Valorização da memória do Legislativo foi destaque na ALMG

Assembleia lançou projeto Memória do Legislativo Mineiro, com ações em prol da preservação do patrimônio da Casa.

20/12/2012 - 09:34

A valorização da memória, tanto do Parlamento mineiro como da política de Minas Gerais marcou a atuação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais este ano. Essa ênfase nas ações em prol da preservação do patrimônio material e imaterial do Legislativo é garantida como prioridade no Direcionamento Estratégico Assembleia 2020.

O projeto “Memória do Legislativo Mineiro” é um dos 11 projetos estratégicos da Casa para o biênio 2011-2013, e começou em 2011. O objetivo dessa iniciativa é promover o resgate, a compreensão e a valorização da memória do Legislativo mineiro, por meio do acesso da população a documentos textuais, audiovisuais e artefatos, e de ações educativas, para ajudar na construção de um senso de identidade e cidadania. Um dos frutos desse trabalho foi a transposição do mural da artista plástica Yara Tupynambá, para a Galeria de Arte do Espaço Político-Cultural Gustavo Capanema.

Transposição do mural - Yara Tupynambá participou do evento de apresentação do trabalho, realizada em outubro deste ano, e que marcou o fim do processo de restauração e transposição do mural “Da descoberta do Brasil ao Ciclo Mineiro do Café”. Momentos fundamentais da história brasileira são retratados nos azulejos que formam o mural, como a chegada das caravelas ao Brasil, a conquista do interior pelos bandeirantes, a exploração do ouro e a Inconfidência Mineira.

Criada em 1973, a obra tombada pelo Patrimônio Histórico de Belo Horizonte, era composta de dois painéis, que ficavam no restaurante que funcionava no 2º andar do Palácio da Inconfidência. Com a desativação do restaurante, em 1996, o espaço foi transformado em gabinetes parlamentares. O mural, que após a transposição foi consolidado em uma única sequência, é constituído de 872 azulejos e tem 17 metros de comprimento e 2,48 metros de altura.

Toda as etapas da transposição da obra foram marcadas por uma atuação interdisciplinar, que envolveu professores, conservadores, técnicos, cientistas e alunos de graduação da Escola de Belas Artes da UFMG, que coordenou todo o processo, inédito no Estado. O trabalho, que durou 10 meses, também contou com a participação de especialistas do Recife (PE), com experiência em obras azulejares.

Comemorações dos 40 anos do Palácio da Inconfidência marcam o ano

Outro evento marcante na perspectiva de valorização da memória do Legislativo mineiro foram as comemorações dos 40 anos de construção do Palácio da Inconfidência, sede da ALMG. Em março deste ano, foi realizada reunião especial no Plenário para destacar a importância do Palácio, inaugurado nesse mesmo mês, em 1972. Palco da promulgação da Constituição mineira de 1989, do aprimoramento da democracia e da aproximação com a sociedade, a sede do Legislativo foi tombada como patrimônio cultural de Belo Horizonte em 2009.

Na solenidade, o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), bem como outros parlamentares e servidores que atuaram na Casa lembraram a história da construção do Palácio e o papel da nova sede para o desenvolvimento das atividades legislativas em Minas Gerais. Também no evento, personalidades relacionadas à construção da obra foram homenageadas, como alguns ex-presidentes e ex-diretores-gerais da Assembleia e do governador de Minas à época, Rondon Pacheco. A lista de homenageados incluiu ainda o arquiteto responsável pelo projeto arquitetônico, Pawel Liberman e o engenheiro responsável pela obra, Benedicto Valladares.

Bens tombados - Também na reunião, foi lançado o “Catálogo de Bens Tombados da ALMG”. A publicação traz fotos e informações sobre os bens móveis da Assembleia que foram tombados pelo patrimônio histórico. Todos esse bens compuseram a exposição “Bens Tombados da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais”, realizada também em março deste ano, como parte das comemorações dos 40 anos do prédio.A mostra reuniu obras de premiados artistas nacionais e estrangeiros, como Sérgio Rodrigues, Yara Tupynambá, Vico Magistretti, Jorge Zalszupin, Enrico Dominici, Amilcar de Castro, Charles Eames e George Nelson.

A exposição incluía ainda a visita guiada a vários espaços do Palácio, como a Sala Presidente Manoel Costa, privativa dos deputados; a capela; o Salão Nobre, ornamentado com retratos a óleo de todos os ex-presidentes e com lustres de cristal e aço; a Galeria de Arte e o hall do edifício. Em alguns desses espaços, ficaram expostos móveis tombados, como os sofás Maralunga e Navona. O último ponto do roteiro era o Plenário, onde ficam mesas e cadeiras dos parlamentares e as luminárias consideradas patrimônio da cidade.

Memorial – No início de março de 2013, será inaugurado na sede da ALMG o Memorial do Legislativo Mineiro, espaço que vai abrigar uma exposição permanente para contar a história do Parlamento de Minas Gerais. Segundo os idealizadores do projeto, a ideia é resgatar alguns marcos importantes da história do Legislativo estadual e da política mineira.

Nesse passeio pela história política, serão mostrados momentos importantes na trajetória do Estado e do País, tais como a promulgação de constituições estaduais e federais. Aproximando-se um pouco dos dias atuais, será enfocada a participação da Assembleia em eventos cruciais na política nacional, como o impeachment de Collor, os movimentos das Diretas Já e pela anistia, além das greves de trabalhadores que tiveram como palco de manifestação a ALMG.

Juntamente com a inauguração do Memorial físico, será lançado também o Memorial do Legislativo virtual, que será acessado pelo Portal da Assembleia. No Memorial virtual, o usuário poderá acessar informações não disponíveis no Memorial físico, como documentos arquivados pela Biblioteca e o banco de dados da Gerência de Documentação e Informação da Casa.