Apesar dos avanços recentes, ainda há desafios,
segundo a coordenadora dos programas de renda, de Betim

Apesar dos avanços nos últimos anos, o número de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza em todo o Brasil ainda é muito grande: são 16 milhões de pessoas, o equivalente a 8,6% da população do País, como lembrou a coordenadora de Programas de Transferência de Renda da Prefeitura de Nova Lima, Maria de Fátima Monteiro de Aguiar. A RMBH foi a região metropolitana que apresentou a maior redução no número de pessoas em extrema pobreza entre 2002 e 2009: a queda foi de 35,5%.

Apesar de ter apenas 3% de sua população vivendo com renda per capita inferior a R$ 70 por mês, a RMBH permanece como uma das regiões mais desiguais do País, de acordo com a assessora de Articulação, Parceria e Participação Social da Governadoria do Estado, Tatiana Lemos Sandim. Um dos principais problemas a serem enfrentados é a baixa escolaridade da população, segundo Tatiana. Ela mostrou dados de Mateus Leme, onde metade das pessoas vivendo na extrema pobreza enfrentam alguma privação na área da educação, como pouco tempo de estudo, por exemplo.

Entre os desafios já superados no enfrentamento da miséria, estão o aumento do nível de emprego, a valorização do salário mínimo e a ampliação dos programas de transferência de renda. O grande desafio atual, na opinião da representante da prefeitura de Nova Lima, são os chamados efeitos da pobreza, que também podem ser considerados causas do problema, num ciclo vicioso. Ela citou como exemplos a desnutrição, a discriminação social, a baixa escolaridade, a falta de oportunidades de emprego e a falta de acesso a saneamento por parte da população mais pobre.