A estudante Caroline Spínola (à esquerda) reconhece a dificuldade que é encontrar um doador compatível, por isso compareceu à ALMG e participou da campanha
Para Leda, campanha é importante para conscientizar as pessoas sobre a importância do cadastro

Campanha promove cadastro de doadores de medula óssea

ALMG e Hemominas realizaram ação conjunta nesta terça (21) na sede do Legislativo mineiro.

21/06/2016 - 13:07 - Atualizado em 21/06/2016 - 14:07

“É uma vida que podemos salvar”. Assim a estudante Caroline Spínola resumiu a importância do cadastramento no banco de doadores de medula óssea. Ela esteve na manhã desta terça-feira (21/6/16), no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, na sede do Parlamento mineiro, onde ocorreu uma campanha para cadastrar possíveis doadores no banco de dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A ação foi promovida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e pela Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais (Hemominas).

Cerca de 100 pessoas fizeram o cadastro e a coleta de amostra de sangue para checar compatibilidade entre doadores e pacientes. A iniciativa conta com o apoio da Associação dos Servidores do Legislativo do Estado de Minas Gerais (Aslemg) e foi idealizada pelo deputado João Magalhães (PMDB). “Decidimos tomar uma ação para conscientizar possíveis doadores sobre a necessidade e a importância de se cadastrarem”, explicou o parlamentar.

Apenas uma de cada 100 mil pessoas é compatível com alguém que está precisando de doação. Segundo o Inca, atualmente, há cerca de mil pessoas esperando na fila. A estudante Caroline contou que sabe dessa dificuldade, por isso resolveu comparecer à ALMG. “Quanto mais pessoas estiverem no cadastro nacional, maior a chance de se encontrar alguém compatível para doação”, afirmou.

Processo de cadastramento é simples

Os potenciais doadores primeiramente repassam dados básicos à equipe do Hemominas, como identidade, data de nascimento, CPF, endereço, contatos de telefone e e-mail, e, em seguida, são submetidos a uma coleta de sangue. Os dados sanguíneos serão analisados e as informações ficarão disponíveis no site do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), administrado pelo Inca. Em caso de compatibilidade, o possível doador será chamado para fazer outros exames. Sendo confirmada a compatibilidade, poderá ocorrer a doação propriamente dita.

De acordo com a funcionária do Hemominas, Leda Maria de Souza, uma das responsáveis pela coleta de cerca de 5 ml de sangue para integrar o banco de dados do Inca, o cadastramento possui “toda importância do mundo”. Ela conta que é uma “batalha” conseguir um doador compatível e explicou que todas as pessoas entre 18 e 55 anos, em bom estado de saúde, sem nenhuma doença infecciosa, podem integrar o cadastro. “Principalmente os mais jovens devem se cadastrar, pois podem ficar mais tempo no banco de dados”, explicou.

Leda ficou cadastrada por 12 anos, mas nunca foi chamada. Ela disse, ainda, que, após o cadastro, é importante atualizar os dados pessoais sempre que houver qualquer alteração. “Essa campanha é muito importante pela coleta do sangue e pela divulgação, contribuindo para conscientizar as pessoas”, afirmou.

Falta de informação – O servidor da ALMG Otávio Ferreira também participou da campanha. Ele acredita que muitas pessoas não se cadastram por falta de informação. “É tudo muito ágil. Do momento que passei meus dados pessoais e fiz a coleta do sangue, gastei no máximo 15 minutos“, contou. A servidora da ALMG Marina Nogueira também fez seu cadastro. “Não dói nada e você ainda pode ajudar várias pessoas", disse.

O diretor financeiro da Aslemg, Juarez Novaes, disse que a participação das pessoas na campanha pode contribuir com o êxito na melhora de pessoas que estão com câncer. “A falta de doadores dificulta o tratamento dessa doença”, destacou.

Procedimento - A funcionária dos Serviços de Captação do Hemominas, Márcia Braga, explicou que muitas pessoas temem se cadastrar no banco de medula óssea por acreditarem que os procedimentos para a obtenção da medula sejam dolorosos, mas isso não é verdade. “A punção é feita normalmente no osso da bacia, fora de articulações e não tem nada a ver com a coluna espinhal. É retirada uma pequena porção de líquido, que logo se regenera”, destaca.

A funcionária do Hemominas avalia que é fundamental para os pacientes que o banco de possíveis doadores seja o maior possível para que elas tenham mais chances de sobrevivência. “Quem precisa da doação de medula se encontra em situação muito grave de saúde, com leucemia, linfoma, dependendo dessa doação para sobreviver. Quanto mais possíveis doadores, mais esperanças essas pessoas têm”, completou.

Saiba mais sobre doação de medula óssea

  • Após a confirmação da compatibilidade entre doador e paciente, o doador será consultado para decidir sobre a doação. Caso concorde, será submetido a outros exames de saúde;
  • A doação pode ser realizada de duas maneiras, sendo definida pelo médico a mais adequada para cada caso. São elas: 1. Aférese: coleta de sangue por via periférica, semelhante a uma doação de sangue, não sendo necessária internação, nem anestesia; 2. Punção: pequeno procedimento cirúrgico, com duração de aproximadamente 90 minutos, no qual são realizadas punções no osso da bacia, sob efeito de anestesia;
  • Em ambos os casos, apenas 10% da medula óssea é retirada do doador e, dentro de poucas semanas, a quantidade de medula óssea será recomposta pelo organismo;
  • Os riscos para doadores são praticamente inexistentes.

Contatos - Para fazer o cadastramento de doador de medula óssea basta acessar o site do Hemominas ou ligar no telefone 155. Mais informações específicas sobre a doação de medula óssea estão disponíveis também no site do Redome.

No dia 28 de junho, às 8h30, vai ao ar uma edição do programa Panorama, da TV Assembleia, sobre a importância da doação da medula óssea. A gravação terá a participação de dois especialistas e será reprisada no mesmo dia, às 19h30, e em 29 de junho, à 1 hora da madrugada.