Neste segundo semestre, o grupo se apresenta no Festival Internacional de Corais e na Cantata de Natal
Para José Araújo, cantar em grupo é uma terapia e ajuda a disfarçar a timidez
Mulheres predominam no grupo, o que exige repertório adaptado

Coral da Assembleia completa 20 anos

A atividade institucional, criada em 1993 pela Aslemg e composta atualmente por 36 pessoas, é aberta aos cidadãos.

17/09/2013 - 17:50

O Coral da Assembleia completa, em 2013, 20 anos de fundação. A atividade é uma boa pedida para quem é afinado, gosta de cantar e quer deixar a rotina mais leve. O grupo reúne, atualmente, 36 integrantes, sob a regência do maestro Guilherme Bragança. Desses, 12 são servidores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), três são aposentados da Casa e os outros 21 são familiares e conhecidos desse público ou cidadãos em geral.

O repertório é variado, com músicas que vão desde o estilo medieval e renascentista, passando pelo clássico, até chegar ao popular e folclórico. Os ensaios acontecem às segundas e terças, com naipes separados, e às sextas-feiras, com todos os integrantes, sempre das 12h30 às 14 horas, no Teatro ou no Auditório do Palácio da Inconfidência. Em agosto, foi aberto mais um horário de ensaios, às quintas-feiras, das 18h30 às 20 horas. Para participar, o candidato precisa se submeter a um teste de afinação, no qual deve cantar pequenas melodias em tons diferentes.

Criado em 1993 pela Associação dos Servidores do Legislativo do Estado de Minas Gerais (Aslemg), o Coral da Assembleia recebeu seu nome atual nos anos 2000. Em 2006, tornou-se uma atividade institucional, vinculada à Diretoria de Comunicação Institucional, tendo seus objetivos e seu funcionamento detalhados pela Mesa da ALMG, por meio da Deliberação 2378

A consultora Aline Almeida entrou para o grupo em fevereiro deste ano, dois meses depois de tomar posse na Assembleia. “Fiquei sabendo e logo me interessei. Tenho uma história antiga com as artes: já fiz teatro e dança”, revela. Parada há dois anos por conta dos cuidados com a filha, ela diz que o retorno à atividade artística veio para preencher uma falta. “Sei que existem alguns benefícios para os servidores, mas entrei porque gosto de arte. É uma oportunidade que a Assembleia nos proporciona e que devemos aproveitar”, salienta.

Para o aposentado da ALMG José da Silva Araújo, o coral é uma terapia: “faço porque gosto de estudar música, principalmente as de estilo gregoriano”. Araújo, como é conhecido no grupo, ressalta que não é preciso ser cantor profissional para participar. “A gente aprende praticando e o fato de cantar com outras pessoas ajuda a disfarçar a timidez”, revela.

Cidadãos também podem participar

O coral também recebe inscrições do público externo. Gérson Ferreira dos Santos, que há 26 anos vende doces e biscoitos na entrada principal do Palácio da Inconfidência, soube dessa abertura e aproveitou para se juntar aos grupo, há três anos. Ele conta que nem a dificuldade de comparecer aos ensaios, que acontecem em um horário de bastante movimento de vendas, fez com que ele desanimasse. “Costumo pagar um pessoa pra ficar aqui pra eu poder ir”, diz o coralista, que é ouvinte de música clássica e fã da Cantata de Natal da ALMG.

De acordo com Guilherme Bragança, que é doutorando em neurociência da música pela UFMG e está há mais de 15 anos como regente do grupo, a abertura aos cidadãos é uma das marcas do Coral da Assembleia. “Os corais de instituições costumam ser formados somente por servidores ou empregados”, compara. Outro diferencial, segundo o maestro, é o fato de contar com um cravista com formação em música antiga, o servidor Antônio Carlos de Magalhães, que também é pianista do grupo.

Reforço masculino é muito bem-vindo

O coral é formado, atualmente, por 28 mulheres e apenas oito homens. Esse desequilíbrio de gênero tem exigido algumas manobras por parte do maestro, como a escolha de repertório e de arranjos adaptados para vozes predominantemente femininas. “Com mais alguns reforços masculinos, conseguiríamos chegar à formação mista, que é a mais tradicional em se tratando de corais”, destaca Guilherme Bragança, em tom de convite.

Completar o grupo também garantiria a participação do Coral da Assembleia em um encontro que acontece todos os anos, sempre no primeiro semestre, em Foz do Iguaçu. Por isso, a torcida para a chegada dos coralistas homens é ainda maior. Assim como é grande também a expectativa de uma participação mais expressiva de jovens. "É sempre bom renovar. No Brasil, há uma falsa impressão de que coral é uma atividade só da terceira idade, mas, na Europa e na América do Norte, essa é uma atividade típica de jovens, sempre presente nas escolas de segundo grau e nas universidades”, pontua.

A agenda do grupo, neste segundo semestre, inclui a participação no Festival Internacional de Corais (FIC), esta semana, em Belo Horizonte, e a apresentação da tradicional Cantata de Natal da Assembleia, no início de dezembro.

Como participar – Os interessados em fazer parte do coral devem procurar o maestro Guilherme Bragança ou a secretária do grupo, Gabriela Marota, pelos telefones (31) 2108-7090 e (31) 2108-7238 ou pessoalmente, minutos antes dos ensaios.