A equipe do projeto Cidadania Ribeirinha, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, concluiu nesta quarta-feira (1º/2/12) mais uma etapa do trabalho de mobilização, desta vez em Itacarambi, no vale do São Francisco. Novamente a proposta foi apresentada a prefeitos, vereadores, lideranças comunitárias e diretores de escolas. Assim como em Manga e Matias Cardoso, o projeto recebeu apoio e foi até mesmo considerado estratégico para a cidade, que tem clara vocação para o turismo e necessita preservar o rio e sua cultura. Agora, a equipe percorre Pedras de Maria da Cruz, o último dos quatro municípios contemplados pelo Cidadania Ribeirinha.

O projeto da ALMG, que já conta com importantes parcerias para sua execução, busca contribuir para a revitalização da Bacia do São Francisco, melhorar as condições de vida dos ribeirinhos e valorizar o patrimônio cultural são-franciscano. Sua primeira grande ação será um curso de desenvolvimento sustentável que, em Itacarambi, será iniciado em junho deste ano. Além de aulas teóricas, haverá módulos profissionalizantes voltados para as demandas locais. O curso será oferecido na sede de Itacarambi e também nas comunidades de Vila Florentina e Fabião II.

Para alcançar Vila Florentina, a equipe atravessou o São Francisco de balsa e percorreu mais de 40 quilômetros de estrada de chão, num verdadeiro rali por entre buracos e poças d’água. Foi necessário usar um veículo apropriado para fazer com segurança o trajeto até a comunidade. A cheia no São Francisco tem provocado atraso nas balsas e queda de barranco nos portos improvisados. A equipe ainda enfrentou uma chuva forte que interrompeu o calor de vários dias na região. A vila, remota, tem moradores simples e ávidos pelo conhecimento que o Cidadania Ribeirinha se propõe a transmitir.

A outra comunidade contemplada, Fabião II, fica próxima da sede de Itacarambi e chama a atenção pela organização dos moradores e pela singela beleza das casas, quase todas com jardins. Ali perto está o Parque do Peruaçu, que, numa segunda fase das ações do Cidadania Ribeirinha, deverá ser objeto de um projeto comunitário de incremento ao turismo sustentável. As lideranças locais chegaram a reivindicar mais vagas para o curso de desenvolvimento sustentável, tamanha a expectativa diante do projeto.

O grupo de trabalho dessa fase de mobilização é composto por três técnicos da Assembleia e um do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG). O Cidadania Ribeirinha é um dos projetos prioritários da Assembleia de Minas e integra a carteira do Direcionamento Estratégico da Casa para o biênio 2011/2012. As quatro cidades do Norte de Minas foram escolhidas para o projeto piloto porque apresentam os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre os municípios mineiros banhados pelo São Francisco.