Novos voos regionais serão inaugurados no Estado
Empresa Flyways Linhas Aéreas escolheu Minas para inaugurar a sua atuação no mercado brasileiro.
02/12/2015 - 14:38 - Atualizado em 03/12/2015 - 13:54Minas Gerais ganhará, a partir de janeiro de 2016, novas rotas de transporte aéreo que, a princípio, alcançarão as regiões do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Zona da Mata, Vale do Rio Doce, Vale do Aço e Sul de Minas. A empresa Flyways Linhas Aéreas escolheu o Estado para inaugurar a sua atuação no mercado brasileiro e vai operar, inicialmente, a partir do aeroporto da Pampulha, na Capital, com destino ao interior mineiro. Esta decolagem da empresa foi tema de audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (2/12/15).
Atendendo a requerimento do presidente da comissão, deputado Gil Pereira (PP), e do deputado Bosco (PTdoB), a reunião contou com a presença de autoridades do Estado e dirigentes da nova companhia aérea. A Flyways recebeu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar linhas comerciais em junho de 2014, após um processo de certificação que durou 15 meses. Atualmente, a empresa possui duas aeronaves modelo ATR 72-500, que comportam até 70 passageiros e, segundo o diretor-presidente da companhia, Pedro Paulo Valverde, a expectativa é de que chegue ao final do ano com um total 10 aviões, completando, após três anos, uma frota de 30 aeronaves.
“Iniciaremos com voos de Belo Horizonte a Ipatinga (Vale do Aço), Uberaba (Triângulo Mineiro), Patos de Minas e Araxá (ambas no Alto Paranaíba) e, posteriormente, chegaremos a outras cidades do interior do Estado, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo”, afirmou.
O dirigente da companhia informou que o início dos voos experimentais será nesta quarta-feira (2) para Uberaba e, ainda em dezembro, a companhia já deverá estar comercializando os primeiros bilhetes. Pedro Paulo Valverde também abordou o preparo dos profissionais da empresa, a questão da segurança e a intenção de ofertar uma tabela de custos razoável e sem grandes oscilações entre os menores e maiores preços ofertados numa mesma rota.
“Temos uma equipe muito experiente, estamos associados a uma grande companhia aérea sul-africana que nos oferece todo o seu know-how. Já temos uma completa estrutura montada no aeroporto da Pampulha. Nossas aeronaves são econômicas e nos permitirão praticar preços acesíveis e em valores regulares, que não sofram grandes alterações”, concluiu.
Desenvolvimento socieconômico - O titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Altamir de Araújo Rôso Filho, destacou os benefícios que essas novas rotas representarão para o Estado em termos de ganhos socioeconômicos.
“Além das cidades citadas, já conversamos com a empresa que também deve levar voos a Varginha (Sul de Minas) e Diamantina (Região Central do Estado), preferencialmente nesta fase inicial. O projeto da companhia será valioso no desenvolvimento regional, ajudará a expandir o transporte de carga, a aperfeiçoar a logística e os aeroportos, gerando empregos”, avaliou o secretário.
Altamir Rôso também destacou o fato de os voos regionais da Flyways partirem da Pampulha, lembrando a qualidade e infraestrutura do local. Ele ainda ressaltou a proximidade desse aeroporto com relação ao centro de Belo Horizonte como um importante facilitador para usuários de voos curtos. Segundo o secretário, o modelo das aeronaves que a companhia opera permite que pousem e decolem nessa área da Capital mineira por serem aparelhos novos, portanto menos poluentes, e emitirem menos ruído.
Parabenizando o empenho conjunto em prol desta nova operação aérea, o diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), Marco Antônio Migliorini, destacou a existência de mercado para absorver as futuras ofertas da nova companhia. “Faltava no Estado uma empresa aérea que tivesse esse viés de investimento na aviação regional regular. E esta é uma aposta certeira desta companhia, porque a demanda existe”, ressaltou.
Deputados saúdam iniciativa e pleiteiam novas rotas
A coragem da empreitada da Flyways, de "iniciar operações em momento de crise", foi destacada pelos deputados Antônio Carlos Arantes (PSDB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Carlos Pimenta (PDT), que também criticaram a política econômica dos governos estadual e federal. Houve ainda manifestações lembrando rotas regionais iniciadas em outras ocasiões, mas que não tiveram continuidade, com considerações sobre os riscos disto se repetir.
A despeito do temor, os três deputados saudaram a iniciativa e solicitaram a extensão dos voos da Flyways para as cidades de Poços de Caldas, Pouso Alegre e São Sebastião do Paraíso (as três no Sul do Estado). Carlos Pimenta ainda acrescentou Montes Claros (Norte de Minas) e Nanuque (Vale do Jequitinhonha).
Também elogiando a ousadia e coragem da empresa, os deputados Roberto Andrade (PTN) e Dirceu Ribeiro (PHS) solicitaram mais voos para cidades da região da Zona da Mata, lembrando a qualidade do aeroporto de Ubá, recentemente reformado. Já o deputado Tony Carlos (PMDB) saudou a chegada da companhia e o voo inaugural para a sua região. A vastidão do território mineiro foi lembrada por ele e também pelo deputado Bonifácio Mourão (PSDB), que solicitou que a companhia estude viabilizar uma rota até Governador Valadares (Vale do Rio Doce).
Os deputados Hely Tarqüinio (PV) e Cristiano Silveira (PT) também saudaram o início das operações da nova empresa aérea no Estado e parabenizaram o empenho do Governo do Estado e do titular da Secretaria de Desenvolvimento para concretizar esta parceria. Cristiano Silveira rebateu “declarações alarmistas em relação à crise”, destacando que existe um exagero sobre o assunto. Para ele, o verdadeiro empreendedor utiliza esses momentos para crescer. Ele reivindicou um voo com escala em São João del-Rei (Região Central), enquanto o deputado Hely Tarqüinio elogiou a nova rota para Patos de Minas.
Além de saudar a chegada da Flyways, o vice-presidente da comissão, deputado Bosco, também criticou posturas negativistas sobre a crise. “Crise sempre existiu, o diferencial é a forma de enfrentá-la. A crise tira o empresário de sua zona de conforto e o remete a novos desafios. O momento não é de apontar erros e sim rumos, para sairmos mais fortalecidos no futuro. A chegada desta companhia cria novas expectativas para o crescimento do Estado”, concluiu.