O conjunto arquitetônico da Pampulha é composto pelo Museu de Arte, a Casa do Baile, a Igreja São Francisco de Assis e o Iate Tênis Clube
Carlos Henrique (à direita) destacou a importância do conjunto arquitetônico da Pampulha

Pampulha pode se tornar Patrimônio Cultural da Humanidade

Decisão da Unesco sobre reconhecimento do conjunto arquitetônico de Belo Horizonte será em julho, em reunião na Turquia.

29/06/2016 - 19:00 - Atualizado em 29/06/2016 - 19:45

No próximo dia 15 de julho, o conjunto arquitetônico da Pampulha, na Capital, pode ser reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco, conforme revelou o diretor de Patrimônio Cultural da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, Carlos Henrique Bicalho. O anúncio foi feito durante reunião das Comissões de Educação, Ciência e Tecnologia e de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira (29/6/16).

O conjunto arquitetônico foi projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, sob encomenda de Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, e construído entre 1942 e 1944. Ele é composto pelo Museu de Arte da Pampulha, a Casa do Baile, a Igreja São Francisco de Assis (mais conhecida como Igrejinha da Pampulha) e o Iate Tênis Clube.

Segundo Carlos Henrique, tudo o que dependia da fundação foi feito. "Eles (Unesco) vão se reunir em Istambul, na Turquia, de 10 a 20 de julho e agora só nos resta aguardar". O diretor também enfatizou que o reconhecimento da obra de Oscar Niemeyer acontecerá, agora ou mais tarde, pois é inegável a importância do conjunto arquitetônico para o Estado, o País e até o mundo.

A presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Rosilene Guedes Souza, endossou o depoimento do diretor e garantiu que não existe um arquiteto no mundo que não conheça a obra.

A oficial de projetos do Setor de Cultura da Representação da Unesco no Brasil, Isabel de Freitas Paula, comunicou que estão sendo implementadas ações que serão pedidas pela Unesco, caso o conjunto seja aprovado. 

Segundo Isabel, existem, no mundo, 131 bens de patrimônio cultural inscritos, sendo 12 deles no Brasil e três em Minas Gerais. Ela explicou que, se a Pampulha for escolhida, serão quatro bens e Minas permanecerá como o Estado brasileiro a ter o maior número de bens culturais reconhecidos como patrimônio mundial da Unesco.

Um dos autores do requerimento e presidente da Comissão de Educação, o deputado Paulo Lamac (Rede) afirmou que o reconhecimento pela Unesco potencializará a importância de Minas Gerais e fortalecerá o turismo na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Comitê gestor - A chefe de gabinete do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Rosângela Guimarães, e a assessora técnica da presidência do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Andrea Safdelli Leite Praça, destacaram o trabalho conjunto das instituições e informaram que será criado um comitê gestor, que vai unir o perímetro do tombamento e as diretrizes de preservação da Pampulha. 

Questões ambientais preocupam

A Prefeitura de Belo Horizonte está preocupada em proteger o patrimônio, independentemente da obtenção do título ou não, conforme destacou o secretário municipal de Administração Regional Pampulha, José Geraldo de Oliveira Prado.

“Estamos com compromissos arrojados de restauração. Os equipamentos foram reformados recentemente, a Praça da Igrejinha foi reformada e a Casa do Baile está com exposições constantes. As quatro construções estão sendo cada vez mais visitadas e incorporadas ao dia a dia da cidade”, frisou José Geraldo, que também destacou o cuidado com o meio ambiente, especialmente a Lagoa da Pampulha.

Contagem - O representante da Terra Viva Organização Ambiental, Edmilson dos Santos, reforçou a necessidade de gestores de Contagem participarem dos debates sobre a Lagoa da Pampulha, uma vez que o município também integra a Bacia da Pampulha, juntamente com Belo Horizonte.

A deputada Marília Campos (PT) explicou que Contagem já tem contribuido à limpeza da lagoa, mas que a cidade precisa pensar em ações preventivas e educacionais para preservar a Bacia da Pampulha. "A região das nascentes está sendo ocupada. Precisamos de conscientização, não adianta fazer todo esse investimento e depois o lago secar", cobrou a parlamentar.

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