Divergências entre deputados oposicionistas e governistas marcaram a Reunião Ordinária de Plenário desta quarta-feira (9/3/16), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Vários parlamentares solicitaram o uso da palavra com base no artigo 164, do Regimento Interno, por terem sido citados em pronunciamentos de colegas.

O deputado João Leite (PSDB) solicitou a palavra por ter sido citado em pronunciamento do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB). Em sua fala, Celinho fez referência a processo judicial que tramita no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em que a ex-secretária de Estado de Educação, Ana Lúcia Gazolla, é acusada de usar a máquina do Estado em favor do então candidato a governador, Pimenta da Veiga, sendo citados como beneficiados o ex-deputado Dinis Pinheiro e o deputado João Leite, entre outros.

Em resposta, João Leite ressaltou que a ação foi julgada improcedente pelo TRE. Ele se considerou “traído” por Celinho do Sinttrocel e criticou a referência ao processo. “O senhor inaugurou uma nova fase na Assembleia, de busca por inquéritos contra deputados”, declarou.

Em sua tréplica, Celinho do Sinttrocel disse que nunca julgou o deputado e que nunca o traiu. Afirmou que sua intenção ao citar o processo foi justamente repelir o comportamento de alguns deputados de acusar sem provas ou antes da conclusão dos processos judiciais.

Celinho do Sinttrocel também foi defendido pelo deputado Cristiano Silveira (PT), que negou qualquer combinação em prejuízo à imagem de João Leite. Ele afirmou que a indignação de João Leite é a mesma que muitos integrantes do PT sentem, quando acusações são transformadas em execração pública, mesmo sem qualquer prova ou conclusão processual. “Não é possível a política civilizada se não se respeita esses limites”, afirmou.

O quarto deputado que utilizou o artigo 164 foi Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), em defesa de seu partido, que foi criticado em pronunciamento do deputado Professor Neivaldo (PT). O parlamentar petista citou várias acusações contra políticos do PSDB e acrescentou que elas não alcançam a mesma divulgação que as acusações contra petistas. Em sua avaliação, isso se deve ao interesse em atacar o governo e as políticas sociais do PT. Dalmo Ribeiro Silva considerou essas críticas levianas, ressaltando que nada foi provado contra o ex-governador Aécio Neves e outros integrantes do PSDB.

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