A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Sistema S, que inclui o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), estão dispostos a oferecer treinamento para a formação de mão de obra técnica destinada à produção de energia solar fotovoltaica. Foi o que declarou o presidente da entidade, Olavo Machado Júnior, a deputados da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), durante visita de parlamentares à sede da instituição, em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira (4/11/15).

A reunião foi convocada a requerimento do presidente da comissão, deputado Gil Pereira (PP), com o objetivo de debater a possibilidade de implantação de cursos profissionalizantes na área de energia solar fotovoltaica no Estado. No encontro, o parlamentar destacou a importância desse tipo de energia, limpa e renovável, ressaltando que os empreendimentos no setor vêm crescendo no Estado e no País, como alternativa à crise energética resultante da escassez hídrica. O presidente da Fiemg concordou e disse que a entidade pode contribuir para viabilizar a proposta levada pela comissão.

A reunião contou também com a participação do vice-presidente da comissão, deputado Bosco (PTdoB), e dos deputados Felipe Attiê (PP) e Dilzon Melo (PTB). Por parte da Fiemg e dos empresários, além do presidente, participaram, também, o superintendente do Senai, Cláudio Marcassa, e o superintendente de Assuntos Legislativos, Sérgio Araújo. Compareceu também ao encontro o presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros, Augusto Celso Franco Drummond.

Norte do Estado tem vocação para energia solar

Entusiasmado, o deputado Gil Pereira falou sobre a vocação do Norte de Minas para a geração de energia solar, citando, em particular, a implantação, em Pirapora, de uma usina fotovoltaica pela empresa espanhola Solatio Energia, vencedora do leilão realizado em 28 de agosto último pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Empresa de Pesquisa Energética.

Segundo o parlamentar, quando estiver em pleno funcionamento, a produção total da usina deverá alcançar mais de 300 megawatts. Inicialmente, foram contratados 150 megawatts, com investimentos de R$ 750 milhões. O segundo leilão está marcado para o próximo dia 13. O investimento total deve chegar a R$ 1,5 bilhão.

A esses dados soma-se ainda a produção de usinas localizadas nos municípios de Francisco Sá e Várzea de Palma, no Norte de Minas, e Vazante, na região Noroeste, em torno de 90 megawatts cada, afirmou. “Cada megawatt gerado corresponde a 20 empregos diretos”, disse o deputado, citando dados da Associação Brasileira de Energia Solar. “Pirapora passará a ter a maior planta da América Latina e a terceira maior do mundo nesse tipo de energia”, disse.

Triângulo e Alto Paranaíba - Já o vice-presidente da comissão, deputado Bosco, natural de Araxá (Alto Paranaíba), destacou que o Triângulo mineiro e o Alto Paranaíba são regiões que concentram o maior número de indústrias no Estado e, por isso, demandam um consumo muito grande de energia elétrica. Por essa razão, disse, o fomento da energia solar nessas regiões é fundamental. “Minas Gerais tem todas as condições de sair na frente e para isso contamos com a experiência do Sistema Fiemg para a formação de novos técnicos e profissionais nessa área”, afirmou Bosco.

A integração e a parceria entre a Assembleia Legislativa e a Fiemg também foi enfatizada pelo deputado Dilzon Melo. “Juntas, a Assembleia, como órgão legislador, e a Fiemg, congregando os produtores, podem fazer muito no sentido de buscar o desenvolvimento do Estado com a geração de emprego”, afirmou.

Por sua vez, o deputado Felipe Attiê ressaltou que o Estado precisa formar técnicos e profissionais capacitados para colocar em funcionamento novos empreendimentos. “Viemos aqui para pedir o apoio da Fiemg na formação de mão de obra técnica e especializada. Estamos apostando na energia fotovoltaica para retomarmos o ciclo de crescimento econômico e, para isso, vamos precisar de treinamento e capacitação de mão de obra”, afirmou.

No encontro, parlamentares e empresários também falaram sobre outros temas, como meio ambiente e o quadro de recessão econômica.

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