à prefeitura, João Vítor Xavier se reuniu com moradores de bairros atingidos pelas interrupções

Quedas de eletricidade em Caeté devem acabar em breve

Durante visita de comissão, Cemig comunica investimento para modernização da rede, que já está em andamento.

25/09/2017 - 20:21 - Atualizado em 26/09/2017 - 11:52

O investimento de R$ 3,5 milhões em melhorias na rede elétrica, que já está em andamento e prosseguirá com obras até meados de 2018, deve pôr fim às constantes interrupções no fornecimento e quedas de tensão que têm atrapalhado a vida de moradores e empresários de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O anúncio foi feito por representantes da Cemig a lideranças da cidade, durante visita da Comissão de Minas e Energia à prefeitura local, nesta segunda-feira (25/9/17). A reunião atendeu a requerimento do presidente da comissão, deputado João Vítor Xavier (PSDB).

Além dos transtornos de praxe, a falta de energia elétrica leva a outra ameaça ao bem-estar dos moradores de Caeté: a falta de água. É que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) utiliza bombas movidas a eletricidade para captar mais de 80% da água consumida pelos mais de 43 mil habitantes do município.

Os técnicos da Cemig atribuem a instabilidade no fornecimento de energia justamente às obras de melhorias na rede, que muitas vezes necessitam do corte no fornecimento, e a manobras próprias do sistema, que é integrado com o de outras cidades da região.

Para evitar que essa situação persista, os técnicos da Cemig anunciaram que será instalado, até o final deste ano, um novo religador telecontrolado a jusante do Saae, o que permitirá um maior controle sobre o fornecimento de energia para captação de água.

Atendendo a pedido do deputado João Vítor Xavier, ficou decidido ainda que a Cemig vai comunicar ao Saae com maior antecedência sobre qualquer variação no fornecimento. Também será agendada visita de técnicos da empresa a uma fábrica de doces, maior geradora de empregos na cidade após a prefeitura, que amarga prejuízos de até R$ 30 mil mensais com a instalabilidade no fornecimento.

Resultados - Segundo João Vítor Xavier, a visita à cidade foi bastante produtiva em virtude do anúncio do plano de investimentos da Cemig. "Pelo que ouvimos, serão investimentos que solucionarão de maneira definitiva, pelas próximas décadas, o problema de energia da cidade, com a modernização de equipamentos e a substituição de linhas antigas, sobretudo em zonas rurais", afirmou.

O parlamentar lembrou que a situação de Caeté merecia uma intervenção urgente pela ameaça paralela de falta de água e o temor de paralisação da economia do município.

“Além das bombas de captação paradas, há o problema do apagão nas torres de telefonia celular, o que leva ao caos na cidade. O comerciante não consegue vender porque a máquina do cartão fica sem sinal, a internet também não funciona, escolas ficam sem aula, empresas sem produzir. O impacto total é muito grande”, avaliou.

A urgência de uma solução do problema foi reforçada pelo prefeito Lucas Coelho Ferreira, que disse já ter ouvido relatos de empresários ameaçando transferir seus negócios para outra cidade em virtude da constante falta de energia. “Mas graças ao envolvimento da Assembleia, parece que vamos poder melhorar o serviço e usar isso para atrair novos negócios”, apontou.

Cemig diz que instabilidade é momentânea para melhorias no sistema

O técnico do Sistema Elétrico da Cemig, Dirceu Venâncio Santos Júnior, lembrou que a rede de eletricidade que abastece Caeté é interligada com a de toda a região, assim como todo o sistema elétrico brasileiro.

No caso da cidade, tudo o que acontece em Sabará e Barão de Cocais, cidades vizinhas, também afeta Caeté, pois o sistema compensa automaticamente qualquer deficiência, o que pode explicar parte da instabilidade.

Mas as causas principais, segundo ele, devem ser justamente as obras de manutenção e reforço já em andamento, que provocaram um desequilíbrio momentâneo no sistema, com pequenos períodos sem fornecimento ou variação de tensão, mas suficiente para desligar grandes equipamentos, como as bombas do Saae ou máquinas industriais.

Substituição de rede - O transtorno, de acordo com o técnico, é temporário e se justifica, já que a rede antiga, convencional e monofásica, está sendo substituída por outra trifásica, mais protegida de agentes externos, como raios, quedas de galhos e vandalismo, por exemplo. "Essa instabilidade já foi identificada e o Centro de Operações da Cemig está de sobreaviso", apontou Dirceu.

No caso do Saae, a instalação do novo religador (equipamento capaz de monitorar as variações no fornecimento e que pode ser ajustado remotamente) permitirá a realização de manobras no sistema sem que o fornecimento no local seja afetado novamente.

Moradores - Após a visita à prefeitura, o deputado João Vítor Xavier se reuniu com moradores dos Bairros São Geraldo, Emboabas e Catitas, os mais atingidos pelas interrupções no fornecimento de energia elétrica. O encontro aconteceu no salão paroquial da Igreja São Geraldo.

Os moradores ouviram as explicações dos representantes da Cemig, mas cobraram também a ampliação da iluminação pública e redução nas tarifas cobradas pela empresa.