Presidente da ALMG defende combate às desigualdades em
Patos
O presidente da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), defendeu o aperfeiçoamento
de políticas públicas para mudar as condições socioeconômicas da
população. Ele participou da abertura do encontro regional do
Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade, na manhã desta
sexta-feira (16/9/11), em Patos de Minas (Alto Paranaíba). O
seminário reuniu autoridades locais e representantes de movimentos
sociais para discutir propostas de políticas voltadas para a
erradicação da miséria.
Dinis Pinheiro lembrou que, mesmo com os avanços
recentes, 900 mil pessoas ainda vivem em situação de pobreza em
Minas Gerais. No Alto Paranaíba, uma das regiões mais prósperas do
Estado, ainda existem 50 mil pessoas nessa condição, das quais 12
mil não têm rendimento. "Temos que ser mais rápidos e competentes.
Essas pessoas não podem esperar décadas e décadas para ter um mínimo
de dignidade", afirmou Dinis.
O deputado André Quintão (PT) lembrou que "não
podemos nos esquecer dos pobres das regiões mais desenvolvidas". Ele
destacou que as pessoas deixadas à margem do desenvolvimento
econômico não conhecem seus direitos e muitos são analfabetos,
trabalhadores sem qualificação, jovens envolvidos com o tráfico de
drogas ou idosos abandonados por suas famílias. André afirmou que o
desafio é identificar essas pessoas e levar até elas políticas
públicas de inclusão produtiva, saúde e educação.
A deputada Luzia Ferreira (PPS) disse que o caminho
para a superação da pobreza é o desenvolvimento econômico com
distribuição de renda. "Não é mais possível conviver com tanta
desigualdade, achar que a pobreza é natural", afirmou. O deputado
Hely Tarquínio (PV) lembrou que Minas Gerais reproduz as
desigualdades do Brasil, e defendeu mais investimentos na educação.
O deputado Bosco (PTdoB) acrescentou que muitos jovens se envolvem
com drogas e com a criminalidade por falta de oportunidades no
mercado de trabalho.
Redistribuição - Segundo o
deputado federal José Humberto Soares (PHS-MG), a concentração de
recursos na União agrava ainda mais o problema da desigualdade. Ele
informou que a arrecadação nacional teve aumento de R$ 97 bilhões no
primeiro semestre deste ano, superior a todos os investimentos que
são feitos na saúde pública em um ano (R$ 60 bilhões). A prefeita de
Patos de Minas, Bea Savassi, defendeu a integração de esforços para
que os recursos sejam mais bem distribuídos para estados e
municípios.
Alto Paranaíba é uma das regiões mais ricas de
Minas
Com 655,3 mil habitantes, o Alto Paranaíba é uma
das regiões mais desenvolvidas do Estado. Os municípios, que
respondem por 6% das exportações de Minas, apresentam indicadores
sociais superiores à média estadual.
Conforme explicou o diretor de Processo Legislativo
da ALMG, Sabino Fleury, com base nos números do censo 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 15,13% da
população do Estado encontram-se abaixo da linha pobreza (vivem sem
rendimentos ou com renda per capita inferior a R$ 140
mensais). No Alto Paranaíba, o percentual de pobres é quase a
metade: 8,76%. Isso significa que apenas 0,3% dos pobres de Minas
Gerais vivem na região. Entretanto Sabino alertou que esse indicador
também deve levar o poder público à elaboração de políticas para
essa pequena parcela de cidadãos.
Grupos de trabalho - O encontro regional do
Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade prosseguiu em Patos
de Minas na tarde desta sexta-feira (16). Os participantes
discutiram as propostas que serão levadas à plenária final do
evento, entre os dias 24 e 26 de outubro, em Belo Horizonte. Também
foram eleitos os representantes da região para essa etapa final.
Entre as propostas aprovadas, está a
universalização do piso mineiro de assistência social até 2012 e a
expansão da oferta de ensino em tempo integral. Os participantes do
evento também defendem a garantia de recursos para a implantação de
centros de referência em assistência social e para a execução de
políticas públicas voltadas para a população de rua. Outra proposta
aprovada é de isenção de impostos para empresas e associações que
trabalham com reciclagem de lixo.
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