Comissão de Administração Pública debateu a proposta de revisão do PPAG 2012-2015, no exercício de 2014, no âmbito da rede Governo Integrado
Adriane Ricieri Brito apresentou o programa Descomplicar - Minas Inova
André Reis lembrou os desafios de conciliar recursos limitados e eficiência nos gastos

Debate sobre gestão pública abre revisão do PPAG em BH

Comissão de Administração Pública promove primeira audiência na sede da ALMG da série sobre tramitação do PL 4.550/13.

04/11/2013 - 19:09

A Comissão de Administração Pública abriu nesta segunda-feira (4/11/13), no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a série de 11 audiências públicas em Belo Horizonte para a revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para o período 2012-2015. Essa revisão é objeto do Projeto de Lei (PL) 4.550/13, que tramita no Parlamento mineiro. Foram debatidos projetos e ações do Governo de Minas na rede de desenvolvimento integrado denominada “Governo Integrado, Eficiente e Eficaz”, em particular temas como a gestão da Cidade Administrativa e outras iniciativas do Executivo para melhorar seu relacionamento com o cidadão no que diz respeito à prestação de serviços públicos.

O encontro foi presidido pelo deputado Leonardo Moreira (PSDB), atendendo a requerimento de Gustavo Corrêa (DEM). Além das apresentações feitas pelos gestores responsáveis pelas iniciativas, o encontro abriu espaço para que os participantes pudessem apresentar emendas ao PPAG ou tivessem suas dúvidas respondidas. A transparência nas ações governamentais foi elogiada por Leonardo Moreira no encerramento dos trabalhos, destinados justamente a discutir com a sociedade civil possíveis alterações no planejamento orçamentário do próximo ano. “Minas Gerais é um Estado que tem planejamento, eficiência e, sobretudo, transparência. Os resultados positivos para a população mineira são evidentes”, enfatizou o parlamentar.

A primeira exposição coube à subsecretária de Estado de Gestão da Estratégia Governamental da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Adriane Ricieri Brito, que também é gerente do programa Descomplicar - Minas Inova. Com orçamento previsto para 2014 em torno de R$ 74 milhões, o programa engloba ações para garantir o bom funcionamento das Unidades de Atendimento Integrado (UAI) espalhadas pelo Estado, a ampliação do Minas Fácil e iniciativas visando à inovação na gestão pública. “Para aprimorar a gestão pública, temos tanto o trabalho da incubadora de projetos como iniciativas maduras e prontas para serem desenvolvidas. Nossa diretriz sempre é gastar menos com a máquina pública para poder gastar mais com o cidadão”, ressaltou.

Entre as iniciativas contempladas no que diz respeito à inovação, estão, por exemplo, novos serviços da UAI pela internet, sem que o cidadão precise se deslocar para um posto de atendimento, a implantação de QR Code em pontos turísticos - espécie de código de barras pelos quais é possível obter mais informações pela internet, usando a câmera do telefone celular - e a criação de um Centro de Serviços Compartilhados para integrar as ações do governo. Já com relação ao Minas Fácil, segundo Adriane Brito, a ideia é ampliar a capilaridade dos serviços e possibilitar a melhoria do ambiente para abertura de empresas em Minas, atualmente em sete dias, em média. Por fim, Adriane ao falar da gestão de 28 UAI's espalhadas pelo Estado, lembrou que o desafio é alcançar 95% no índice de satisfação de atendimento, já foi atingido 92% em setembro.

A audiência pública também contou com o subsecretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Qualidade do Gasto da Seplag, também gerente do programa Governo Eficiente, André Abreu Reis. O gestor lembrou os desafios de conciliar recursos limitados e eficiência nos gastos. “Para conseguir isso, o programa tenta estreitar os laços entre as esferas de governo e do governo com o cidadão”, apontou.

Nessa esfera, estão incluídas duas ações, o Governo Digital e o Projeto Modernização na Administração de Serviços e Sistemas de Pessoal (Masp), cuja gerente, Thaise Amarante Vilaça, destacou a realização de um censo entre os servidores estaduais, em 2014, para tentar conhecer melhor a realidade dos serviços públicos. Nessa rubrica, estão previstos investimentos em torno de R$ 24 milhões dos mais de R$ 28 milhões do Programa Governo Eficiente previstos para 2014. Outra novidade é a implantação de uma central de atendimento para os servidores do Estado.

Cidade Administrativa - Por fim, a intendente interina da Cidade Administrativa e gerente do programa Cidade Administrativa, Fernanda Valadares Couto Girão, lembrou as ações para garantir a gestão e a conclusão do projeto arquitetônico daquele espaço. “Nossa objetivo, em linhas gerais, é promover um ambiente ocupacional e de convivência favorável à integração governamental e à efetividade da gestão pública”, afirmou. Entre as novidades na Cidade Administrativa, a principal é o início das obras, até o final deste mês, de um prédio de serviços que deve ser concluído em 2015. No total serão aplicados mais de R$ 295 milhões, contemplando também obras complementares para o pleno funcionamento do complexo. Nesse item estão a construção de novos abrigos de ônibus e caminhos para pedestres, iluminação baixa e novas opções de alimentação e de acessibilidade.

Estudantes fazem intervenções

Entre os questionamentos feitos pelos participantes da audiência pública, o estudante Juliano Torres, da entidade “Estudantes pela Liberdade”, indagou o que já foi economizado pelo Executivo com a construção da Cidade Administrativa. A intendente Fernanda Girão informou que, apesar da redução do custeio em vários órgãos, ainda não há um número global sobre o assunto. Já Diogo Melo, da mesma entidade, encaminhou emenda para a exclusão ou redução de investimentos da ação nº 8002 (Prestação de Serviços em Tecnologia da Informação e Comunicação), a cargo da Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais. “São R$ 25 milhões em recursos que seriam melhor aplicados em áreas mais prioritárias no Estado, como a educação”, apontou.

Outro estudante ligado à “Estudantes pela Liberdade” criticou a ação “Minas Legal” (1102). “Ninguém é contra a transparência e a eficiência do governo, mas os maiores investimentos são feitos pela iniciativa privada, enquanto a cobrança cada vez maior de impostos atrapalham a formação da poupança, que é o que garante tais investimentos”, afirmou.

Consulte o resultado da reunião.