Nova política remuneratória dos professores passa pela CCJ

Depois de mais de três horas de reunião na noite desta terça-feira (13/9/11), a Comissão de Constituição e Justiça (C...

13/09/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Nova política remuneratória dos professores passa pela CCJ

Depois de mais de três horas de reunião na noite desta terça-feira (13/9/11), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais conseguiu aprovar o parecer sobre o Projeto de Lei (PL) 2.355/11, do governador, que revê a política remuneratória dos servidores da educação. A reunião foi marcada por muitas discussões entre os deputados e quase teve que ser interrompida devido a manifestações exaltadas de professores que ocupavam a galeria do Plenarinho IV.

A Comissão de Administração Pública tem reunião marcada para as 9h30 desta quarta-feira (14), no Plenarinho II, para analisar o projeto. Depois ele precisa passar pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, para então seguir para o Plenário em 1o turno. Na manhã desta terça-feira (13), haviam sido distribuídos avulsos (cópias) do parecer do deputado Cássio Soares (PRTB), que concluiu pela constitucionalidade do projeto com duas emendas ele apresentou.

O deputado Rogério Correia (PT) fez um apelo pelo adiamento da votação do parecer, uma vez que ele não concorda com o teor do projeto. Ele apresentou oito propostas de emendas, que acabaram rejeitadas pela comissão. Uma dessas emendas tinha o objetivo de garantir aumentos salariais maiores à medida em que os servidores tenham progressão e promoção na carreira. Segundo o parlamentar, o menor salário previsto no projeto é de R$ 712, para professores com nível médio. Ao final da carreira, esses servidores receberão salário de R$ 832 com a aprovação do PL 2.355/11, segundo o deputado.

Rogério Correia fez duras críticas à proposta de política remuneratória elaborada pelo Governo do Estado. De acordo com o deputado, a nova tabela salarial reduz as possibilidades de promoção e progressão na carreira por tempo de serviço e aumento da escolaridade. "Após 18 anos de carreira, o servidor vai receber o mesmo que um iniciante. As pessoas vão ficar com a carreira estagnada. E se optarem pela remuneração por subsídio, vão perder biênios e quinquênios", acusou.

O deputado Antônio Júlio (PMDB) também criticou o projeto e propôs um movimento suprapartidário para negociar uma solução para o fim da greve da educação, que está prestes a completar 100 dias. "Não adianta votar esse projeto na correria, sem agradar os professores", afirmou. O deputado Ulysses Gomes (PT) acusou o governo de truculento e enganoso. "O governo pegou o vencimento básico, somou gratificações e benefícios e agregou tudo no subsídio. Mas o Supremo Tribunal Federal considerou que o piso é só o vencimento básico, e não a remuneração total", lembrou.

Quem saiu em defesa do governo foi o deputado Duarte Bechir (PMN). Ele rebateu as acusações de que o Estado não investe na educação, citando números que evidenciam o aumento da folha de pagamento dos professores. Em 2006, foram gastos R$ 2,8 bilhões, e em 2010 esse valor passou para R$ 4 bilhões, segundo o deputado. "O governo não diminuiu os investimentos em educação em nenhum momento", afirmou.

Projeto prevê piso de R$ 712,78

O PL 2.355/11 prevê piso salarial para os professores no valor de R$ 712,78, para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais. Esse valor se aplica aos servidores que optarem pelo regime de remuneração por vencimento básico. Dessa forma, o Estado busca se adequar à Lei Federal 11.738, de 2008, que estipulou o piso nacional de R$ 1.187,97 para 40 horas. Para aqueles que optarem pela remuneração por subsídio, é garantido reajuste de 5%.

O projeto beneficia principalmente os servidores com maior tempo de serviço e os diretores de escolas. Entre as alterações propostas, está o reposicionamento dos servidores na carreira conforme o tempo de serviço. Esse novo posicionamento considerará não apenas o vencimento do servidor, mas também o tempo de efetivo exercício no cargo, e será feito de forma escalonada, de 2012 a 2015.

A proposição ainda estabelece reajuste para diretores, vice-diretores, secretários e coordenadores de escolas. Além disso, assegura aos diretores que ocupam dois cargos de magistério a possibilidade de evolução na carreira com relação a ambos os cargos efetivos e a contagem de tempo para aposentadoria sem arcar com os custos da contribuição patronal.

A emenda no 1 faz uma correção formal no texto, sem alterar o seu conteúdo. Já a emenda no 2 deixa claro que a gratificação dos coordenadores de escola, de 10% do vencimento básico dos professores para cada turma da escola, observará o limite máximo de quatro turmas, ou seja, não poderá ultrapassar 40% do vencimento básico de professor.

Presenças - Deputados Sebastião Costa (PPS), presidente; Cássio Soares (PRTB), Delvito Alves (PTB), Adelmo Carneiro Leão (PT), Bosco (PTdoB), Rômulo Viegas (PSDB), Rogério Correia (PT), Duarte Bechir (PMN), Antônio Júlio (PMDB), Ulysses Gomes (PT) e deputada Liza Prado (PSB).

 

 

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