Condições de trabalho dos policiais na Copa motivam debate

Policiais militares que atuam na Copa do Mundo relatam longa jornada de trabalho sem refeição e sem acesso ao banheiro.

18/06/2014 - 16:50

Analisar junto às autoridades competentes as denúncias feitas por parte do policiamento da Copa do Mundo em Belo Horizonte sobre más condições de trabalho, assim como a transgressão de direitos básicos, como a garantia à saúde e à alimentação. Para esse fim, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza, nesta quarta-feira (25/6/14), às 14 horas, no Teatro, audiência pública requerida pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT).

O autor do requerimento explica que ao visitar o policiamento da Copa do Mundo, na última terça-feira (17), no entorno do estádio Mineirinho, na Capital, parte dos policiais militares que se encontravam em um ônibus da corporação relataram que haviam trabalhado durante 8 horas sem refeição naquele dia. Eles disseram, ainda, que no sábado (14), dia do jogo entre as seleções da Colômbia e Grécia em Belo Horizonte, haviam trabalhado 14 horas sem receber alimentação. Os policiais alegaram, também, falta de banheiros químicos e de fornecimento de água para atender a corporação.

Sargento Rodrigues lembrou que a Constituição da República, em seu artigo 6º, assegura os direitos sociais básicos, como a garantia à saúde e à alimentação por se tratarem de questões que afetam diretamente o bom desempenho do trabalho, em especial a do policiamento. “Considerando a gravidade das denúncias, como a violação aos Direitos Humanos e Garantias Fundamentais dos Policiais Militares no policiamento durante a Copa do Mundo, solicito a realização dessa audiência pública”, justifica o parlamentar.

Convidados - Foram chamados para participar do debate o deputado federal do PDT mineiro, subtenente Gonzaga; o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Márcio Martins Sant'Ana; a promotora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Nivia Mônica da Silva; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na Seção de Minas Gerais, Luis Cláudio da Silva Chaves; o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente coronel Márcio Ronaldo de Assis; o presidente da Associação de Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (Ascobom-MG); sargento Alexandre Rodrigues; e o presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militares de Minas Gerais, Álvaro Rodrigues Coelho.