As entidades que participaram da audiência apresentaram os projetos que desenvolvem e como são ligados à economia criativa
Adriana Barbosa apresentou o projeto Plug Minas

Parlamentares incentivam integração na economia criativa

Comissão recebeu entidades ligadas ao tema e reforçou a importância da ação conjunta para aumentar a eficiência.

10/09/2013 - 18:36

A Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promoveu, nesta terça-feira (10/9/13), um ambiente de troca de informações e conhecimento entre diversas entidades ligadas à economia criativa no Estado. Estiveram presentes no encontro a Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego, o Sebrae-MG, a superintendência de Arranjos Produtivos Locais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) e o projeto Plug Minas, da Secretaria de Estado de Cultura. Conforme definição do Sebrae, economia criativa são os segmentos econômicos que utilizam conhecimento e criatividade no ciclo de produção como, por exemplo, moda, arte, gastronomia e tecnologia.

Para o deputado Gustavo Perrella (PDT), o ponto principal é a integração de todas essas instituições que desenvolvem trabalhos relevantes para a economia criativa. A deputada Ana Maria Resende (PSDB) reforçou que a ação conjunta permite que não haja duplicidade nas ações realizadas pelas entidades e órgãos estaduais. “Fundamental é não haver sobreposição de ações para que os programas sejam mais eficazes”, afirmou.

Para o gerente de Comércio e Serviços do Sebrae-MG, Agmar Campos, a economia criativa é um setor diferenciado que ganha cada vez mais força. “A economia criativa está cada vez mais presente em nosso PIB – temos empreendedores, temos consumo. Ela é uma forma diferenciada de se pensar o desenvolvimento”, afirmou.

Campos ainda criticou a falta de informação sobre a economia criativa de Minas Gerais. “Uma das principais carências é entender, de fato, qual é a realidade do nosso Estado. Temos como fonte o IBGE, mas ele não classifica a economia criativa como ela deve ser pensada”, criticou. Segundo ele, um dos principais desafios é pensar o setor de forma integrada, mas respeitando as particularidades de cada segmento. “São 16 segmentos que devem ser pensados de forma complementar.”

Já para João Paulo Braga, superintendente de Arranjos Produtivos Locais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, os desafios da economia criativa são vários. Ele citou a concorrência com o mercado asiático, a modernização tecnológica, educação e capacitação da mão de obra técnica para gestão empresarial, governança e articulação, a melhoria dos produtos por meio de investimentos e design, a criação de marcas empresariais e regionais fortes.

Entidades apresentam projetos de desenvolvimento

Cada uma das entidades que participou da audiência apresentou os projetos por ela desenvolvidos e como eles são ligados à economia criativa. A gerente executiva do projeto Plug Minas, Adriana de Cássia Barbosa, mostrou como a entidade trabalha para o desenvolvimento dos jovens, especialmente em áreas ligadas à tecnologia e ao design. Entre os trabalhos realizados com jovens pelo Plug Mina estão: formação em circo, teatro, dança e artes visuais; cursos técnicos de arte e tecnologia; curso técnico em administração com ênfase em gestão de negócios; curso de programação e webdesign para jogos digitais biodimensionais; e cursos de espanhol e inglês.

O secretário adjunto de Estado de Trabalho e Emprego, Hélio Rabelo, reforçou o trabalho da pasta na qualificação profissional dos trabalhadores. “O Pronatec atende qualquer área técnica, desde que haja demanda. Já o programa Travessia Renda oferece qualificação profissional com recurso 100% estadual”, explicou. Ele ainda destacou os projetos voltados para populações tradicionalmente excluídas. “Temos procurado trabalhar com grupos que não são normalmente trabalhados – população indígena, jovens egressos de penitenciárias, trabalhadores rurais que vivem em assentamentos rurais regularizados, populações ribeirinhas, assentamentos de quilombolas, pessoas com deficiência, catadores de materiais recicláveis. O próximo passo será trabalhar com populações ciganas”, informou.

A representante do Indi, Valéria Khoury Ribeiro, mostrou o trabalho de prospecção de investimentos produtivos para Minas Gerais. “Além de trazer novos empreendimentos, trabalhamos também para mantê-los no Estado”, afirmou.

Ela mostrou ainda o trabalho de apresentação de Minas para possíveis investidores e a interlocução entre eles, o poder púbico e instituições privadas. “Damos apoio tributário, ambiental, logístico e de infraestrutura, com a interlocução entre entes públicos e privados”, explicou.

Norte de Minas - A deputada Ana Maria Resende pediu maior apoio das entidades ao Norte de Minas. “Precisamos conhecer as particularidades e potencialidades do Norte de Minas. Temos que desenvolver o nosso potencial próprio”, afirmou. Ela destacou diversos setores tradicionais dessa região que não recebem apoio. “Temos a cachaça, o pequi, a carne de sol, o café, e precisamos desenvolver esses setores.” Ela ainda pediu maior apoio do Indi para levar empreendimentos para o Norte. “É muito fácil oferecer Uberlândia, Contagem, Betim. Mas é preciso oferecer também o Norte de Minas”.

Confira o resultado da reunião.