Comissão de Meio Ambiente verificou o nível de poluição do Lago Azul, localizado em Pará de Minas
Deputados vão realizar audiência pública em busca de uma solução para o problema

Poluição de lagoa em Pará de Minas preocupa comissão

Deputados se comprometeram a buscar soluções para recuperar o Lago Azul.

11/07/2014 - 14:40

O nível de poluição do Lago Azul, localizado no distrito de Carioca, em Pará de Minas (Região Central do Estado), surpreendeu os deputados da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Em visita ao local nesta sexta-feira (11/7/14), solicitada pelo deputado Inácio Franco (PV), os parlamentares verificaram a necessidade de uma audiência pública que reúna prefeitos, vereadores, órgãos ambientais e a população para que se encontrem soluções para recuperar o espelho d'água, que já foi o cartão postal da cidade.

Segundo o presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema) de Pará de Minas, José Hermano de Oliveira, o Lago Azul era um local de lazer e diversão dos moradores da região. Mas com a poluição trazida pelo esgoto das cidades vizinhas de Itaúna, Itatiaiuçu e Igaratinga e por dejetos de empresas instaladas na região, tornou-se totalmente coberto por aguapés.

José Hermano explicou que recuperar o local é difícil, mas que é preciso que o Ministério Público e o Poder Judiciário obriguem as cidades a tratarem seu esgoto. “Isso é uma obrigação constitucional. Temos ações na Justiça, mas a sensação que fica é aquela de ganhar, mas não levar. Espero que essa audiência pública seja o primeiro passo neste sentido”, disse.

O presidente da comissão, deputado Célio Moreira (PSDB), se disse perplexo e triste com o que viu. Para ele, é preciso uma grande mobilização para que a situação seja revertida. “Vamos realizar uma audiência em agosto para ouvir todos os lados. Temos que recuperar esse ponto turístico, que um dia foi motivo de orgulho e hoje é uma vergonha para os moradores de Pará de Minas”, afirmou.

O deputado Inácio Franco fez coro às palavras do colega e destacou a necessidade de se encontrar um solução urgente para o problema. Segundo ele, a situação chegou a um ponto crítico, e o tratamento do esgoto das cidades vizinhas pode ser o caminho. “Demos hoje o primeiro passo. Sabemos que é dificil, mas por meio do debate vamos cobrar providências dos responsáveis e, assim, recuperar o Lago Azul”, comprometeu-se.

Prefeito de Itaúna prevê esgoto tratado em até dois anos

A primeira etapa do tratamento de esgoto de Itaúna será entregue em agosto deste ano. Quem garante é o prefeito do município, Osmando Pereira. De acordo com ele, foram investidos R$ 9 milhões na primeira parte do projeto, que deve continuar com recursos do Ministério das Cidades. “A burocracia atrapalha, mas esperamos iniciar as obras até o início do ano que vem. Depois da liberação dos recursos, estimamos que teremos 100% de esgoto tratado em dois anos”, anunciou.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Igaratinga, Geraldo Aparecido Fabiano, afirmou que existe um projeto da prefeitura para captar recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para financiar o tratamento de esgoto da cidade. Ele explicou que a cidade é pequena, com cerca de 10 mil habitantes e, portanto, não tem recursos próprios para a instalação de estações de tratamento, que custam caro. “Nossa preocupação é evitar o agravamento da situação do Lago Azul e dos mananciais da região. Estamos trabalhando para isso”, salientou.