Ex-prefeita lembra dificuldades dos municípios do
Vale
"Pobreza tem nome, endereço, sexo e idade". Com
esta afirmação, a representante da Secretaria de Política de
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Maria do
Carmo Ferreira da Silva, arrancou aplausos dos participantes do
Seminário Legislativo Pobreza e Desigualdade. Realizado pela
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o seminário teve seu segundo
encontro em Araçuaí, Vale do Jequitinhonha, nesta quinta-feira
(9/9/11).
Ex-prefeita da cidade, Maria do Carmo, conhecida
por todos como Cacá, traçou um diagnóstico da pobreza no País, que
subsidiou o lançamento do Programa Brasil sem Miséria.
Especificamente, ela falou sobre as dificuldades no Estado,
especialmente nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
Ela lembrou o histórico de dificuldades da região,
com a falta de investimentos oficiais e a infraestrutura
deficitária, o que acaba desestimulando os investimentos privados.
Mas destacou que a pobreza não é só uma questão de falta de
dinheiro, mas de toda uma gama de situações socioculturais.
Grupos mais vulneráveis são jovens e negros
Maria do Carmo identificou os grupos mais
vulneráveis à pobreza extrema, afirmando que eles estão no Nordeste
do País e em Minas, nos dois vales e no Norte do Estado. Usando os
dados do último censo do IBGE, de 2010, ela disse que a pobreza
incide mais sobre as mulheres (50,5%) e, em grande maioria, sobre
pessoas pardas ou pretas (70,8%). "Entre os extremamente pobres,
cerca da metade se encontra em idade até 19 anos (50,9%)",
informou.
Ela abordou ainda as disparidades regionais da
economia mineira, considerando-se o Produto Interno Bruto (PIB)
per capita. Enquanto no Triângulo o PIB per capita é
de R$ 21 mil, no Jequitinhonha/Mucuri é de R$ 5 mil.
Maria do Carmo indicou formas de superação da
pobreza, dando destaque à educação e à qualificação da mão de obra e
ao acesso aos serviços básicos. E detalhou o programa Brasil sem
Miséria. Segundo ela, o programa, embora do Governo Federal, tem um
caráter republicano, com a colaboração dos governos estaduais e
municipais e da sociedade civil.
Após a palestra, o auditório foi dividido em dois
grupos de trabalho para discutir propostas a serem enviadas à etapa
final do Seminário, em Belo Horizonte, nos dias 24 a 26 de outubro,
e eleger os delegados que vão representar os Vales do Jequitinhonha
e Mucuri na Capital.
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