Índice de pobreza no Noroeste preocupa participantes de Seminário

O contraponto entre a baixa densidade demográfica e os altos índices de pobreza da região Noroeste foram os principai...

19/09/2011 - 00:06
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Índice de pobreza no Noroeste preocupa participantes de Seminário

O contraponto entre a baixa densidade demográfica e os altos índices de pobreza da região Noroeste foram os principais aspectos destacados pelos participantes do 5º encontro regional do Seminário Legislativo Pobreza e Deseigualdade, na manhã desta segunda-feira (19/9/11), em Paracatu. O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), não pôde comparecer, mas enviou seu discurso. Ele destacou os indicadores econômicos e sociais da região e do Estado e a importância do evento, que busca propostas para erradicar a pobreza e a desigualdade social em Minas Gerais. "Não podemos ficar de braços cruzados, não podemos nos conformar", afirmou.

No Noroeste de Minas, onde se concentra a menor parcela da população do Estado, mais de 66 mil de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, com rendimentos de até R$ 140,00 por mês e 24 mil vivem sem rendimentos ou com até R$ 70,00 por mês, considerados de extrema pobreza. Os indicadores sociais também são considerados ruins: apenas 29,2% da população tem acesso à disposição adequada do lixo e 70,7% à rede de esgoto. Em Minas Gerais, a pobreza atinge cerca de 900 mil pessoas.

Para combater a pobreza da região, o prefeito de Paracatu, Vasco Praça Filho, sugeriu maior aproximação entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e as prefeituras municipais. Ele elogiou os avanços sociais do governo federal, mas reclamou que ainda é necessário melhor infraestrutura nos assentamentos como escolas e estradas. "Em Paracatu há mais de mil famílias assentadas que precisam de apoio, pois as distâncias são muito grandes aqui no Noroeste", explicou.

Deputados analisam carências do Noroeste mineiro

O coordenador do seminário legislativo, deputado André Quintão (PT), reconheceu que o governo federal já conseguiu retirar 30 milhões de pessoas da linha de pobreza, mas admitiu que 16 milhões de pessoas em todo o País continuam sem a devida assistência. Segundo ele, por determinação da presidente Dilma Rousseff até 2014 a meta é retirar essas pessoas dessa situação.

Na opinião do deputado, uma das maneiras de incluir essas pessoas é investir na qualificação profissional e educação. "Muitas vezes o problema não é a falta de emprego, mas de qualificação para atender a demanda". Ele lembrou que boa parte dos pobres são pessoas analfabetas ou com pouca instrução, o que dificulta a inserção no mercado de trabalho e tecnológico.

Delvito Alves (PTB), deputado da região, afirmou que o principal problema do Noroeste é a falta de emprego e infraestrutura adequada para escoamento da produção agrícola, principal vocação econômica da região. Segundo ele, nos últimos anos foram feitos muitos investimentos pelo governo estadual, mas ainda há carência de ocupação. "Investindo em infraestrutura podemos gerar emprego e, desta maneira, acabar com a miséria que ainda existe em nossa região".

Rogério Correia (PT) enumerou os investimentos sociais feitos pelo governo Lula e que têm continuação pela atual presidente, com destaque para o bolsa-família, considerado o maior programa de transferência de renda do mundo. Disse também que um novo programa federal visa levar o ensino tecnológico a 5 milhões de jovens para elevar o nível da qualificação profissional. Correia, no entanto, defendeu um relacionamento mais próximo entre o governo federal e estadual.

Essa também foi a tônica do pronunciamento do deputado Almir Paraca (PT), também da região. Segundo ele, para erradicar a pobreza é fundamental a integração entre as três esferas de poder, federal, estadual e municipal. Reclamou que em Minas essa aproximação está insuficiente. O Noroeste, de acordo com o deputado, precisa de políticas estaduais específicas para combater a desigualdade social, com prioridade para o acesso à água, recurso imprescindível para os pequenos produtores ruais. "A região Noroeste ficou aquém nas políticas públicas estaduais, em função de sua proximidade com o Distrito Federal", criticou.

O Seminário - O Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade é realizado pela Assembleia Legislativa com o apoio de mais de 80 entidades governamentais e da sociedade civil. O evento foi precedido pela realização, em junho, do Ciclo de Debates Estratégias para Superação da Pobreza, e de uma consulta pública realizada em agosto, pela internet, para colher sugestões da população visando o combate às desigualdades sociais e regionais do Estado. Ao todo, serão 12 encontros regionais, que culminarão com a etapa final, prevista para os dias 24 a 26 de outubro, em Belo Horizonte, onde serão discutidas as sugestões e propostas colhidas no interior.

Já foram realizadas audiências em Ribeirão das Neves (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Araçuaí (Jequitinhonha/Mucuri), Governador Valadares (Rio Doce) e Patos de Minas (Alto Paranaíba). Os próximos sete encontros serão em Montes Claros (Norte), Sete Lagoas (Central), Uberlândia (Triângulo Mineiro), Divinópolis (Centro-Oeste), Pouso Alegre (Sul) e Teófilo Otoni.

Presenças - Deputados Almir Paraca (PT), que presidiu a reunião; André Quintão (PT), coordenador do seminário; Delvito Alves (PTB) e Rogério Correia (PT).

 

 

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