Comissão quer adiamento da entrada em vigor de norma sobre mototáxi

A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai pedir o adiament...

29/06/2011 - 00:05
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão quer adiamento da entrada em vigor de norma sobre mototáxi

A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai pedir o adiamento da entrada em vigor da norma federal que regulamenta a atividade de mototáxi e motofrete. Em audiência pública na tarde desta quarta-feira (29/6/11), que tratou da atuação dos profissionais que fazem esses tipos de transporte, o vice-presidente da comissão, deputado Celinho do Sinttrocell (PCdoB) anunciou que será aprovado na próxima reunião requerimento fazendo a solicitação ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

O requerimento foi avalizado por representantes de mototaxistas e motoboys, que reivindicaram a postergação da entrada em vigor da Resolução do Contran 356, de 2010. Com previsão para vigorar no dia 2 de agosto deste ano, essa norma coloca em prática a Lei Federal 12.009, de 2009, a qual regulamenta a atividade desses profissionais. Além disso, as lideranças fizeram várias ressalvas a requisitos previstos nas normas, considerando-os inexequíveis.

Exigências inexequíveis - O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas e Ciclistas de Minas Gerais, Rogério dos Santos Lara, fez uma lista das exigências previstas com as quais os trabalhadores do setor não concordam. Segundo ele, o Detran e as entidades conveniadas não têm condições de oferecer os cursos preparatórios que passarão a ser exigidos para exercer a profissão pelos cerca de 30 mil motociclistas, só em Belo Horizonte.

Ele reclamou também que, pela norma, se a moto for registrada na categoria aluguel (exigência para o motofrete), o motociclista não poderá mais carregar passageiros. O sindicalista criticou ainda a limitação da altura do compartimento de carga da moto, que deverá ser de 70 cm no máximo. Se o motociclista trabalha em lavanderia, gráfica, floricultura e outras empresas que exigem um baú maior, com a resolução, estará desempregado!", protestou.

Também o presidente da Associação dos Motociclistas Trabalhadores de Minas Gerais, José Carlos Roberto, fez várias críticas às normas, principalmente à Lei 12.009, que tem origem num projeto do então presidente Lula. Na avaliação de Roberto, "Lula fez uma bagunça", ao misturar na mesma lei a normatização das atividades de mototaxi e de motofrete. Para ele, a primeira deve ser regulamentada por cada município, o que está na Lei, mas a atividade de motofrete deveria, a seu ver, ficar circunscrita ao Estado, pois o motoboy poderia fazer fretes entre municípios.

Na fase de debates, o presidente da Cooperativa Brasileira de Transportes Autônomos (CBTA), Josafá Salgueiro, afirmou que não há tempo hábil para cumprir a resolução. Ele apontou incoerências nas exigências previstas, como a idade mínima de 21 anos para exercer a profissão. "Muitos menores de 21 anos já exercem a profissão e depois de 2 de agosto estarão ilegais. A norma tinha que prever uma fase de transição para essas pessoas", constatou. Sobre as exigências em relação a equipamentos que a moto para transporte deverá ter, Josafá revelou que a Resolução 356 cobrará dos motociclistas seu cumprimento em agosto, mas só vai exigir isso das fabricantes de motos a partir de 1º de janeiro de 2012.

Detran diz que não fiscalizará cumprimento da norma até regulamentação

A coordenadora de Administração de Trânsito do Detran-MG, Rafaela Gigliotti, esclareceu que o órgão não fiscalizará as motocicletas de uma cidade em relação ao cumprimento da Resolução 356 quando esse município regulamentar a norma. No caso de Belo Horizonte, onde a matéria não foi regulamentada, o Detran não fará a exigência, afirmou ela, buscando tranquilizar a categoria.

Já a coordenadora de Educação de Trânsito do Detran-MG, Maria Cecília Lopes, rebateu a afirmação de que o órgão não conseguiria atender à demanda dos motociclistas pelos cursos. "Tudo está sendo adequado de acordo com as necessidades. Quem quiser fazer o curso, pode", destacou. Ela enfatizou também que, apesar de criticada, a resolução foi ótima no sentido de valorizar as profissões de mototaxista e motofrete, "mesmo que isso implique em algum sacrifício".

Após ouvir os participantes e conversar com as representantes do Detran, o subcomandante do Batalhão de Policiamento de Trânsito de Minas, Major Alessandro Petronzio, anunciou que a Polícia Militar não faria a fiscalização da nova resolução na Capital até que a Prefeitura normatizasse o assunto. No início da reunião, Petronzio havia adotado postura mais rígida no sentido de fiscalizar o cumprimento da resolução a partir de 2 de agosto.

Respondendo a questionamento do deputado Rômulo Veneroso (PV), que solicitou a reunião, sobre a possibilidade de adiar a entrada em vigor da norma, o coordenador de Infraestrutura de Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Milton Frantz, disse que não havia essa intenção por parte do órgão. Mas, depois de ouvir as manifestações, Frantz ponderou que, já que havia tantos senões em relação à resolução, cabia aos participantes da reunião propor a prorrogação ao Contran, que seria o órgão com poder para isso.

O deputado Anselmo José Domingos (PTC) informou que já estava aprovado na Câmara Municipal o projeto de autoria dele (quando era vereador em Belo Horizonte), regulamentando a atividade de motofrete na Capital. Mas ele lembrou que a proposição ainda não tinha sido sancionada pelo prefeito.

Ainda na reunião, foram aprovados vários requerimentos de deputados.

Presenças - Deputados Celinho do Sinttrocell (PCdoB), vice-presidente; Anselmo José Domingos (PTC), Rômulo Veneroso (PV), Vanderlei Miranda (PMDB) e Luiz Carlos Miranda (PDT).

 

 

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