Riachinho, que se localiza entre o Norte e o Noroeste de Minas, tem sofrido com o aumento da criminalidade no município e na região
O major Walter Carlaid contou que, em abril deste ano, ocorreram 14 furtos na cidade

Ampliação do efetivo das polícias é demandada em Riachinho

Cidade com 8 mil habitantes possui sete PMs. Além disso, os plantões regionalizados são feitos em Unaí, a 180 km.

16/06/2016 - 13:30

Aumentar o efetivo das Polícias Militar e Civil. Essa foi uma das principais demandas de participantes de audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta quinta (16/6/16), no município de Riachinho, cidade de cerca de 8 mil habitantes, localizada entre o Norte e o Noroeste de Minas.

A reunião, solicitada pelos deputados Sargento Rodrigues (PDT), que preside a comissão, Gustavo Corrêa (DEM) e Inácio Franco (PV), teve o objetivo de discutir alternativas para combater o aumento da criminalidade no município e região.

Segundo o prefeito de Riachinho, Valmir Gontijo Ferreira, a comunidade demandou essa discussão. “Precisamos do aumento do efetivo policial. Apesar de pequena, a cidade tem crescido muito com agências bancárias, lotérica, Correios e comércio. Temos apenas sete policiais militares aqui. Com mais profissionais, é possível fazer uma escala de trabalho”, salientou.

O chefe do Executivo municipal solicitou que o número de policiais fosse ampliado para 12. Acrescentou, ainda, que o plantão regionalizado em Unaí é um dificultador. Por causa disso, os policiais da cidade precisam se deslocar por cerca de 180 quilômetros para encerrar uma ocorrência.

Para o prefeito de Urucuia (Noroeste do Estado), Geraldo Anchieta Rosário Oliveira, é preciso criar patrulha rural nos municípios da região. “Temos comunidade rural distante até 60 quilômetros da sede. Isso traz muita dificuldade ao trabalho da polícia”, ressaltou. Ele também destacou que é preciso fortalecer o trabalho de inteligência da Polícia Civil para o combate à entrada de drogas nas cidades.

Já o prefeito de Natalândia (Noroeste do Estado), Uadir Pedro Martins de Melo, destacou que a região é muito vasta e não conta com o número de policiais suficiente. Ele salientou que, como gestor municipal e policial reformado, compreende as dificuldades dos dois lados.

O professor João Gualberto Pereira Martins, de Riachinho, enfatizou que não há mais delegacia da Polícia Civil na cidade. Ele destacou que, há mais de um mês, a cidade passou por uma onda de furtos. “Os bandidos estavam audaciosos, arrombaram casas. A polícia interviu e prendeu algumas pessoas”, relatou.

Os prefeitos presentes na reunião também solicitaram apoio para a instalação de posto para que a população possa fazer sua carteira de identidade. Eles enfatizaram que o serviço é oferecido em Unaí, mas que a distância, muitas vezes, impossibilita que uma pessoa de origem humilde faça o deslocamento.

Autoridades policiais destacam iniciativas

Segundo o subcomandante do 28º Batalhão da Polícia Militar, em Unaí, major Walter Carlaid, em abril deste ano, ocorreram 14 furtos em Riachinho, sobretudo, a residências. Esse fato decorreu da vinda de um traficante e receptador de Buritis (Noroeste do Estado) e contou com a participação de menores de idade da cidade.

O major relatou que essas ocorrências aumentaram a sensação de criminalidade em Riachinho, mas que a situação já foi contornada. O traficante foi preso em uma operação. E em maio deste ano, os furtos se reduziram para três. Carlaid acrescentou que a região apresentou queda de 30% de crimes violentos, se comparadas a primeira quinzena do mês de junho deste ano e a do ano passado. Ele atribui essa queda a operações realizadas.

Walter Carlaid enfatizou que a polícia se preocupa com as necessidades da região como a que se refere ao aumento do efetivo. O 28º Batalhão, conforme relatou, atende a 12 cidades, inclusive Riachinho.

O chefe do Departamento de Polícia Civil de Unaí, delegado-geral Marcos Tadeu de Brito Brandão, destacou que a resposta aos furtos ocorridos em abril em Riachinho foi dada de forma conjunta pelas Polícias Civil e Militar, que trabalham muito integradas na região.

Ele relatou que foi negociada a instalação de um posto de identificação em Natalândia, que a prefeitura cederia uma funcionária, mas que essa pessoa deve passar por um curso em Belo Horizonte, ainda não aberto. Tadeu Brandão salientou ainda que a delegacia de Riachinho não contava com nenhum tipo de segurança.

Parlamentar faz coro às reivindicações da região

De acordo com o deputado Sargento Rodrigues, a falta de efetivo por parte das Polícias Militar e Civil tem sido comum em municípios da região. “Para o cidadão que aqui se encontra, há uma preocupação enorme com a criminalidade. Ocorreu assalto de grande proporção e as polícias deram resposta a altura, mas o furto e o roubo de rotina também incomodam a comunidade”, disse. Em sua opinião, problemas com o efetivo se resolvem somente com a determinação do governador.

O deputado também ressaltou que outro problema diz respeito ao plantão regionalizado. “O Noroeste é a região que mais sofre com esse tipo de plantão regionalizado. Uma cidade não pode ficar desguarnecida por horas sem viatura. Cidade sem força policial fica fragilizada”, afirmou.

Por fim, o parlamentar salientou que serão apresentados requerimentos destinados a autoridades, pertinentes a demandas levantadas na reunião. Entre eles, pedido para o aumento dos efetivos policiais e para a viabilização de posto de identificação.

Consulte o resultado da reunião.