Os deputados federais Rodrigo Maia (DEM/RJ) e Rodrigo de Castro (PSDB/MG) estiveram,  nesta segunda-feira (19/12/11), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para entregar representação pedindo que seja feita uma investigação contra o deputado  estadual Rogério Correia (PT). Eles acusam o petista de ter falsificado a lista de Furnas - documento de 2002, mas revelado em 2006, que traz uma relação de políticos que teriam sido beneficiados com recursos de caixa 2 da estatal para campanhas eleitorais. Os parlamentares federais foram recebidos por um grupo de deputados na sala da Presidência da ALMG.
    
Rodrigo Maia afirmou que a solicitação é uma ação política, mas não isolada. Segundo ele, o pedido é coletivo e de vários partidos que querem esclarecer a denúncia de fraude. “Precisamos de uma resposta. Não é correto que se monte uma fraude dessas para tentar calar um grupo de parlamentares que àquela época, entre 2005 e 2006, realizavam um trabalho fundamental para a democracia”, disse ele ao explicar que os nomes constantes na lista são de pessoas que se opunham ao governo Lula.

O presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Doutor Viana (DEM), explicou que a comissão precisa, primeiro, receber a representação e depois encaminhar para ser lida em Plenário e publicada no Minas Gerais - órgão oficial do Estado. Apenas depois dessas medidas protocolares, os deputados da comissão iniciam os trabalhos, definindo o relator e começando as discussões.

Segundo o deputado, em função do recesso parlamentar, que tem início nesta quarta-feira (21/12), isso só será possível com o retorno dos trabalhos, em fevereiro de 2012. Ele disse que não pode adiantar nada antes de ser analisada a representação. “A questão não é de partido e não é de pessoas. Não pode ser tratada pontualmente e, sim, com total lisura”.

Rebate - O deputado Rogério Correia reafirmou que a lista foi submetida à análise da Polícia Federal e foi considerada autêntica. Para ele, a atitude dos partidos é uma reação ao trabalho que a oposição tem feito em Minas Gerais, sobretudo na Assembleia Legislativa. “Querem transformar a Assembleia num tribunal de exceção”, revidou. O deputado disse temer que isso se transforme num julgamento político, com o intuito de coibir a oposição na Casa.