Comissão investiga denúncia de perseguição a sindicalistas

A denúncia de que dirigentes do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE) estariam sendo monitorados e...

08/09/2011 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão investiga denúncia de perseguição a sindicalistas

A denúncia de que dirigentes do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE) estariam sendo monitorados e intimidados por supostos policiais militares à paisana provocou a aprovação de vários requerimentos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Os pedidos de providência, solicitados pelo deputado Rogério Correia (PT), que acompanha o caso, foram aprovados na reunião desta quinta-feira (8/9/11) da Comissão de Direitos Humanos.

Também na reunião, foram aprovados outros requerimentos relativos à audiência pública realizada em Frutal (Triângulo Mineiro), na manhã desta quinta (8), sobre violações de direitos humanos contra vereadores do município vizinho de Fronteira. Outras providências foram tomadas em relação à denúncia de assédio moral contra o comando do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate).

Na justificativa de um dos requerimentos, Rogério Correia denuncia que, há cerca de 10 dias, supostos policiais militares à paisana estariam monitorando os passos de Beatriz Cerqueira e José Luiz Rodrigues. Os dois são, respectivamente, coordenador e diretor estadual do Sind-UTE, sindicato que comanda a greve dos trabalhadores do ensino há três meses.

O deputado relatou que constatou o fato na última terça-feira (6), ao abordar o suposto policial que estava parado dentro de um veículo a cerca de 20 metros da sede do sindicato. Rogério Correia afirma que solicitou que o indivíduo se identificasse, mas este tentou arrancar o carro e, como foi impedido, fugiu do local a pé.

Na reunião, o deputado disse que fez um apelo ao comandante geral da Polícia Militar, coronel Renato Vieira de Souza, para que enviasse uma viatura ao local para fazer um boletim de ocorrência, mas ele teria se negado alegando que "não queria gerar fato político". Além disso, o deputado afirmou que as placas dos carros suspeitos são frias e pertenceriam à Polícia Militar.

Saindo em defesa do Governo do Estado, o deputado Duarte Bechir (PMN) discordou da aprovação de requerimentos sobre o assunto, afirmando que eles traziam em seu bojo uma acusação contra o Estado. Ele pediu o adiamento da votação, mas foi vencido e dessa forma, foram aprovados três requerimentos em relação ao caso.

O primeiro solicita à secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, a inclusão dos dois sindicalistas no programa de proteção de testemunhas. Outro requerimento é pelo envio ao governador de pedido de providências quanto ao assunto, bem como a abertura de inquérito diante da recusa do comandante da PM de enviar viatura ao local. Rogério Correia também requereu visita da comissão à Ouvidora de Polícia, nesta segunda-feira (12), às 10 horas, para levar a denúncia ao órgão.

Denúncias de maus tratos a vereadores de Fronteira provocam requerimentos

As denúncias apresentadas por nove vereadores e ex-vereadores de Fronteira na audiência em Frutal repercutiram na reunião desta tarde, com a aprovação de oito requerimentos de providências, assinados pelos deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, e Duarte Bechir. Os parlamentares municipais relataram que teriam sofrido maus-tratos e torturas psicológicas durante os 36 dias em que permaneceram presos.

Em sete requerimentos, é solicitado o envio das notas taquigráficas da reunião em Frutal a diversos órgãos, aos quais se pedem várias providências. À Corregedoria da Secretaria de Defesa Social, é também solicitada a suspensão das atividades do diretor do Presídio de Frutal e do agente penitenciário Leandro, que teriam participado da tortura contra os vereadores. À Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos do Ministério Público, é solicitada a averiguação de denúncia de superlotação e insalubridade nesse presídio.

À Corregedoria de Polícia Civil, a comissão pede a abertura de procedimento contra o delegado regional Hélio Lisse Jr., que teria ordenado ao investigador Rogério que requisitasse informações sobre a audiência em Frutal. O requerimento também pede o envio de ofício ao próprio delegado, indagando se a ordem ao agente Rogério tinha sido feita a pedido do Ministério Público (MP).

Ao Conselho Nacional do Ministério Público, os deputados requerem a apuração de denúncias de atuação irregular dos promotores no caso dos vereadores presos, a pedido do próprio MP. Essa mesma apuração é solicitada à Corregedoria do Ministério Público Estadual, para quem a comissão envia os documentos entregues pelos advogados dos vereadores à comissão.

Outros três requerimentos pedem apuração da denúncia de irregularidades na atuação do juiz de Frutal Elton Pupo Nogueira, entre as quais a obstrução do trabalho de advogados dos vereadores. Também para apuração desse desvio, a comissão solicita o envio das notas taquigráficas ao Conselho Nacional de Justiça e à Comissão de Defesa dos Direitos e Prerrogativas da OAB-MG.

Violação de direitos de PMs motivam audiências

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) requereu duas audiências públicas. Na primeira, ele quer apurar os motivos da transferência de 13 policiais do Gate, sem observância do devido processo legal e da validade do ato administrativo. No requerimento, ele explica que o comandante e o subcomandante do Gate, tenente-coronel Marcelo Vladmir Correa e major Ledvan Salgado Cotta, teriam cometido improbidade administrativa, e por isso, estão sendo convocados pela comissão. "Como se trocam 13 policiais, vários deles oficiais, sem apresentar motivos?", indignou-se o deputado, acrescentando que a atitude provocou uma crise no Gate.

A outra audiência solicitada por Sargento Rodrigues destina-se a apurar violação de direitos humanos de bombeiros de Lavras (Sul de Minas). Segundo ele, os bombeiros estão sendo submetidos a uma carga horária muito extensa, humilhante e degradante. O parlamentar acrescenta que os homens que não aceitam cumprir as escalas são punidos com abertura de inquérito policial militar, transferências arbitrárias e outras sanções. Por esse motivo, a comissão convoca o comandante da unidade, coronel Pedro Alvarenga, e o soldado Cleverton dos Santos.

Dois requerimentos de Durval Ângelo pedem envio de ofícios à Secretaria de Estado de Defesa Social. No primeiro, a comissão solicita providências para apurar denúncias de assédio moral contra os agentes socioeducativos Marcelo Dugulin Correa, que atua em Montes Claros, e Guadalupe Ferreira, no bairro Horto, na Capital.

No segundo requerimento, a comissão pede o envio das notas taquigráficas da reunião em que foram feitas as denúncias, na última quinta-feira (1º). O deputado requer ainda que Marcelo Correa seja inserido no Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, tendo em vista o relato de ameaças sofridas em seu local de trabalho.

Por fim, a comissão encaminha ofício à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República solicitando providências para viabilizar a proteção pela Polícia Federal de Stella Pacheco Pimenta. Ela é servidora efetiva do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e presidente do sindicato dos trabalhadores do órgão. Segundo o requerimento, o motivo é a denúncia de que a servidora vem sofrendo ameaças de morte, por ser testemunha em processo criminal relacionado a um incêndio no TCE.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Sargento Rodrigues (PDT), Duarte Bechir (PMN) e Rogério Correia (PT).

 

 

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