Deputados querem debater com a Promotoria de Justiça de Meio Ambiente proposta da Prefeitura de Contagem de alterar seu plano diretor

Comissão quer visita ao MP em defesa de Vargem das Flores

Foram aprovadas ainda audiências sobre projeto da Copasa em Montes Claros e sobre impactos da mineração em Paracatu.

23/08/2017 - 15:03 - Atualizado em 23/08/2017 - 17:16

Visita ao Ministério Público Estadual para tratar de mudanças no macrozoneamento de Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte), que ameaçariam a preservação do manancial de Vargem das Flores, teve requerimento aprovado nesta quarta-feira (23/8/17) pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O objetivo é discutir com a Promotoria de Justiça de Meio Ambiente a proposta da Prefeitura de Contagem de alterar seu plano diretor. A deputada Marília Campos (PT) levantou o assunto na reunião, alertando que a intenção seria eliminar áreas rurais da Bacia Hidrográfica de Vargem das Flores, permitindo o adensamento de moradores e indústrias.

Marília Campos assina o requerimento juntamente com os deputados Glaycon Franco (PV) e Thiago Cota (PMDB), presidente e vice, respectivamente, além do deputado Dilzon Melo (PTB).

Montes Claros - Ainda sobre a questão hídrica, a comissão aprovou audiência pública relacionada à crise no abastecimento de água em Montes Claros (Norte de Minas). Pedida pelo deputado Gil Pereira (PP), o objetivo é discutir o projeto da Copasa de fazer uma barragem no Rio Pacuí para o abastecimento de água na cidade.

Segundo o deputado, a cidade vive interrupções no fornecimento de água, mas o rio já abastece dezenas de comunidades rurais em oito municípios da região e estaria sob o risco de vir a secar completamente. O requerimento pedia a reunião em Montes Claros, mas foi aprovado com emenda do deputado Dilzon Melo (PTB) para que seja realizada em Belo Horizonte.

Problemas em Mariana e Paracatu motivam requerimentos

Os mesmos deputados e a deputada tiveram aprovado requerimento para discutir em audiência pública problemas de saúde em Paracatu (Noroeste de Minas) devido à mineração de ouro pela empresa Kinross. O objetivo é discutir os impactos da atividade para a população em reunião conjunta com a Comissão de Saúde.

Já outro pedido de audiência pública, para exibição do documentário “O Bento – Terra da Gente”, sobre a vida das famílias após o rompimento da barragem da mineradora Samarco em Mariana (Região Central do Estado), foi aprovado na forma de substitutivo proposto pelo deputado Dilzon Melo.

Conforme o requerimento original, do deputado Rogério Correia (PT), a intenção é mostrar que, quase dois anos após o desastre, os moradores afetados continuam lutando para superar as consequências da destruição ambiental. E ainda sensibilizar e subsidiar a ALMG para a aprovação do Projeto de Lei (PL) 3.676/17, que dispõe sobre o licenciamento ambiental e a fiscalização de barragens no Estado.

O autor do substitutivo disse, contudo, que uma série de acordos envolvendo a tragédia de Mariana não estariam sendo cumpridos. Nesse sentido, defendeu que a audiência tomasse forma de um pedido de informações sobre a situação à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente.

Dilzon Melo afirmou que Minas Gerais tem quase 700 barragens que deveriam estar sob controle, quando o que se vê, segundo ele, é o desmantelamento das áreas de licenciamento e fiscalização.