Comissão de Direitos Humanos abriu espaço para ouvir um representante do Grupo S.O.S. Polícia Civil

Aprovados em concurso da Polícia Civil reivindicam nomeação

Cerca de mil pessoas foram convocadas pela Academia de Polícia mas ainda não tomaram posse.

03/09/2015 - 18:22

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) abriu espaço, na reunião desta quinta-feira (3/9/15), para ouvir um representante do Grupo S.O.S. Polícia Civil. Trata-se de uma turma que reúne cerca de 2.500 pessoas que foram aprovadas no último concurso da Polícia Civil.

O representante do grupo, Hugo Duarte, disse que, nos dias 17 e 18 de agosto, mil aprovados foram convocados pela Academia de Polícia Civil (Acadepol). O órgão solicitou deles uma série de documentos e pediu que preenchessem uma ficha de inscrição. Ainda segundo Duarte, a Acadepol teria pedido aos convocados que adquirissem o chamado “enxoval”, que inclui bota, uniforme e outros apetrechos.

O representante acrescentou que foi dada orientação extra-oficial para que as pessoas se preparassem para entrar na Polícia Civil. De acordo com Hugo Duarte, isso teria levado muitos dos convocados a pediram demissão de seus empregos.

Mesmo depois de fazer todas essas exigências, afirmou Hugo Duarte, “o Estado jogou um 'balde de água fria' nos concursados”: o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, afirmou há poucos dias que o governo não vai chamar mais nenhum aprovado em concursos. “Ficamos num limbo institucional. Ninguém nos dá uma posição oficial e nosso direito foi violado. Se eu sou cadastrado para o curso da Acadepol, já sou aluno da Polícia Civil”, reclamou.

Deputados articulam negociações

O líder do Governo, deputado Durval Ângelo (PT), respondeu que o fato de os concursados terem sido chamados para a Acadepol não configura nomeação. Ele conversou nesta quinta-feira (3) com o chefe da Polícia Civil, Wanderson Gomes da Silva, que estaria buscando entendimentos com o secretário Helvécio Magalhães para que o governo fizesse as nomeações o mais rápido possível. Em relação às pessoas que teriam deixado seus empregos, o deputado disse que elas não deveriam ter agido assim, já que ainda não foram nomeadas.

O presidente da comissão, deputado Cristiano Silveira (PT), lembrou que há um grande déficit de pessoal nas Polícias Civil e Militar, mas por outro lado, a crise econômica do País dificulta as finanças estaduais. Ele afirmou que tentaria contato com o secretário Helvécio Magalhães para buscar a nomeação dos aprovados no concurso.

O deputado Douglas Melo (PSC) escancarou o déficit de efetivo na Polícia Civil. “Em 1984, eram 8 mil policiais civis, e hoje, mais de 30 anos depois, são 9 mil”, disse. Ele complementou que não medirá esforços para que os concursados sejam todos admitidos.

Também o deputado Professor Neivaldo (PT) manifestou sua solidariedade com o grupo SOS Polícia Civil e sugeriu que a comissão buscasse uma audiência com o chefe da Polícia Civil e outros membros do governo.