Espírito Santo e Paraná mostram experiências no turismo
Os dois Estados têm planejamento governamental para aumentar o fluxo de visitantes.
11/08/2014 - 18:43 - Atualizado em 11/08/2014 - 19:19A organização do turismo no Espírito Santo e no Paraná foi o assunto que predominou nas discussões da parte da tarde no Debate Público Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo em Minas Gerais, realizado nesta segunda-feira (11/8/14) pela Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O deputado Rômulo Veneroso (PV), um dos requerentes para a realização do evento, esteve presente no debate.
No primeiro painel da parte da tarde - “A organização e as experiências da política pública de turismo no Brasil” -, a secretária de Turismo do Espírito Santo, Diomedes Berger, compartilhou dados sobre a experiência capixaba, frisando a localização estratégica do Estado, a menos de mil quilômetros dos principais centros consumidores do País. “Somos o primeiro Estado do País em gestão fiscal e em investimento per capita”, destacou.
Ela fez uma retrospectiva das políticas públicas implantadas no Estado a partir de 2003, com a criação do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo, atualizado em 2009. “Temos três comissões temáticas e dez regiões turísticas, duas delas com instâncias de governanças informais. Buscamos fazer todas as modificações em nosso planejamento de forma participativa. Mas não é fácil envolver a iniciativa privada nesse processo”, explicou.
A secretária contou, ainda, quais são as metas mobilizadoras do planejamento no Estado. “Buscamos aumentar o gasto médio do turista; aumentar o turismo de negócios e eventos; consolidar as rotas turísticas; ter dois resorts; aumentar a quantidade de empregos formais e revitalizar a orla de Guarapari, obra que vai custar R$ 44 milhões”, informou.
A experiência do Paraná – A diretora técnica da Paraná Turismo, Deise Bezerra, destacou que o turismo no Estado avançou bastante a partir de duas mudanças: a criação de uma secretaria exclusiva para a área e a implementação do pacto Paraná pelo Turismo. “Percebemos que, se continuássemos apenas com o conselho, não iríamos avançar. Por isso, reunimos um G7, um grupo com as principais federações privadas, que se comprometeram a discutir e fazer parcerias com o setor turístico, por meio de convênios”.
Ela também frisou a importância do planejamento estratégico para a área. “Somos o terceiro Estado com o maior fluxo turístico do País”, contou.
Turismo agrega vários segmentos da economia
Ex-diretor do Departamento de Planejamento e Avaliação de Turismo da Secretaria Nacional de Políticas do Turismo, José Augusto Guedes Falcão foi o debatedor do painel e citou as diversas peculiaridades que envolvem a prática turística, dentre elas o fato de que é uma atividade econômica que não se caracteriza pela produção, mas se organiza pelo consumo. “Agrega um conjunto de setores da economia, como o setor hoteleiro. O turismo, em si, não é um elemento único e isolado”, disse.
Ele também falou do aumento da capacidade das pessoas de fazerem turismo na última década e da necessidade dos governantes de pensarem a escala de abrangência do mercado consumidor. “Todo prefeito quer transformar sua cidade em polo turístico. Mas é preciso pensar a qual nicho de mercado essa cidade pertence - âmbito local, regional, estadual ou nacional? É preciso achar o nicho, trabalhar e potencializar a economia”, defendeu.
O ex-diretor reforçou ainda a importância da interação entre setores públicos para a obtenção de recursos, como, por exemplo, no caso de estradas. “A secretaria de turismo deve pautar outros órgãos, para que eles saibam das demandas que são mais importantes. Não dá para construir estradas, mas a secretaria de obras públicas precisa saber dessa necessidade”.