Comissão aprova parecer de indicado a presidente da Fapemig
Nome de pesquisador que foi reitor da UFV agora será submetido à análise dos deputados no Plenário.
24/03/2015 - 19:20Os deputados da Comissão Especial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) constituída para analisar a indicação de Evaldo Ferreira Vilela à presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) aprovaram nesta terça-feira (24/3/15) parecer favorável à indicação. Após a arguição pública do indicado, o relator, deputado Paulo Lamac (PT), elogiou em seu parecer o currículo do indicado, bem como seus planos para a gestão à frente da entidade. O parecer sobre a indicação segue agora para votação em turno único no Plenário.
Natural de Campo Belo (Centro-Oeste do Estado), Evaldo Vilela foi reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na qual se graduou em Agronomia e atuou como pesquisador por 37 anos, e ainda secretário-adjunto de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Também atuou por um ano na área de inovação tecnológica do Ministério da Ciência e da Tecnologia.
O indicado, conforme lembrou em sua apresentação, é mestre pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor pela Universidade de Southampton (Inglaterra), tendo ainda realizado pós-doutorado nos Estados Unidos, no Japão e na Alemanha. Evaldo Vilela é ainda membro da Academia Brasileira de Ciências e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Como professor colaborador da UFV e pesquisador nas áreas de agronomia, entomologia, feromônios, comportamento de insetos, controle biológico e ecologia química, o indicado acumula mais de 140 artigos publicados, autoria ou participação em 15 livros e a orientação na formação de mais de 80 pesquisadores. Mais recentemente, ele tem se dedicado à inovação tecnológica, tendo criado o Sistema Mineiro de Inovação (Simi).
“Ao exercer um cargo público, considero muito importante essa proximidade com quem formula políticas públicas, sobretudo aquelas voltadas à inovação tecnológica. A ciência é um dos valores mais importantes para a sociedade. O Brasil precisa urgentemente de estimular mais a inovação, mas também é importante trazer uma visão política para a atuação do pesquisador. A Fapemig tem condições de gerar, com o seu trabalho, mais empregos e renda para a sociedade mineira, seguindo sempre os valores da ciência”, afirmou o indicado.
Mensagem - De acordo com a mensagem do governador encaminhada à ALMG, a Fapemig tem por finalidade promover atividades de fomento, apoio e incentivo à pesquisa científica e tecnológica no Estado. Ainda segundo a mensagem, o indicado possui qualificação acadêmica e atuação relevante em diversas instituições públicas e junto à sociedade civil, preenchendo, assim, todos os requisitos para ocupar o cargo de presidente da fundação.
Na sabatina, entre outros questionamentos, o deputado Paulo Lamac perguntou ao indicado sobre a aplicação, nos últimos anos, de 1% da receita corrente ordinária do Estado na Fapemig. Evaldo Vilela reconheceu que, pelo que já pode apurar, essa determinação não foi seguida a risca, graças a uma política de alongamento dos repasses. O saldo disso é um passivo de aproximadamente R$ 500 milhões em recursos devidos à Fapemig nos últimos anos.
Segundo ele, a Fapemig prima pela transparência na aplicação dos recursos, que apresentam alto grau de retorno. “Não inventamos nada. A Fapemig atua no mesmo formato de milhares de agências de fomento ao redor do mundo. Não dá para carimbar investimentos. Seguimos editais, com transparência e monitoramento dos resultados, para que possamos cada vez mais fortalecer o nosso diálogo com a sociedade”, destacou Evaldo Vilela.
Elogios - O indicado também recebeu elogios dos deputados Leonídio Bouças (PMDB), presidente da comissão, Douglas Melo (PSC) e da deputada Cristina Corrêa (PT). “É digno de elogios o indicado ter dedicado tanto tempo a algo tão relevante para Minas Gerais, como o desenvolvimento científico. Acho que a Fapemig poderá dar importante contribuição em muitas áreas carentes do nosso Estado”, apontou.
“Mesmo nos anos de maior desenvolvimento econômico, quando o Brasil foi incluído entre as potências em ascensão nos chamados Brics, era grande a diferença no número de patentes registradas aqui com relação aos outros países. Isso é resultado do baixo investimento em pesquisa no Brasil. Eu ajudei a aprovar a lei que estipula a aplicação de 1% da receita corrente ordinária na Fapemig e agora esse índice tem que ser cumprido. Somente assim vamos agregar valor aos produtos da economia mineira”, defendeu o deputado Leonídio Bouças.