Moradores do Bairro União pedem instalação de base da PM
Relatos sobre o aumento da criminalidade na região de BH foram feitos em audiência da Comissão de Segurança Pública.
22/08/2017 - 15:03A instalação de base móvel da Polícia Militar no Bairro União, na Região Nordeste de Belo Horizonte, e o aumento do efetivo e do policiamento motorizado foram cobrados por moradores em audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta terça-feira (22/8/17).
A coordenadora da Comissão de Moradores Voluntários do Bairro União, Reni Tiago, há mais de cinco anos cobra a melhoria do policiamento. Ela afirmou que no União já funcionaram delegacia e posto de polícia, que aos poucos foram sendo desativados e, com isso, a violência foi aumentando. “Estamos presenciado tiroteios, furtos, arrombamentos nos prédios e nas casas”, apontou.
Segundo ela, a comissão faz um trabalho de conscientização sobre a importância de se registrar o boletim de ocorrência, mas muitos deixam de fazê-lo devido à descrença sobre o funcionamento do sistema de segurança pública. Ela pediu o aumento do policiamento motorizado e a instalação de base móvel da Polícia Militar em local de grande visibilidade.
O coordenador da Comissão de Moradores Voluntários do Bairro União, Cleiton Xavier da Silva, acrescentou que a população local está preocupada com o aumento da criminalidade. "De cinco anos para cá, temos observado o crescimento do número de furtos e roubos", disse.
Para ele, a retirada de estrutura policial contribuiu para esse problema. "A presença física da Polícia Militar inibe a ação dos criminosos, por isso, queremos a instalação da base móvel no bairro", solicitou.
Policial militar e morador do União, William Souza Martins também concordou com a necessidade de aumento de efetivo no bairro e fez um relato das dificuldades enfrentadas pelos policiais para trabalhar na região.
Rede hoteleira – O diretor-geral do BHB Hotel, Diogo Alves Paixão, lembrou que o União é um bairro estratégico porque possui shoppings, hotéis e universidades. Segundo ele, a rede hoteleira da região tem capacidade para atender mais de mil pessoas.
Ele ofereceu a estrutura dos hotéis para ajudar na instalação da base móvel da PM. O representante do Impar Hotel, Rodrigo Avelino, também se prontificou a ajudar e lamentou a ocorrência de casos de violência com hóspedes.
Polícia Civil incentiva o registro dos boletins de ocorrência
Representantes da Polícia Civil e da Guarda Municipal defenderam que a população não deixe de registrar os boletins de ocorrência. O chefe do 1º Departamento de Polícia Civil, Rafael Horácio, explicou que a instituição, responsável por investigar os crimes, trabalha com informação. Ele reconheceu que há um sentimento de que o sistema de segurança pública é deficiente, causado em especial pela morosidade nas decisões da Justiça.
Rafael Horácio solicitou aos representantes dos hotéis que forneçam as informações e incentivem os hóspedes a relatar as ocorrências para a polícia. “A falta de registro gera um prejuízo muito grande na investigação da Polícia Civil”, apontou.
O diretor de operações da Guarda Municipal, Júlio Cesar Pereira de Freitas, afirmou que, como não há efetivo suficiente para atender a toda a cidade, o policiamento é direcionado de acordo com os índices de crimes de cada local, sendo que a falta de registro compromete a eficiência do trabalho.
Índice de criminalidade – Rafael Horácio acrescentou que os dados indicam uma redução dos índices de criminalidade no Bairro União. Segundo ele, houve diminuição de 8,26% no número de crimes violentos no primeiro semestre de 2017 em comparação com o mesmo período no ano passado.
Entretanto, o presidente da comissão e autor do requerimento para a realização da reunião, deputado Sargento Rodrigues (PDT), ponderou que esses índices não correspondem à realidade, já que a população está deixando de registrar as ocorrências. Ele também defendeu a importância de que os crimes sejam relatados para a polícia.
Ausência de representante da PM é criticada
A ausência de representante da Polícia Militar na reunião foi condenada pelo deputado Sargento Rodrigues e pela moradora Adaíza Rocha. Ela lembrou que os moradores deixaram de ir a compromissos profissionais e pessoais para participar da audiência e esperavam receber um retorno sobre os problemas de violência no bairro.
Já o morador Herman Rodrigues de Sá contou que foi vítima da violência no bairro no Dia dos Pais. Ele elogiou o trabalho dos policiais que atenderam o seu chamado na ocasião. O deputado João Leite (PSDB) defendeu a manutenção das companhias da PM e o aumento da estrutura de trabalho aos policiais militares.
Rede de vizinhos – Já o coordenador da Regional Nordeste da Prefeitura de Belo Horizonte, Flávio Barcellos Guimarães, afirmou que a PBH está disposta a ajudar e a disponibilizar local para instalação de unidades policiais, além de contribuir para o fortalecimento das redes de vizinhos protegidos.