Autoridades defendem ação conjunta contra a violência nas
escolas
A união dos diversos atores sociais no
enfrentamento da violência no ambiente escolar foi defendida na
abertura do encontro regional do Fórum Técnico Segurança nas
Escolas - Por uma cultura de paz, em Contagem. Cerca de 180
pessoas de sete municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte
participaram do quarto encontro regional do evento, nesta
segunda-feira (22/8/11). Essas reuniões antecedem a etapa final do
fórum, a ser realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
entre os dias 4 e 6 de outubro.
O presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro
(PSDB), chamou a atenção para a importância da participação dos
presentes na construção de uma sociedade mais justa. "Contamos com
as contribuições de todos para encontrarmos a solução que faça da
escola um local de paz e de formação para a cidadania", afirmou.
Para a vice-presidente da Comissão de Segurança
Pública, deputada Maria Tereza Lara (PT), a grande repercussão do
fórum, com a mobilização de mais de 50 entidades parceiras na
formatação do evento, demonstra como o problema da violência
preocupa a todos. "Nosso objetivo é somar esforços, unindo as três
esferas de poder e a sociedade civil, para solucionar essa questão",
explicou.
Deputados defendem parceiras e valorização do
professor
O deputado Carlin Moura (PCdoB) acredita que a
segurança nas escolas é resultado do equilíbrio de diversas medidas,
como as parcerias com a Polícia Militar e a Guarda Municipal, a
valorização do professor, a abertura da escola para a comunidade e o
desenvolvimento de atividades de incentivo ao esporte, à música e à
arte, por exemplo.
Na opinião do presidente da Comissão de
Participação Popular, deputado André Quintão (PT), o que acontece
nas escolas é reflexo da crise de valores que afeta a sociedade. Ele
também aposta na necessidade de políticas públicas integradas, com
medidas em várias frentes. Como exemplo, o parlamentar citou o
envolvimento das famílias e o investimento em melhorias nas escolas,
em seus aspectos materiais, programáticos e de valorização do
profissional da educação.
O presidente da Comissão de Educação, Ciência e
Tecnologia, deputado Bosco (PTdoB), também defendeu medidas
conjuntas para enfrentar a violência que, segundo ele, vai além dos
muros das escolas. "As escolas precisam ter condições de cumprir seu
papel de formar cidadãos críticos, com capacidade para construir um
país melhor", argumentou.
A proposta de presença mais constante da Polícia
Militar no ambiente escolar, apresentada no encontro regional de
Juiz de Fora, foi retomada pelo presidente da Comissão de Segurança
Pública, deputado João Leite (PSDB).
Conselhos ajudam no combate à violência
Em Contagem, os Conselhos de Segurança Pública, que
envolvem diversos atores sociais, têm dado bons resultados no
combate à violência, segundo informou o secretário municipal de
Educação e Cultura, Lindomar Diamantino Segundo. Ele acredita que a
articulação é fundamental.
No mesmo sentido, a mãe de um aluno da rede
municipal de ensino de Contagem e agente escolar, Sylvia Martins de
Almeida, também defendeu o trabalho conjunto entre os pais e os
outros agentes da comunidade escolar. "A educação fornecida em casa
tem muita força na escola", observou, acrescentando que a educação
começa pela família.
O estudante do Centec de Contagem, Víctor Valadares
de Oliveira, tem a mesma opinião. "A escola é extensão da família, e
é na família que o jovem começa a ser formado", afirmou. "É preciso
entender o que acontece nas casas para entender o que acontece nas
escolas", concluiu.
Na opinião do presidente do Sindicato dos
Professores (Sinpro), Gilson Luiz Reis, a democratização do ambiente
escolar deve ser o ponto de partida para a construção da cultura de
paz. Ele defende que a escola esteja de portas abertas para a
participação social.
O representante dos professores também comentou
pesquisas realizadas recentemente pelo Sinpro, que revelam que 83%
dos trabalhadores em educação estão doentes e que existe violência
nas escolas particulares, mas ela não é registrada. Ele considerou
que o adoecimento dos professores é também uma violência, e defendeu
a valorização da categoria, lembrando que os professores estaduais
estão em greve há 80 dias por melhorias salariais.
Presenças - Além das
autoridades citadas na matéria, o deputado Durval Ângelo (PT),
presidente da Comissão de Direitos Humanos, também acompanhou os
trabalhos do fórum pela manhã. Ainda compuseram a mesa de abertura o
diretor de Articulação Comunitária da Coordenadoria de Prevenção à
Criminalidade da Secretaria de Estado de Defesa Social, Talles
Andrade de Souza; a superintendente de Ensino da Metropolitana B,
Maria de Lourdes Rodrigues Fassy; o secretário municipal de Defesa
Social de Contagem, Paulo César Funghi; e o presidente da Câmara
Municipal de Contagem, Irineu Inácio da Silva.
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