Meio Ambiente apura degradação na Serra do
Cabral
A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da
Assembléia Legislativa de Minas Gerais estará em Buenópolis, Região
Central do Estado, nesta terça-feira (19/6/07), para apurar as
ameaças de degradação do Parque Estadual da Serra do Cabral. O
requerimento para a reunião aponta a iminente implantação de
empreendimento voltado ao cultivo de eucalipto no entorno da unidade
de conservação. O encontro, requerido pelos deputados Fábio Avelar
(PSC) e João Leite (PSDB), será às 10 horas, no salão paroquial da
igreja matriz da cidade.
De acordo com o deputado Fábio Avelar, a audiência
foi marcada a pedido da Associação Mineira de Defesa do Ambiente
(Amda) para debater com convidados possíveis irregularidades no
licenciamento concedido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) à
Fazenda Vitória, responsável pela monocultura do eucalipto. "Segundo
a Amda, o licenciamento não atendeu à Resolução 01/86 do Conama, que
exige Relatório de Impacto Ambiental para empreendimentos nas áreas
de amortecimento dos parques. Seria o caso dessa plantação, em uma
área de aproximadamente 400 hectares", informa o parlamentar.
De acordo com informações do site da Amda, o
empreendimento atinge não apenas o entorno do parque estadual, como
também terras da Área de Proteção Ambiental (APA) Municipal Serra do
Cabral. A expectativa dos parlamentares é que a audiência pública
marque o início de um debate cujo propósito seria buscar
alternativas para conciliar a preservação ambiental do parque com a
implantação da atividade econômica, considerada importante para a
região.
Parque - O Parque Estadual
da Serra do Cabral, situado nos municípios de Buenópolis e Joaquim
Felício, é um divisor de águas do Rio das Velhas e do Jequitaí. Ele
possui uma área de 22.494,17 hectares de fauna e flora peculiar, e é
considerado uma importante área de preservação para a região. De
acordo com informações do site do IEF, a vegetação local é composta
de veredas, matas e cerrado. Há ocorrência de sempre-vivas e palmito
doce, e a presença de antas (Tapirus terrestris), espécie ameaçada
de extinção.
O Parque também abriga muitas nascentes, como dos
córregos que abastecem as áreas urbanas dos municípios de Buenópolis
e Joaquim Felício. A abundante rede hidrográfica forma inúmeras
cachoeiras e piscinas naturais, que compõem, juntamente com os
afloramentos rochosos, as veredas, matas e campos naturais,
paisagens de grande beleza. Há ainda um grande número de sítios
arqueológicos com pinturas rupestres.
Convidados - Foram
convidados para a audiência o prefeito de Buenópolis, José Alves; a
secretária de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Elbe Brandão; o
promotor de Justiça e coordenador das Promotorias de Justiça do
Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico de Belo Horizonte, Marcos
Paulo Souza Miranda; o diretor de Meio Ambiente e Trânsito da PMMG,
coronel Reinaldo Martins; a superintendente executiva da Associação
Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas; a
secretária municipal de Meio Ambiente, Irene Rodrigues Faria; o
promotor de Justiça da Comarca de Buenópolis, José Leonil; e o
presidente da Associação Mineira de Silvicultura (AMS), Fernando
Pinheiro.
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