Na ocasião, os parlamentares fizeram o relançamento da Frente Parlamentar de Proteção do Setor Sucroenergético
Plantação de cana-de-açúcar em Campo Florido

Usinas de açúcar e álcool pedem apoio contra a crise

Empresários cobram incentivos da União e do Estado para recuperar a competitividade no mercado nacional.

13/08/2015 - 17:02

O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool (Siamig), Mário Campos, lamentou que o segmento sucroenergético passa por um momento delicado, apesar estar com o maior nível de produção da sua história. Essa afirmação foi feita em reunião da Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada durante a 7ª Canacampo Techshow, em Campo Florido (Triângulo Mineiro). A reunião, que contou com a presença do ex-governador Alberto Pinto Coelho e outras autoridades estaduais e municipais, aconteceu nesta quinta-feira (13/8/15), a pedido do presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB).

Em sua participação, Mário Campos destacou que o setor é estratégico para a recuperação econômica do País, uma vez que proporcionou no último ano um aumento no consumo mensal de etanol de 50 milhões para 160 milhões de litros em Minas Gerais. “Essa conquista se deu, também, pela redução do ICMS do setor, sancionada pelo então governador Alberto Pinto Coelho”, salientou.

Segundo o dirigente do Siamig, Minas Gerais tem 37 usinas de açúcar e álcool, que geram 80 mil empregos. “A manutenção dos preços dos combustíveis no ano passado, por razões eleitorais, nos endividou porque o preço do petróleo estava alto e a produção, por isso, mais onerosa”, explicou. A seca observada nos últimos anos e a alta taxa de juros são, para o dirigente, agravante do endividamento dos empresários. Mário Campos pediu, ainda, que se invistam em energias renováveis, proteção do meio ambiente e empreendedorismo.

O produtor de cana-de-açúcar Marcos César Brunozz reforçou as palavras do presidente do Siamig e disse que os maiores problemas têm sido a produção de matéria-prima e o endividamento do setor. Para ele, sustentabilidade econômica se faz com geração de emprego e renda, e isso só será possível se houver proteção da competitividade do setor. “Precisamos de mais incentivos fiscais e de crédito. Peço que os parlamentares intercedam pelo segmento”, solicitou.

Políticas públicas – O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Altamir de Araújo Rôso Filho, concordou que setor sucroenergético representa um dos mais estratégicos do Estado. Na opinião do gestor, é preciso desenvolver políticas públicas que recuperem sua competitividade. “Temos que investir nos insumos, como a produção de fertilizantes, para reduzir o alto índice de importação do produto e, com isso, os impactos negativos no segmento sucroenergético. O meio ambiente também ainda é um gargalo, mas a secretaria passa por uma reformulação e vai poder ajudar ainda mais o produtor", afirmou.

O ex-governador Alberto Pinto Coelho lamentou que o sentimento atual é de desânimo com a situação nacional. Ele disse que o Brasil tem que superar a crise, com a geração de emprego e renda. “A redução do ICMS sobre o etanol, no final do meu mandato, foi uma tentativa de estimular o crescimento e a geração de riquezas”, explicou.

Frente parlamentar é retomada

Os parlamentares, capitaneados pelo presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Arantes, fizeram o relançamento da Frente Parlamentar de Proteção do Setor Sucroenergético. Ele reforçou que o setor está em crise e, portanto, precisa de uma politica de proteção do Governo Federal. “Minas Gerais tem o etanol como trunfo, e a agropecuária é o segmento que sustenta o País. É preciso baratear os fertilizantes para valorizar a produção de cana e grãos”, disse.

O deputado Leonídio Bouças (PMDB) também assumiu o compromisso de buscar a recuperação do setor. Para ele, é preciso fazer um pacto entre poder público e produtores para ir a Brasília cobrar uma legislação federal que estimule a produção de açúcar e álcool.

Da mesma forma, o deputado Felipe Attiê (PP) defendeu a necessidade de correção de distorções do setor para atrair mais crédito, gerar mais emprego e renda e evitar a perda de competitividade.

O deputado Arnaldo Silva (PR) sugeriu que os recursos arrecadados pelos fundos de meio ambiente e do patrimônio público, captados por meio de termos de ajustamento de conduta (TACs), sejam direcionados aos setores mais estratégicos do País, tal como o sucroenergético. De acordo com ele, hoje, esses valores são destinados apenas ao aperfeiçoamento do Ministério Público.

Avanços – Ao final, o deputado Tony Carlos (PMDB) lembrou que é preciso reconhecer que houve avanços no setor, principalmente com a redução do ICMS sobre o etanol. Ele lembrou que Minas Gerais é o terceiro maior produtor de álcool do País. "O governador está de portas abertas para o segmento”, concluiu.