Especialistas foram convidados para debater o tema do Parlamento Jovem deste ano: “Segurança Pública e Direitos Humanos”
Madu Macedo participa do Parlamento Jovem pela sexta vez
No debate desta terça (17), foram apresentados os três subtemas definidos

Parlamento Jovem se amplia com novas ferramentas

Ambientes virtuais de gestão e formação foram apresentados a coordenadores regionais do programa.

17/03/2015 - 17:52 - Atualizado em 17/03/2015 - 19:46

A utilização de ambientes online para formação e gestão do Parlamento Jovem de Minas e a ampliação do número de cidades participantes são as principais novidades do programa para este ano. Nesta terça-feira (17/3/15), na Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), as novas ferramentas virtuais foram apresentadas para cerca de 20 coordenadores dos oito polos em que foram organizados os municípios participantes. Os coordenadores, responsáveis pela condução das etapas regionais do Parlamento Jovem, também debateram o tema deste ano, “Segurança Pública e Direitos Humanos”, com dois especialistas convidados.

Quatorze novos municípios foram integrados ao Parlamento Jovem neste ano. Com os 27 que já haviam participado no ano passado, são 41 cidades engajadas no processo. Elas estão organizadas em oito núcleos regionais e, ao contrário do que ocorreu em 2014, não há mais municípios que participam de forma isolada. Dessa maneira, todas as escolas que participam do programa passarão por três etapas: encontros municipais (junho e julho), regionais (agosto e setembro) e plenária estadual (fim de setembro e início de outubro).

A organização dos municípios em polos foi a solução que a Escola do Legislativo encontrou para ampliar o número de municípios e escolas participantes, uma demanda crescente da sociedade. “Antes disso, conseguíamos atender, no máximo, 20 cidades”, explicou Fernanda Freitas, servidora da ALMG que integra a coordenação estadual do projeto.

A solução encontrada foi elogiada pelos coordenadores regionais, como Madu Macedo, diretora da Escola do Legislativo de Pouso Alegre (Sul de Minas). Ela participa do programa pela sexta vez. “Quando comecei, em 2010, eram 12 cidades. Hoje são 41. Com as três etapas, os estudantes chegam aqui na Assembleia, para a etapa final, muito mais amadurecidos”, afirmou.

Madu Macedo estima que aproximadamente mil estudantes participarão de alguma forma do Parlamento Jovem no polo Sul de Minas 1, coordenado por ela. Apesar da incorporação de 14 novos municípios, no geral, a demanda para inclusão continua crescendo, e Fernanda Martins diz que há intenção de ampliar o programa ainda mais nos próximos anos.

A coordenadora do polo regional Triângulo e Noroeste, Rochelle Gutierrez, que é servidora da Câmara Municipal de Uberaba (Triângulo Mineiro), diz que outros quatro municípios já aguardam inclusão no programa: Carneirinho, Araxá, Patrocínio e Ituiutaba. “A maior evolução proporcionada pelo programa é ver a sociedade cada vez mais próxima da Assembleia. Para nós, que somos do interior, a Assembleia parece muito distante”, afirmou a coordenadora.

Polos regionais – Os oito polos estão organizados dessa forma: Central (Belo Horizonte, Betim, Carandaí, Ouro Preto e Ressaquinha); Centro-Oeste (Divinópolis, Nova Serrana, Pains); Médio Piracicaba (Itabira, João Monlevade e São Gonçalo do Rio Abaixo); Norte e Jequitinhonha (Capelinha, Itamarandiba, Montes Claros e Janaúba); Sul de Minas I (Carvalhópolis, Extrema, Ipuiuna, Itajubá, Machado, Monte Sião, Ouro Fino, Pouso Alegre, Santa Rita de Caldas, São Lourenço e Três Pontas); Sul de Minas II (Andradas, Guaxupé, Poços de Caldas e São Sebastião do Paraíso); Triângulo e Noroeste (Conceição das Alagoas, Iturama, Uberaba, Uberlândia e Unaí); e Zona da Mata (Juiz de Fora, Leopoldina, Matias Barbosa, Santos Dumont, Viçosa e Visconde do Rio Branco).

Ambientes virtuais viabilizam ampliação

Além da organização em polos, as novas ferramentas online são outro recurso que permitiu a ampliação do Parlamento Jovem. São dois ambientes virtuais que estão sendo usados pela primeira vez em 2015. O ambiente de gestão, apresentado nesta terça (17) aos coordenadores, vai ajudá-los a monitorar as etapas municipais e regionais e a reproduzir a metologia aplicada em nível estadual. Já o ambiente de formação será aberto aos coordenadores, mas também aos monitores e estudantes.

O ambiente online de formação, segundo Fernanda Freitas, é organizado em quatro eixos: formação política e cidadã; formação específica sobre o tema abordado na edição anual; análise e diagnóstico da situação local; e capacitação sobre metodologia participativa de construção de propostas.

Subtemas – É no contexto da formação temática que entra o debate organizado nesta terça (17) com dois especialistas. Na ocasião, foram apresentados os três subtemas definidos recentemente. O tema principal, “Segurança Pública e Direitos Humanos”, será desdobrado nas seguintes questões: “Prevenção social do crime”, “Novas perspectivas para atuação policial” e “Proteção a segmentos vulneráveis à violência”.

Sociólogo e coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública da Fundação João Pinheiro, Eduardo Batitucci abordou principalmente a origem e características do sistema policial, instrumento de controle social que se opõe, desde sempre, ao exercício da cidadania, na sua avaliação.

Especialista em Direito Constitucional e em Direitos Humanos, professor da PUC Minas e da UFMG, José Luiz Quadros de Magalhães discutiu a origem da violência no Brasil. Ele ressaltou, principalmente, que mesmo em períodos recentes de crescimento econômico e inserção social de grupos antes excluídos, os índices de violência cresceram. “A violência, em nossa sociedade, é estrutural”, afirmou. Ele apontou a ironia de se falar em acabar com a corrupção em uma sociedade em que até mesmo as relações de consumo são essencialmente desonestas, citando como exemplo a obsolecência programada de produtos lançados pelo mercado.

Nesta quarta-feira (18), o encontro dos coordenadores regionais continua com uma exposição de Fernanda Freitas e do gerente-geral de Projetos Institucionais da ALMG, Ricardo Moreira, sobre a organização da etapa regional do projeto. Encerrando as atividades, os representantes dos polos regionais participarão de uma dinâmica, coordenada pela servidora da ALMG Joselma Luquini, envolvendo a realização das atividades da plenária regional e de uma oficina de formação pedagógica para o Parlamento Jovem de Minas.

Formação política - O Parlamento Jovem de Minas é um projeto de formação política destinado aos estudantes dos ensinos médio e superior, que cria para os jovens uma oportunidade de conhecer melhor a política e os instrumentos de participação no Poder Legislativo. O projeto existe desde 2004 e é uma iniciativa da ALMG em parceria com a PUC Minas e câmaras municipais. A cada ano, um tema de relevância social e do interesse dos jovens é trabalhado por meio de diversas atividades de estudo, debates e deliberação.