Comissões receberam 1.800 convidados e fizeram 63 reuniões no
interior
O balanço do trabalho das comissões em 2007 revela
a ênfase dada ao debate sobre temas como educação, saúde, segurança,
administração pública e meio ambiente, como já é tradição da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Nos plenarinhos - espaços de
reunião das comissões - governo, sociedade e setor produtivo deram
suas opiniões e encaminharam propostas para aperfeiçoar os projetos
em tramitação. Os deputados foram chamados também a intermediar a
solução de conflitos e a esclarecer questões que afligem a
comunidade.
Números - As 17 comissões
permanentes e as temporárias promoveram, até o dia 20 de dezembro,
1.017 reuniões, sendo 63 audiências no interior, além de 58 visitas.
Os deputados receberam 1.806 convidados. Aprovaram cerca de 1,5 mil
pareceres sobre proposições sujeitas à apreciação do Plenário, além
de 1.603 requerimentos. Até meados de dezembro, das 833 proposições
de deliberação conclusiva das comissões apresentadas, 436 foram
transformadas em lei.
Em 2007, primeiro ano da 16ª Legislatura
(2007-2011), as comissões preocuparam-se em conhecer as metas de
governo para os próximos anos e em intervir para aperfeiçoar o
planejamento estatal. Elas se dedicaram a ouvir secretários de
Estado e autoridades e a aprimorar dois projetos importantes, que
indicam onde o governo vai gastar, quanto e como: o Plano Mineiro de
Desenvolvimento Integrado (PMDI) e o Plano Plurianual de Ação
Governamental (PPAG). Nas comissões, os projetos são discutidos e os
pareceres aprovados orientam as votações em Plenário.
O PMDI e o PPAG foram analisados pelas comissões de
Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária
ampliada com integrantes das demais comissões. Antes dessa análise,
os dois projetos foram discutidos em audiências públicas, inclusive
no interior, e receberam sugestões de vários segmentos populares. A
contribuição dos movimentos sociais para aperfeiçoar o PMDI foi
destacada, entre outros, pelo presidente da Comissão de Participação
Popular, deputado André Quintão (PT). Entre as emendas populares,
estão as que inserem como objetivos estratégicos do Plano a
erradicação do trabalho infantil e a implantação e expansão do
Sistema Único de Assistência Social (Suas), bem como a que prevê a
expansão das escolas família agrícola.
Já o presidente da Comissão de Fiscalização
Financeira e Orçamentária, deputado Zé Maia (PSDB), lembra que, se
os investimentos previstos no PPAG se destinam a melhorar a vida do
cidadão, nada mais justo do que ouvir o que ele tem a sugerir. Foi o
que a Assembléia fez, em audiências promovidas nos Vales do
Jequitinhonha/Mucuri, na Zona da Mata, no Triângulo e em Belo
Horizonte. Entre as propostas populares incorporadas ao texto final,
estão a criação de um programa específico para a Região
Metropolitana do Vale do Aço (RMVA); o incentivo ao Parque
Tecnológico da Zona da Mata, em Juiz de Fora; e uma atenção especial
para hidrovias e criação de portos fluviais, no Triângulo.
A Comissão de Direitos Humanos foi a que recebeu
mais convidados: foram 433, além de 411 denunciantes que usaram a
palavra na parte da reunião chamada "pinga-fogo". As comissões de
Saúde, de Assuntos Municipais e de Regionalização, de Segurança
Pública, de Política Agropecuária e Agroindustrial e de Meio
Ambiente e Recursos Naturais também ouviram diversos convidados.
Cada uma recebeu mais de uma centena de pessoas. Em visitas, a
Direitos Humanos também se destacou, com 34. Foram inspeções em
cadeias e visitas a órgãos de governo, entre outros locais.
O interior foi novamente priorizado nos eventos
promovidos pelas comissões. Foram 63 audiências no interior, para
discutir assuntos como o programa Luz para Todos, que
pretende levar eletricidade ao campo; a violência no meio rural e na
cidade; conseqüências da atividade econômica para o meio ambiente; e
formas de incentivo ao desenvolvimento regional.
Debates públicos - Foram
promovidos em 2007 nove debates públicos. No debate público, as
comissões saem dos plenarinhos e ganham o Plenário - mudança de
local simbólica que dá idéia da repercussão que se pretende para o
tema escolhido. Os assuntos abordados em 2007 foram: agronegócio
(março); políticas públicas para a saúde da mulher e o papel da
guarda municipal e os direitos humanos (maio); situação financeira
dos hospitais diante da não-regulamentação, pelo Congresso Nacional,
da Emenda 29, que garante a aplicação da receita de impostos na
saúde (junho); desenvolvimento sustentável da região do Lago de
Furnas e investimentos e impactos do etanol em Minas (outubro);
direitos humanos dos quilombolas (novembro); "59 anos da Declaração
Universal dos Direitos Humanos" e diabetes infantil
(dezembro).
Comissões aperfeiçoaram projetos em
tramitação
As comissões da ALMG também foram responsáveis pelo
aprimoramento dos projetos do governo em tramitação, sob a forma de
emendas ou substitutivos. Exemplo marcante do início deste ano foi a
análise de projeto que criou subsidiárias da Copasa para atuar em
regiões carentes e no Projeto Jaíba (Lei 16.698, de 2007). Durante a
tramitação, ele recebeu quatro substitutivos, o que evidencia as
mudanças implementadas no texto original, resultado de sugestões do
governo, do sindicato que reúne os trabalhadores da Copasa e dos
deputados.
As comissões analisaram projetos do governo que
trataram das carreiras e dos salários dos servidores. Já os membros
da Defensoria Pública contaram com a contribuição dos deputados nas
negociações com o Executivo para melhoria salarial. Ainda em greve,
no 1º semestre, os defensores participaram de audiência da Comissão
do Trabalho, da Previdência e da Ação Social. Depois, no 2º
semestre, as comissões aperfeiçoaram proposição do Executivo que
mudava a carreira e fixava o subsídio dos defensores. A proposição
original foi desmembrada na Comissão de Constituição e Justiça, e
dois projetos tramitaram: um que modificou a estrutura da
Defensoria, com a criação de 282 cargos (Lei Complementar 101, de
2007), e outro que fixou o subsídio (Lei 17.162, de 2007).
No final do 2º semestre, o pacote tributário
encaminhado à Assembléia pelo governador foi discutido por várias
comissões em reuniões conjuntas. O PL 1.585/07 passou por debates
nas comissões de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo, de
Defesa do Consumidor e do Contribuinte, de Administração Pública e
de Política Agropecuária e Agroindustrial. As sugestões do setor
produtivo e de outros interessados foram formalizadas em propostas
de emendas, que passaram de cem. O pacote autoriza o Executivo a
reduzir a carga tributária de materiais elétricos e de construção,
iogurtes, leites fermentados e produtos destinados a órgãos públicos
e hospitais, entre outros. A renúncia fiscal acarretará redução de
R$ 74 milhões na receita anual do Estado - perda que deverá ser
compensada, no mesmo projeto, pelo aumento de alíquotas do ICMS
incidente sobre serviços de comunicação e operações com solvente, no
valor de R$ 74,16 milhões.
Cipes - Em 2007, duas
comissões integradas por parlamentares mineiros e de outros Estados
também se destacaram. São as comissões interestaduais parlamentares
de estudos para o desenvolvimento sustentável das bacias dos Rios
Doce (Cipe Rio Doce) e São Francisco (Cipe São Francisco). A Cipe
Rio Doce definiu sua programação para os próximos dois anos. Os
deputados pretendem acompanhar a construção de usinas hidrelétricas
e seus impactos e continuar a mobilização por recursos para
despoluição da bacia. A Cipe São Francisco esteve envolvida em
várias ações pela preservação da bacia. Participou de ciclo de
debates promovido pela ALMG que discutiu a revitalização do "Velho
Chico" e promoveu audiências para discutir, entre outros assuntos, a
melhoria da qualidade das águas.
Comissões especiais - As
comissões especiais também atuaram na Assembléia para emitir
pareceres sobre propostas de emenda à Constituição (PECs) e sobre
indicações do Executivo para estruturas governamentais. São as
chamadas comissões temporárias, que funcionam por período
determinado. Outra comissão especial, esta temática, estudou
questões relacionadas à pessoa com transtorno, deficiência mental ou
autismo. Criada em abril, a requerimento do deputado Célio Moreira
(PSDB), essa comissão apresentou contribuições para as políticas
públicas voltadas para esse segmento. Entre as 26 recomendações do
relatório final, destacam-se: a realização de cadastro ou censo para
levantar dados sobre pessoas com deficiência mental ou autistas; e a
realização, pela Secretaria de Estado de Fazenda, de treinamento
específico para os médicos da rede pública de saúde, a fim de
capacitá-los para o diagnóstico precoce dos distúrbios do espectro
autista.
Confira o trabalho das comissões
permanentes:
Administração Pública
Os deputados promoveram debates com convidados,
além de analisarem projetos que trouxeram reflexos para a
administração pública, como os que alteraram carreiras e salários de
servidores e modificaram a estrutura de órgãos de governo. A
comissão discutiu, em audiências, os seguintes temas: realização de
concursos públicos sem nomeação e posse dos aprovados; decreto que
desapropria imóveis de propriedade do Ipsemg, o Instituto de
Previdência dos Servidores Estaduais; credenciamento de clínicas de
psicologia e medicina de trânsito no Departamento de Trânsito
(Detran); e incêndio nas dependências do Tribunal de Contas.
O presidente da comissão, deputado Elmiro
Nascimento (DEM), ressalta que o entrosamento com o Poder Executivo
foi fundamental para o trabalho dos parlamentares. "Aprovamos vários
projetos de interesse do Estado e do funcionalismo. O próprio
projeto relativo à efetivação dos designados faz com que
vislumbremos um futuro bem melhor para 98 mil pessoas que estavam
sem perspectiva de aposentaria", declara.
Assuntos Municipais e Regionalização
Os atrasos na execução do programa Luz para
Todos em Minas e as dificuldades no atendimento das famílias
cadastradas motivaram diversos debates. No interior, foram quatro as
audiências: em Montes Claros, no Norte de Minas; em Paracatu e João
Pinheiro, no Noroeste; e em Araçuaí, nos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri. O presidente da comissão, deputado Weliton Prado (PT),
lembra que o Ministério de Minas e Energia reafirmou, nessas
reuniões, o compromisso de que o programa só será paralisado quando
todas as residências forem atendidas.
Outros temas discutidos foram política
habitacional; agenda de desenvolvimento integrado para o Vale do
Aço; e o aumento do valor dos aluguéis do shopping popular Oiapoque,
na Capital. Em novembro, uma audiência mobilizou a comunidade do
semi-árido, quando parlamentares averiguaram o andamento dos
programas de construção de cisternas dos Governos Estadual e
Federal.
Constituição e Justiça
Primeira a analisar os projetos em tramitação, a
comissão teve trabalho redobrado no início desta legislatura, quando
várias proposições foram apresentadas ou desarquivadas. O balanço
das atividades até o dia 20 de dezembro aponta que a CCJ aprovou
pareceres pela constitucionalidade de 1.063 proposições e pareceres
pela inconstitucionalidade de 308. Foram retiradas de tramitação,
nesse período, 95 proposições. Destas, 50 já haviam recebido parecer
pela inconstitucionalidade.
Enfatizando a importância da comissão, seu
presidente, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), lembra que todo o
processo legislativo começa na CCJ. "É esta comissão que vai dar
suporte às demais para que prossigam suas análises", informa. O
deputado destaca alguns dos principais temas debatidos na CCJ este
ano, em forma de projetos ou de audiência pública, tais como a
análise de empréstimos do governo junto a organismos internacionais,
o reajuste do funcionalismo e a reestruturação da Defensoria
Pública.
Cultura
A lei de incentivos fiscais para o setor cultural
foi discutida este ano pela comissão. Os deputados ouviram entidades
e governo, que informou sobre estudos para aprimorar a legislação
atual. Os eventos foram realizados na sede da Assembléia e também em
Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e em Cataguases, na Zona
da Mata. Outros temas abordados em audiências foram as iniciativas
governamentais e das universidades para incrementar o setor
cultural.
A presidente da comissão, deputada Gláucia Brandão
(PPS), destaca a importância da discussão sobre a Lei de Incentivo à
Cultura. "É uma lei importantíssima, que ajuda os agentes e os
produtores culturais de Minas a desenvolverem seus projetos. O
orçamento da Secretaria ainda é pequeno, mas as pessoas envolvidas
com o setor conhecem a atenção que o governador tem dado a essas
questões", afirma a deputada.
Defesa do Consumidor
A comissão antecipou-se no debate de temas que têm
mobilizado mídia e opinião pública. Em audiências, apurou denúncias
de formação de cartel no setor do cimento e também por parte de
revendedores de combustível; a elevação do preço do leite longa vida
e do gás veicular; empréstimos consignados; e a venda casada de
cartões e crédito por empresas prestadoras de serviço. A adulteração
do leite comercializado no Estado, em especial em Uberaba e em
Passos, também motivou audiência, no início de novembro.
O presidente, deputado Délio Malheiros (PV),
destaca que os eventos tiveram resultados concretos. É o caso, por
exemplo, da suspeita de cartel na formação do preço do cimento. A
comissão solicitou a instauração de processo no Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ligado ao Ministério da
Justiça, que agora apura a denúncia.
Direitos Humanos
A comissão promoveu 11 audiências no interior para
discutir, entre outros temas, o aumento da criminalidade violenta; a
violência no campo e os conflitos agrários; a situação das
comunidades quilombolas e a superlotação em cadeias. Os deputados
foram a Minas Novas, Montes Claros, Bocaiúva, Contagem, Barão de
Cocais, Janaúba, Ituiutaba, Salto da Divisa, Barbacena e
Araguari.
Foram 34 as visitas, entre elas a cadeias, para
verificar condições de presos e denúncias de superlotação, e também
a órgãos de Estado. A situação da cadeia de Ponte Nova mobilizou os
deputados, que foram ao local em maio, agosto e novembro. Em 23 de
agosto, 25 presos foram mortos em chacina cometida por uma gangue
rival na cadeia daquele município. No final do ano, a comissão
participou de seminário sobre o método Apac (Associação de Proteção
e Assistência ao Condenado), considerado uma solução alternativa
para o problema de Ponte Nova.
Ao longo do ano, a comissão discutiu, entre outros,
os seguintes temas: Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos;
situação dos comerciantes dos mercados distritais do Cruzeiro e de
Santa Tereza, na Capital, com visitas aos locais; violência sofrida
por jovens e denúncias de violência cometida por policiais; mortes
por acidentes de trabalho na indústria da construção civil e mortes
no trânsito. Também motivou audiência a série de reportagens
publicadas no jornal Estado de Minas sobre documentação
relativa à atuação do Exército durante a ditadura militar.
O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo
(PT), destaca o trabalho relativo a questões como a dos quilombolas,
indígenas, direitos de moradia, saúde pública, educação e segurança.
Ele informa que a comissão pretende trabalhar, no próximo ano, pela
extinção do Tribunal de Justiça Militar, conteúdo da PEC 37/07. Para
ele, o tribunal absolve os maus profissionais denunciados por abuso
de poder pelo Ministério Público e mesmo aqueles punidos pela
Corregedoria. A comissão vai também trabalhar pelo engajamento do
governo mineiro no Plano Nacional contra a Tortura, que o Estado
ainda não assinou.
Educação, Ciência e Tecnologia
Educadores, alunos e pais foram chamados a
participar de várias reuniões da comissão. Entre os assuntos
discutidos, destacam-se: a situação dos professores da Universidade
do Estado de Minas Gerais (Uemg); denúncias sobre irregularidades na
execução do programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal;
a valorização do inspetor escolar; e a fiscalização de ônibus usados
no transporte escolar rural. A autonomia universitária, a cobrança
de mensalidades e as condições de trabalho na Universidade Estadual
de Montes Claros (Unimontes) levaram os deputados até a sede da
instituição, em novembro.
As visitas ao interior foram fundamentais para o
trabalho da comissão, na opinião do presidente Deiró Marra (PR).
"Tivemos um importante trabalho fora da Assembléia, com a visita à
Unimontes, mas também a Januária, onde analisamos a situação crítica
em que se encontrava a rede estadual de educação. Pudemos observar
que, na região do Alto Paranaíba, havia transporte irregular, com
veículos não adequados. Exigimos melhoria, o que de fato aconteceu",
afirma.
Fiscalização Financeira e Orçamentária
Última comissão a analisar os projetos que
tramitam, a FFO tem papel fundamental no estudo das proposições,
pois avalia sua repercussão financeira. Neste primeiro ano da
legislatura, os deputados também tiveram atuação destacada no debate
de duas peças fundamentais do planejamento estatal: o PMDI e o PPAG.
Além desse trabalho, os deputados avançaram no
debate de questões importantes para municípios e setor produtivo.
Exemplo disso foi audiência promovida em junho para discutir a
situação dos municípios que aderiram ao Fundo Máquinas para o
Desenvolvimento (Fundomaq). Outro exemplo foi a discussão do Decreto
44.309, de 2006, que estabelece normas para o licenciamento
ambiental e orienta a fiscalização. Ele vem sofrendo críticas em
função do rigor de algumas penalidades e dos excessos na aplicação
de multas, por isso a comissão tenta intermediar uma solução junto
ao Executivo.
Segundo o presidente da FFO, deputado Zé Maia
(PSDB), a comissão realizou mais de 40 reuniões extraordinárias,
além das ordinárias que acontecem todas as quartas-feiras. Ele
destaca como uma das principais ações da comissão a interiorização,
com audiências públicas, sobretudo do PPAG, "que ouviram a sociedade
organizada sobre prioridades do planejamento estadual". O deputado
também lembra a apreciação de matérias como a reestruturação do
Tribunal de Contas e a desoneração da carga tributária.
Meio Ambiente e Recursos Naturais
Os problemas ambientais do Estado motivaram a
comissão a intervir, novamente, para cobrar medidas dos órgãos
públicos competentes e do setor produtivo. Exemplos foram os debates
sobre as conseqüências do rompimento da barragem da Mineradora Rio
Pomba Cataguases, em Miraí, na Zona da Mata; a situação do aterro
sanitário da Capital; os impactos da construção do mineroduto
Minas-Rio pela empresa MMX Mineração e Metálicos; e os problemas do
transporte de minério na BR-040. O secretário de Meio Ambiente, José
Carlos Carvalho, falou sobre os projetos de governo.
O aperfeiçoamento dos projetos em tramitação pautou
as atividades. Entre as proposições que motivaram audiências,
destacam-se os seguintes PLs: 265/07, do deputado Padre João (PT),
que dispõe sobre garantia real por parte dos empreendedores; 124/07,
do deputado Ivair Nogueira (PDT), que diminui área do Parque
Estadual da Serra do Rola-Moça; 1.093/07, do deputado Adalclever
Lopes (PMDB), que amplia a área total da Estação Ecológica do
Cercadinho. Esses dois últimos projetos foram criticados nas
audiências. O PL 124/07 aguarda parecer da comissão.
Os deputados promoveram audiências no interior: em
Montes Claros, Buenópolis, Ouro Preto, Paracatu, Vespasiano,
Varginha, Nova Lima, Santa Luzia, Patos de Minas, Rio Espera e
Brasilândia de Minas. Os temas que motivaram os deputados a se
deslocarem foram, entre outros, o plantio de eucalipto no entorno do
Parque Estadual da Serra do Cabral; a criação do Parque Estadual da
Serra do Ouro Branco; os problemas ambientais do Sul de Minas; a
situação da Serra da Calçada, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte; e a exploração de gás natural.
O trabalho já iniciado de tentar consolidar toda a
legislação ambiental do Estado é, na avaliação do presidente da
comissão, deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), o principal ganho em
2007. "Se não for em código, pelo menos tentaremos reunir o que hoje
está disperso", enfatiza Souza Cruz. Ele destaca ainda o trabalho de
interiorização, "pelo menos nas cidades-sede do Conselho Estadual de
Política Ambiental (Copam)". O deputado acrescenta que a comissão
está se consolidando como um importante fórum de debates na área
ambiental.
Participação Popular
A exemplo do início da legislatura anterior, a
comissão se destacou este ano por viabilizar o debate de duas peças
fundamentais de planejamento estatal: o PMDI e o PPAG. Esta é uma
das atribuições dessa comissão, que seleciona, das propostas
populares apresentadas a esses projetos, aquelas pertinentes. Outras
atividades foram a instalação da Frente Parlamentar de Defesa dos
Direitos da Criança e do Adolescente; audiências para discutir
formas de erradicar o trabalho infantil e a exploração sexual de
crianças e adolescentes e para incentivar a destinação de recursos
para fundo específico destinado a esse segmento.
Para o presidente da comissão, deputado André
Quintão (PT), a principal conquista foram as 145 emendas ao PPAG e
as 45 ao Orçamento 2008, movimentando um valor aproximado de R$ 40
milhões. "Tivemos ainda a 5ª edição do Parlamento Jovem, que
resultou em 27 propostas em tramitação. É uma comissão que se
consolidou como porta-voz dos movimentos sociais de Minas na
Assembléia", avalia o deputado.
Política Agropecuária e Agroindustrial
As reivindicações do setor produtivo foram
apresentadas em vários eventos da comissão, que discutiu, entre
outros assuntos, o incentivo à agricultura familiar, ao
associativismo e ao cooperativismo. As perspectivas do biodiesel e
do etanol em Minas motivaram um debate público em outubro, no
Plenário, e audiência em novembro, em Montes Claros - onde será
instalada usina de biodiesel em 2008.
No primeiro semestre, os deputados aperfeiçoaram o
PL 409/07, do governador, que tratou do subsídio ao prêmio do seguro
rural. A comissão recebeu, ainda, o secretário de Estado da
Agricultura, Gilman Viana, e a secretária extraordinária para o
Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas,
Elbe Brandão, que falaram sobre os projetos de governo. Foi, ainda,
a Minas Novas, Curvelo, Pouso Alegre e São Gotardo.
"Houve uma preocupação de baixar a alíquota de ICMS
do álcool. Em São Paulo é 12%, enquanto Minas cobrava 25%, o que
trazia um grande problema. Houve sensibilidade do governo, que
equiparou a alíquota mineira com a de São Paulo. Estaremos
vigilantes para que esse benefício chegue à bomba de combustível",
informa o presidente, deputado Vanderlei Jangrossi (PP).
Redação
A comissão dá o formato final a todas as
proposições que tramitam na Assembléia. Até o encerramento das
atividades, em dezembro, foram elaborados e aprovados 687 pareceres.
O grupo acompanhou, ainda, toda a tramitação de mais de 70 projetos,
participando da elaboração de substitutivos e emendas. O presidente,
deputado Lafayette de Andrada (PSDB), lembra que a redação final
aprimora o texto das proposições segundo a técnica legislativa,
apreciando tanto aquelas que passam pelo Plenário quanto as que têm
deliberação conclusiva nas comissões permanentes.
Em 2007, a Comissão de Redação Final também
participou do Congresso Internacional de Legística, promovido pela
ALMG para estimular o debate e difundir conhecimentos sobre a
produção legislativa de qualidade.
Saúde
O contato com a Secretaria de Estado da Saúde foi
intensificado em 2007 pela comissão. Os parlamentares receberam o
secretário Marcus Pestana, que falou sobre as dificuldades de
implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre os projetos de
governo para os próximos quatro anos. Depois disso, representantes
da Secretaria voltaram à comissão para falar sobre combate e
prevenção do câncer de mama e do colo do útero, controle da dengue e
a situação dos hospitais de Minas, entre outros assuntos. Diabetes
infantil, controle do tabagismo, aborto e desafios para a gestão do
Ipsemg foram outros temas debatidos com convidados.
Entre visitas e audiências no interior, os
deputados estiveram em Januária para apurar as dificuldades no
atendimento à saúde; em Itajubá e Pouso Alegre, para divulgar a
construção de obras de contenção de enchentes; e em Passos e
Uberaba, para obter informações sobre a adulteração do leite. Foram
à Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande
(Coopervale), em Uberaba, e à Cooperativa Agropecuária do Sudeste
Mineiro (Casmil), em Passos.
Para o presidente, deputado Carlos Mosconi (PSDB),
a comissão pôde ter uma visão real da situação da saúde no Estado.
"Pudemos conhecer as deficiências, mas também os bons programas em
andamento e os que serão implantados no próximo ano". Mosconi
enfatiza o esforço da comissão em levar ao governador algumas
sugestões de melhorias para a área, entre elas mais recursos para
urgência e emergência de algumas cidades, enquanto não se
regulamenta a Emenda à Constituição Federal 29, que prevê destinação
orçamentária mínima para a saúde.
Segurança Pública
O aperfeiçoamento dos sistemas de defesa nacional e
estadual orientou as atividades da comissão. Com esse objetivo, os
deputados promoveram diversas audiências. Um dos últimos debates do
ano foi em novembro, quando a comissão teve que se deslocar para o
Plenário, tendo em vista o grande número de convidados, a fim de
ouvir o secretário de Defesa Social, Maurício Campos Júnior, e
instituições não governamentais. As reivindicações apresentadas pela
sociedade nas diversas audiências da comissão foram levadas ao
gabinete do secretário, em visita oficial.
Outros assuntos discutidos foram as medidas do
pacote anti-violência do governo federal; a venda de bebida
alcoólica no Mineirão; a parceria do poder público com os conselhos
comunitários de segurança pública (conseps); a ação de quadrilhas
especializadas em desmonte de veículos roubados; e a aplicação da
Lei 16.301, de 2006, que disciplina a criação de cães ferozes. A
comissão esteve em Itamarandiba, Nova Serrana, Carmo do Paranaíba,
Águas Formosas, Monte Carmelo, São João das Missões e Conselheiro
Lafaiete.
"Em função da concessão de aposentadoria aos 30
anos de serviço aos policiais civis, a recomposição do efetivo tem
sido a maior cobrança em todas as audiências da comissão, já que o
governo tem avançado na logística, no interior. Produzimos
relatórios sobre essas reivindicações e levamos ao secretário. Eles
nortearam as políticas públicas desenvolvidas pela Secretaria de
Estado de Defesa Social", afirma o deputado Sargento Rodrigues
(PDT), presidente da comissão.
Trabalho, Previdência e Ação Social
Os deputados promoveram audiências para discutir,
entre outros, os seguintes assuntos: as conseqüências da implantação
do turno fixo pela empresa Acesita, em vigor desde fevereiro, sobre
a saúde dos trabalhadores; a desigualdade entre mulheres e homens e
a desigualdade racial no mercado de trabalho; e a situação dos
defensores que, em greve, tentaram a intermediação da ALMG nas
negociações salariais com o Executivo. A comissão também promoveu
audiência para discutir a evasão de trabalhadores mineiros para o
exterior, em especial os do Vale do Rio Doce para os Estados Unidos,
bem como apontar o que fazer para minimizar os efeitos da
emigração.
A presidente da comissão, deputada Rosângela Reis
(PV), destaca como um dos pontos altos das atividades este ano a
criação da Frente Parlamentar do Trabalho Voluntário, em agosto,
para apoiar as entidades que atuam no setor. Também enfatiza a
importância das parcerias feitas com outras comissões e a busca da
valorização do trabalhador, da integração social do portador de
deficiência e os debates nas audiências, com destaque para o
acompanhamento de jovens aprendizes nas empresas. Entre os projetos
analisados, Rosângela Reis destaca o Credpop, linha de crédito do
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) voltada para
microempreendedores, projeto que recebeu emendas da comissão
determinando que o banco divulgue semestralmente informações sobre a
execução do programa.
Transporte, Comunicação e Obras
Públicas
A construção da Linha Verde e do Rodoanel, na
Região Metropolitana de Belo Horizonte; a duplicação da BR-381; e a
situação das estradas do Circuito das Águas motivaram audiências e
visitas da comissão em 2007. Foram seis as visitas feitas a obras em
rodovias e duas as audiências no interior. Uma das visitas foi à
Linha Verde, complexo viário de BH ao Aeroporto Internacional de
Confins, que está sendo construído pelo Governo Estadual. Também
motivou audiência pública o projeto do Rodoanel, obra federal que
ligará a rodovia Fernão Dias, em Betim, à BR-381 norte, no distrito
de Ravena. No final de outubro, os deputados receberam o secretário
de Esportes e Juventude, Gustavo Corrêa, que apresentou a proposta
de modernizar o Mineirão, a fim de abrigar jogos da Copa do Mundo de
2014.
"Um exemplo dos frutos gerados pela comissão foram
as cobranças que fizemos com relação ao trevo da BR-381 em Santa
Luzia. As obras já estavam atrasadas e tenho certeza de que, se não
fosse a pressão dos parlamentares, não teríamos a liberação da
rodovia principal em setembro, como ocorreu", afirma o presidente da
comissão, deputado Gustavo Valadares (DEM).
Turismo, Indústria, Comércio e
Cooperativismo
Os deputados discutiram assuntos relacionados
especificamente ao turismo, como as políticas públicas para o setor
e os incentivos ao turismo regional. Para isso, eles receberam a
visita da secretária de Estado de Turismo, Érica Drumond. Mas não
foi somente esse o tema que orientou o trabalho. Eles também
discutiram, em audiências, questões relacionadas com o comércio,
como o funcionamento das lojas aos domingos e feriados e a
legalização dos shoppings populares. A comissão se engajou no debate
sobre as conseqüências da crise aérea nacional e quis saber mais
sobre as condições do Aeroporto Internacional de Confins, para
receber vôos antes destinados ao Aeroporto de Congonhas, em São
Paulo. Com esse objetivo, visitaram o aeroporto, em setembro.
O presidente, deputado Vanderlei Miranda (PMDB),
destaca o debate sobre a transferência de vôos para Confins como
importante. Quanto à intervenção da comissão nos assuntos
relacionados com a indústria e o comércio, Miranda informa ter
apresentado emenda ao pacote tributário do governo reduzindo o ICMS,
de 18% para 6%, para as indústrias que utilizam material reciclado.
"No momento em que todo o mundo discute a questão ecológica, acho
que isso é uma demonstração de vanguarda do Parlamento mineiro",
afirma.
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