O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Dinis Pinheiro (PP), advertiu nesta sexta-feira (8/11/13) que o Brasil vive hoje a maior concentração de riquezas na esfera federal de toda a sua história, em detrimento dos municípios. Para o deputado, o problema vem de governos anteriores, tendo sido agravado na gestão da presidente Dilma. “Para construírmos um Brasil mais ético e justo temos que priorizar a causa municipalista”, afirmou Dinis Pinheiro ao discursar na abertura do 100 º Encontro de Prefeitos das Cidades Polo de Minas Gerais, realizado em Araxá (Alto Paranaíba).

Durante a solenidade, foi dada posse à nova diretoria da Frente Mineira de Prefeitos, presidida pelo prefeito de Divinópolis, Vladimir Azevedo. Em seu discurso, Azevedo resumiu entraves e problemas que atormentam os municípios em uma única constatação: a de que se consolidou no Brasil uma estrutura perversa que federaliza os recursos e municipaliza somente os serviços.  Ele destacou a importância de iniciativas empreendidas pela ALMG em prol da causa municipalista e ainda por mais recursos federais para investimentos na saúde, objetivo da Campanha Assine + Saúde. Também elogiou a busca de soluções para o problema da mobilidade urbana, tema de fórum técnico organizado pela Assembleia com dezenas de entidades parceiras.

Ainda durante a solenidade, Azevedo recebeu uma homenagem da Associação Mineira de Municípios (AMM), em comemoração ao centésimo encontro de prefeitos de cidades polo. O presidente da AMM e prefeito de Barbacena, Toninho Andrada, entregou uma placa comemorativa ao prefeito de Divinópolis, que estendeu a homenagem a todos os prefeitos presentes e ao ex-prefeito de Monte Carmelo, Nilson Souto, organizador do primeiro encontro, realizado em 1984.

Dia do Basta – Em seu discurso, o prefeito Toninho Andrada fez uma convocação aos prefeitos pela mobilização programada pela AMM para o dia 13 de dezembro, o Dia do Basta. De acordo com o prefeito, o movimento busca reverter o processo de centralização administrativa do País iniciado pelo governo militar, na década de 60, e intensificado recentemente, com a concentração de recursos pelo Governo Federal. “Dos 853 municípios mineiros, cerca de 600 dependem do Fundo de Participação dos Municípios para se manterem, o que não é suficiente. Hoje, para construir uma creche, um posto de saúde, esses prefeitos têm que ir a Brasília, eles dependem de programas federais”, criticou Andrada.

Os prefeitos de Araxá, Jeová Moreira da Costa, e de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, também se pronunciaram em favor da unidade dos municípios mineiros. Integraram a mesa, ainda, o prefeito de Itaúna, Osmando Pereira, e os deputados estaduais Bosco (PTdoB), Antonio Lerin (PSB) e Paulo Lamac (PT). Participaram da abertura 16 dos 27 prefeitos de cidades polo de Minas Gerais.