Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 22/2/17
Deputados pediram, da tribuna, mais recursos para a saúde. Oposição e situação defenderam seus respectivos governos.
22/02/2017 - 17:41 - Atualizado em 23/02/2017 - 11:45Saúde I
O deputado Doutor Wilson Batista (PSD) iniciou seu discurso criticando as discussões entre oposição e situação sobre o desempenho dos governos passado e atual. Segundo ele, nenhum governo é formado por "santos nesse descalabro" que é a política brasileira. Por isso, destacou que o papel do Legislativo não é o de fazer discursos agressivos, mas o de defender os direitos da população, formulando leis que atendam a seus interesses. Citou algumas leis de sua autoria, ligadas às políticas de saúde, como a que dispõe sobre a necessidade de antecipação de exames para o diagnóstico precoce de câncer e a que propõe melhoria das condições de mamografia no Estado. Ele lamentou que 60% dos diagnósticos de câncer sejam liberados com a doença em estado avançado e que um terço dos mamógrafos em Minas estejam inoperantes. Em aparte, recebeu o apoio do deputado Carlos Pimenta (PDT), que cobrou mais investimentos do Governo do Estado na área de saúde.
Saúde II
Carlos Pimenta comunicou que terá audiência com o ministro da Saúde nesta quinta-feira (23), em Brasília, junto com 20 prefeitos do Norte de Minas. O grupo vai solicitar mais recursos para a saúde na região, onde o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estaria sucateado, com 16 ambulâncias paralisadas por falta de manutenção. “Corremos o risco de um colapso”, denunciou. O deputado contou que vão solicitar mais recursos para a retomada de cirurgias de cataratas e acrescentou que o secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz, prometeu que o governador vai contemplar Montes Claros com quatro novas ambulâncias. Reivindicou também o aumento de verbas para procedimentos de diálise. “Hoje, pacientes da região viajam até 300 quilômetros para serem atendidos”. Em aparte, Léo Portela (PRB) questionou por que a superlotação nos presídios causa tanto impacto e não ocorre o mesmo nos hospitais.
Governos anteriores
O deputado Bonifácio Mourão (PSDB) defendeu com entusiasmo os governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia, apresentando números que atestariam investimentos das administrações de seu partido em todas as áreas, entre 2002 e 2013. Na área de saúde, afirmou ter havido redução da mortalidade infantil; em educação, a taxa de analfabetismo teria caído de 11% para 7% e, em 2011, 99% das crianças mineiras estavam matriculadas na escola. A área de segurança teria registrado, no período, uma queda de 33% na criminalidade e a de infraestrutura urbana foi favorecida pelo programa Pró Acesso, que asfaltou 230 municípios. “Houve um aumento de 13 mil para 20 mil quilômetros de estradas pavimentadas, 52% a mais”, declarou. Entre outros aspectos, apontou também investimentos em saneamento, afirmando que mais de um milhão de novos domicílios mineiros teriam sido contemplados com rede de água e esgoto. Ele explicou que os dados são de órgãos federais, como o IBGE.
Comparações I
O deputado Doutor Jean Freire (PT) criticou a repetição dos discursos dos colegas de oposição, em que fazem críticas ao governo Fernando Pimentel. Ele referiu-se especialmente ao deputado Bonifácio Mourão, que relacionou números positivos dos governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia. “O deputado disse que a oposição está perdendo a paciência. Acho que, às vezes, quem perde a paciência é quem liga a TV Assembleia para nos assistir”, afirmou. O parlamentar recomendou à oposição que visite os órgãos do Estado e ouça as pessoas para verificar de fato o que pensam. Segundo ele, os parlamentares oposicionistas vêm usando a febre amarela para alarmar excessivamente a população. Ele também defendeu a direção da Fundação Ezequiel Dias (Funed) de críticas à atual gestão e declarou que pretende solicitar audiência pública para avaliar a atuação da empresa desde 2005, não apenas nos últimos dois anos.
Comparações II
O deputado Paulo Guedes (PT) acusou a oposição de buscar culpados para justificar o que os governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia deixaram de fazer. Ele afirmou que o Tribunal de Contas do Estado registrou que os governos do PSDB deixaram de aplicar R$ 7,6 bilhões na educação e mais de R$ 4 bilhões na saúde. Paulo Guedes citou outras acusações contra Aécio Neves. “Está em todas as delações que 3% do dinheiro para a construção da Cidade Administrativa foi para o bolso de Aécio”, afirmou. Ele acrescentou que o atual governo já cortou mais de 4 mil cargos comissionados. Em aparte, o deputado Antônio Jorge (PPS) destacou que a regulamentação dos gastos da saúde só aconteceu em 2012 e que os R$ 4 bilhões citados por Paulo Guedes se referem a recursos aplicados em saneamento, que na época podiam ser registrados como gastos em saúde. “Não houve desvio”, ressaltou Antônio Jorge, que foi secretário de Saúde nos governos do PSDB.