Revitalização do São Francisco é prioridade, garante
ministro
Entre os projetos para o transporte aquaviário do
país, a revitalização da hidrovia do rio São Francisco é uma das
prioridades do Ministério dos Transportes para 2004, garantiu nesta
sexta-feira (22/8/2003) o ministro Anderson Adauto, durante
audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras
Públicas da Assembléia Legislativa, realizada em Pirapora. "A
hidrovia do São Francisco foi eleita como prioritária não apenas
pelo que a região produz hoje, mas principalmente pelo seu
potencial", afirmou o ministro.
Ele ressaltou, no entanto, que não sabe o volume de
recursos com que poderá contar para realizar as obras necessárias,
como dragagem e sinalização. O custo estimado do projeto de
revitalização é de R$ 12 bilhões. Adauto afirmou também que o
governo federal não tem interesse em continuar operando a Companhia
de Navegação do Rio São Francisco (Franave). Caso não seja
encontrada uma solução para a empresa, ela será extinta em 31 de
dezembro deste ano. O ministro disse que a meta do governo é
investir apenas em infra-estrutura.
"Ou criamos uma solução para a empresa ou ela será
extinta, e essa solução passa por uma parceria com a iniciativa
privada", acrescentou o secretário nacional de Transportes
Aquaviários do ministério, José Alex Botelho de Oliva. O presidente
da Associação Comercial e Industrial de Pirapora, Idalécio Garcia,
disse que o empresariado está propenso a essa parceria há bastante
tempo, já que a hidrovia tem tudo para incrementar a atividade
empresarial da região.
Investimentos em hidrovias
- A reunião, que tinha como objetivo discutir com a sociedade o
futuro da empresa, acabou tendo como assunto principal a
revitalização do rio São Francisco. Autoridades e representantes da
região manifestaram sua preocupação com a degradação do rio. O
deputado Wanderley Ávila (PPS), um dos autores do requerimento para
a realização da audiência pública, afirmou que não se pode falar em
transposição das águas do São Francisco porque o rio está morto,
"não há água para transposição".
Também manifestaram-se pela revitalização do rio os
deputados Carlos Pimenta (PDT) e Alberto Pinto Coelho (PP), além de
parlamentares federais, como o deputado federal Romeu Queiroz,
presidente da Comissão de Viação e Transporte da Câmara. O
secretário Botelho Oliva apresentou dados que comprovam que o
investimento em hidrovias é mais barato e gera menor impacto
ambiental que qualquer outro na área de infra-estrutura de
transportes. Anderson Adauto disse que o governo federal tem como
meta mudar a matriz de transportes no país, que hoje é baseada em
rodovias, com 63% do total, enquanto que o transporte ferroviário
representa 24% e o hidroviário, 13%.
O secretário informou que, dos 42 mil quilômetros
de hidrovias navegáveis do Brasil, apenas 10 mil quilômetros são
utilizados atualmente. Quanto ao São Francisco, que tem extensão
navegável de 1.312 quilômetros, ele disse que a hidrovia já
transportou 122 mil toneladas de carga no passado, mas que hoje esse
volume não chega a 20 mil toneladas. Seu potencial, segundo Oliva,
chega a 8 milhões de toneladas.
Presenças - Compareceram à
reunião os deputados Gil Pereira (PP), Adalclever Lopes (PMDB),
Carlos Pimenta (PDT), Sidinho do Ferrotaco (PL), Alberto Pinto
Coelho (PP) e Wanderley Ávila (PPS), além do ministro dos
Transportes, Anderson Adauto, deputados federais, prefeitos,
empresários e representantes de entidades da região de Pirapora e
Norte de Minas.
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