Gestores pedem adesão de empresas a cursos de capacitação
Tema de audiência pública na Assembleia, programas de qualificação profissional da Copa já atenderam 90 mil pessoas
28/11/2012 - 19:19“Sem a anuência dos empresários, os empregados não terão como se capacitar adequadamente para atender a todas as exigências da Fifa”. O alerta foi feito pela secretária adjunta de Turismo, Silvana Nascimento, durante audiência que a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou nesta quarta-feira (28/11/12). A reunião teve como objetivo discutir os programas de qualificação profissional voltados aos setores de prestação de serviço para a Copa das Confederações de 2013 e para a Copa do Mundo de 2014. A reunião foi requerida pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).
Silvana Nascimento chegou a fazer um apelo: “precisamos mudar a cultura do empresariado, a iniciativa privada deve entender que seus funcionários só procurarão os cursos oferecidos se puderem frequentar as aulas”. Ela explicou que ainda há vagas excedentes nos programas porque os trabalhadores interessados nem sempre são liberados por seus empregadores.
Para ampliar a oferta de educação profissional e tecnológica, o Governo federal criou, em 2011, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Silvana contou que nova modalidade, o “Pronatec Copa In Company”, passou a oferecer aulas de inglês, espanhol, serviços turísticos, entre outros, dentro da própria empresa. “Acredito que, com essa iniciativa, a adesão será maior e poderemos contar com mais trabalhadores qualificados nas cidades que sediarão os jogos da Seleção, ao todo, 11 municípios", afirma Silvana Nascimento.
A coordenadora de Marketing e Serviços da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo, Mariana Costa Bahia Freire, concorda com a secretária adjunta. De acordo com ela, os programas conveniados com os agentes do chamado "Sistema S", como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), já capacitaram cerca de 20 mil pessoas em áreas diversas do comércio e do turismo e já foi investido quase um milhão de reais. No entanto, ela disse que é preciso ampliar esse número para atender a demanda que virá: “a cada quarto de hotel, por exemplo, são criadas quatro vagas. Até a Copa, teremos 55 mil leitos. Ainda há muito o que fazer, a Fifa exige inclusive treinamento antiterrorismo.”
O assessor de planejamento do Senac, Renato Nunes Vaz, apresentou os principais programas de qualificação promovidos pela instituição. Ele informou que além do Pronatec e do Pronatec Copa, é oferecido ainda o Programa Senac de Gratuidade. Ao todo, os cursos desenvolvidos, desde 2009, já capacitaram 90 mil pessoas. Para ter acesso a este último, o interessado deve apresentar renda familiar mensal per capita de até dois salários mínimos. As turmas são divulgadas no site: www.mg.senac.br/programasenacdegratuidade. Os deputados Bráulio Braz (PTB), Rosângela Reis (PV) e Dalmo Ribeiro Silva enfatizaram a importância dos dados e disseram que irão contribuir para fomentar a discussão.
Números da Copa – Silvana Nascimento e Mariana Freire esclareceram no encontro como estão sendo pensados esses cursos de qualificação profissional. Segundo elas, o perfil do turista internacional de grandes eventos esportivos como a Copa vai pautar todos os programas. A secretária adjunta apresentou alguns desses parâmetros.
De acordo com pesquisa da Embratur, disponibilizada aos participantes da audiência, 33% dos turistas que vêm ao país julgam o próprio evento o atrativo mais relevante, 20% procuram “aventura” e 17% buscam as praias. Silvana afirma que a previsão é de que o Brasil receba cerca de 600 mil turistas. Desses, 190 mil virão a Belo Horizonte, que será a nona cidade mais visitada. “Já temos 18 mil voluntários, mas devemos pensar que todo esse contingente de pessoas esperam ser bem recebidas, o nível de exigência é alto”, ressaltou.
Requerimentos – Foram aprovados, na reunião, quatro requerimentos. Dois deles de autoria da deputada Rosângela Reis. O primeiro solicita a realização de audiência pública para conhecer a política de atração de investimentos para Minas Gerais executada pela Agência de Promoção de Investimentos de Minas Gerais (INDI) e debater os seus reflexos na geração de empregos e na qualificação de mão de obra. O segundo busca também a realização de audiência pública para debater o impacto que a Medida Provisória 579/2012 produz nas condições de renovação de concessões do setor elétrico e na geração de trabalho e renda no Estado.
Os deputados Dilzon Melo (PTB), Fabiano Tolentino (PSD), Ulysses Gomes (PT) e Rosângela Reis requereram a promoção de campanha de mobilização na ALMG com a finalidade de divulgar informações sobre a possibilidade de destinar percentual do imposto de renda devido por pessoa física ou jurídica para o Fundo Estadual da Infância e Adolescência (FIA). Por último, de autoria dos mesmos parlamentares, a quarta proposição solicita que seja encaminhado ao diretor-geral da Assembleia pedido de providências para instituir o Projeto "Legis Fundi", que irá possibilitar as doações ao FIA.