O julgamento dos mandantes do crime conhecido como a Chacina de Unaí começa nesta quinta-feira (22)
Maninez Lima é viúva do auditor fiscal Erastóstenes

Deputados discutem julgamento da Chacina de Unaí

Comissão de Direitos Humanos recebe familiares e colegas dos fiscais assassinados há quase 12 anos no Noroeste de Minas.

21/10/2015 - 11:55

Após quase 12 anos, começa nesta quinta-feira (22/10/15), em Belo Horizonte, o julgamento dos mandantes do crime conhecido como a Chacina de Unaí. E a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu, na manhã desta quarta-feira (21), familiares e colegas de trabalho dos quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego, assassinados na cidade do Noroeste de Minas, no dia 28 de janeiro de 2004.

“Não podemos nos calar diante da impunidade e injustiça. Em nome das viúvas, coloco nossa dor, indignação e decepção com a Justiça”, disse, emocionada, Maninez Lima, viúva do auditor fiscal Erastóstenes. Segundo ela, o julgamento não é a solução, mas traz a sensação de que a Justiça foi feita, para que possa viver seu luto calada. Criticou a demora da Justiça, que prorrogou o luto das famílias.

A presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, Rosa Maria Campos Jorge, disse que o sindicato lutou para que o julgamento dos mandantes do crime fosse feito em Belo Horizonte e não em Unaí, conforme foi tentado. “Acreditamos que aqui poderia ter um julgamento imparcial”, disse Rosa, que acredita que os acusados de mandantes do crime, os irmãos Mânica, tiveram o mais amplo direito de defesa. “O que nos inspira é a necessidade de Justiça. Não suportamos mais tanta demora, com tentativas de adiar indefinidamente, fazer com que o crime caísse no esquecimento, prescrevesse”, disse Rosa Maria.

O presidente do Instituto Mineiro de Relações do Trabalho, Carlos Calazans, também cobrou a necessidade de Justiça para os mandantes do crime, quase 12 anos após a chacina. Ele lembrou que os executores receberam a sentença, mas os quatro mandantes vão à juri amanhã, a partir das 8 horas.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Cristiano Silveira (PT), disse que a expectativa é de que o julgamento ocorra e que seja feita Justiça. O deputado Professor Neilvado (PT), também ressaltou a importância do momento desse julgamento.

Requerimentos – Durante a reunião, a comissão aprovou requerimento dos deputados Professor Neivaldo, Celise Laviola (PMDB) e Cabo Júlio (PMDB) para que seja realizada audiência pública para debater a homologação de concurso público realizado em 2013 para o cargo de investigador da Polícia Civil.

Também foi aprovado requerimento do deputado Doutor Jean Freire (PT) para debater questões relativas ao acampamento João Bandeira. Outra audiência pública aprovada, do deputado Rogério Correia (PT), será para discutir, em audiência pública, reivindicações dos trabalhadores da empresa MGS, relativas aos direitos humanos.