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Salário mínimo regional contribui para fortalecimento da economia

Instrumento de proteção das categorias não organizadas, diminuição da desigualdade de rendimentos, aumento da capacidade de compra e da demanda por produtos e serviços e redução dos níveis de pobreza seriam alguns dos benefícios trazidos pela implantação do piso salarial regional. A ideia foi defendida pela professora associada do Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ana Flávia Machado, que participou na manhã desta sexta-feira (26/8/11) do Ciclo de Debates Piso Salarial em Minas Gerais. O evento está sendo realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a requerimento do deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), em parceria com instituições públicas e entidades de representação, e continua à tarde, no Plenário.

Segundo Ana Flávia Machado, apesar das críticas feitas por determinados grupos de que o piso salarial regional poderia levar a um aumento do desemprego e da informalidade no mercado de trabalho, a experiência do salário mínimo nacional e do piso salarial regional demonstram que o efeito é o contrário. De acordo com ela, no caso do salário mínimo nacional, os estudos mostram que o aumento do seu valor nos últimos anos foi acompanhado de uma redução na taxa de desemprego e uma diminuição da informalidade.

A professora também falou sobre as vantagens para o setor produtivo e para os orçamentos públicos. Segundo ela, o aumento do salário resulta em um aumento da capacidade de consumo e da demanda por produtos e serviços, gerando ganho de produtividade e aumento na arrecadação de impostos. "A instituição de um mínimo regional tem como resultado a multiplicação de oportunidades da economia", disse.

Impacto - Ana Flávia Machado também apresentou dados de um estudo feito sobre os impactos da implantação do salário mínimo em Minas Gerais, de acordo com proposta de iniciativa popular, que prevê cinco faixas salariais para determinadas categorias profissionais. Na proposta, a faixa salarial mais baixa seria de R$ 650. Segundo ela, a implantação do salário mínimo regional poderia resultar em uma redução de 22% no índice de pobreza no Estado. De acordo com ela, cerca de metade dos assalariados com carteira assinada em Minas Gerais ganham o salário mínimo nacional.