Novo êxodo rural é desafio para melhorar a mobilidade urbana

A observação é do professor da Universidade Federal do Jequitinhonha, que participou de encontro em Teófilo Otoni.

13/11/2013 - 18:12

O município de Teófilo Otoni (Vale do Mucuri) recebeu nesta quarta-feira (13/11/13), o terceiro encontro da Agenda com os Municípios: Construindo Planos de Mobilidade Urbana, uma das ações que integra o Fórum Técnico Mobilidade Urbana - Construindo Cidades Inteligentes. O objetivo da ação, realizada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), foi sensibilizar as autoridades e os cidadãos da região para a elaboração de normas de mobilidade urbana até 2015.

As normas de mobilidade urbana são exigidas pela Lei Federal 12.857, de 2012, e deverão ser elaboradas em todos os municípios com mais de 20 mil habitantes. Para colaborar com os municípios, a ALMG organizou uma agenda com 11 eventos regionais. Já foram realizados encontros em Montes Claros (Norte de Minas) e em Viçosa (Zona da Mata).

Druante a manhã, dedicada às palestras, o professor da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, Carlos Henrique Alexandrino, afirmou que o país está passando por um novo processo de êxodo rural, tornando a necessidade de adaptação dos centros urbanos ainda mais importante e desafiadora. Segundo ele, cerca de 80% da população brasileira se concentra na área urbana e, em função da fase de prosperidade pela qual o País está passando, os grandes centros exercem ainda mais poder de atração sobretudo sobre os jovens que estão migrando da zona rural em busca de mais oportunidades.

O superintendente de Planejamento e Gestão de Infraestrutura Urbana e Rural da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), Pedro Schultz Fonseca Batista, explicou aspectos da Lei 12.587 e prestou informações quanto ao acesso dos municípios às informações técnicas e aos recursos e financeiros para a elaboração e execução dos Planos Municipais.

Deputado defende transporte público de mais qualidade

O deputado Paulo Lamac (PT) reforçou a necessidade de se promover uma mudança cultural no Brasil. De acordo com ele, para melhorar a acessibilidade das pessoas é preciso melhorar o transporte público coletivo, oferecendo um serviço com mais conforto e mais barato, que funcionará como forma de convencer o cidadão a deixar em casa o carro próprio.

Lamac afirmou que, com o aumento do poder aquisitivo do brasileiro, muitas pessoas agora podem ter o carro próprio. Por isso, a deficiência do transporte público ficou mais evidente. Ele disse que o problema do trânsito é um jogo de três variáveis: tempo x custo x conforto. O cidadão analisa essas três questões para tomar sua decisão. “Se o ônibus for mais rápido e as tarifas mais baratas, ele vai preferir o transporte público”, aposta o parlamentar, lembrando que isso ocorre em países europeus, nos Estados Unidos e em alguns vizinhos da América do Sul. Segundo ele, a relação entre número de carros e a população ainda é baixa no Brasil. “Não podemos continuar culpando o pobre, que hoje tem carro, pelo estrangulamento do trânsito. A culpa é do péssimo transporte público que é oferecido”, defendeu.

À tarde, os participantes participaram de oficinas para receberem orientações sobre como elaborar os planos municipais de mobilidade urbana. O próximo encontro da agenda será em Governador Valadares (Rio Doce) nesta quinta-feira (14).