Rede de Cidades prioriza Copa e desenvolvimento regional
Em audiência de revisão do PPAG, questões mais abordadas foram Copa de 2014, política habitacional e microrregiões.
13/11/2012 - 18:49A audiência pública de revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2012-2015, exercício 2013, no âmbito da Rede de Cidades deu maior destaque à realização de jogos da Copa do Mundo de 2014 em Minas Gerais. A reunião, que ocorreu na tarde desta terça-feira (13/11/12), foi feita pela Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, a requerimento de seu presidente, deputado Almir Paraca (PT).
O gerente do programa estruturador Copa do Mundo, Daniel Rodrigues Nogueira, apresentou os seis projetos que estão sendo executados pela Secretaria de Estado Extraordinária da Copa e trouxe perspectivas otimistas para o ano que vem. Segundo ele, o projeto Gestão da Infraestrutura Esportiva terá seu foco na reforma do Estádio Jornalista Felippe Drummond, o Mineirinho. “A reforma será dividida em duas etapas: realização de correções técnicas e construção de estruturas temporárias externas ao estádio, para atender ao público”. Ele também reforçou que o Mineirão está com as obras em seu estágio final.
Daniel também deu destaque ao projeto Segurança na Copa, que prevê a instalação de 18 câmeras para fazer o videomonitoramento do Estádio Raimundo Sampaio, a Arena Independência, e dos bairros do seu entorno. De acordo com ele, na região do Mineirão serão 67 câmeras, além da construção de um Centro Integrado de Atendimento ao Turista em Belo Horizonte. Outro projeto salientado foi o Mobilidade na Copa, que prevê a construção de terminais metropolitanos de transporte. “Também estamos trabalhando no Vetor Norte, na rodovia LMG-800, para melhorar o acesso ao aeroporto de Confins”, afirmou Daniel.
PPAG prevê também desenvolvimento de microrregiões mineiras
O gerente do projeto Desenvolvimento Regional e Superintendente de Planejamento e Apoio ao Desenvolvimento Regional, Ivan Mássimo Pereira Leite, apresentou algumas das ações para o desenvolvimento de microrregiões mineiras por meio de planos regionais estratégicos. Segundo ele, três desses planos receberão investimentos em 2013. “A primeira microrregião é formada por Janaúba, Grão Mogol e Salinas, onde a urbanização será fortalecida no ano que vem, com o objetivo dessas cidades receberem melhor as empresas de extração de ferro que estão se instalando na região. A segunda é a do Médio Espinhaço, formada por Conceição do Mato Dentro e municípios do entorno. A terceira é Jequitinhonha e Mucuri”, explicou.
A assessora da Diretoria Financeira da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab Minas), Ângela Porto, explicou como se dá o processo de construção de habitações de interesse social nas cidades do interior de Minas, por meio de parceria com o programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. Segundo ela, o município deve apresentar sua demanda e investir R$ 15 mil por residência, além de ofertar o terreno e a infraestrutura básica para as edificações. “A União entra com R$ 25 mil por casa, cada construção custa R$ 40 mil. As famílias beneficiadas têm renda de até três salários mínimos e os municípios que recebem os recursos têm, preferencialmente, menos de 50 mil habitantes”. Conforme Ângela, a perspectiva é que sejam construídas 11 mil casas em 190 municípios, até 2014. “Essa é uma política de longo prazo. O Brasil tem um déficit de moradia muito grande, mas o Governo de Minas está trabalhando o melhor que pode para sanar essa necessidade”.
Após as explanações, o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) questionou Ivan Mássimo a respeito do Sul de Minas, particularmente São Tomé das Letras. Ele quis saber se a região terá investimentos no ano que vem. Ivan respondeu que o Governo de Minas já está trabalhando, por meio do Arranjo Produtivo Local, na capacitação dos trabalhadores locais, além de ter focado no aproveitamento da sílica, resíduo do quartzito extraído. Segundo ele, tal projeto envolve a participação de empresas privadas e de toda a comunidade.
Na fase de debates, foram feitos questionamentos quanto à Feira do Mineirinho e como será feita a sua relocação quando as obras no ginásio começarem. O atendimento aos indígenas e quilombolas dentro das políticas estaduais de habitação também foi motivo de preocupação do público.
Sobre a Feira do Mineirinho, o gerente do programa estruturador Copa do Mundo explicou que não houve acordo com os comerciantes e ainda há um impasse. “Em janeiro, eles vão ter de sair por causa das obras que se iniciam. Oferecemos outros lugares para se instalarem, mas nenhum foi bem aceito. Essa questão está em aberto”, pontuou. Já a assessora da Diretoria Financeira da Cohab Minas disse que, se os quilombolas e indígenas não tem sido contemplados nos conjuntos habitacionais, é porque os municípios não têm apresentado essa demanda ao Estado. “Claro que temos como atendê-los, mas são as prefeituras que têm de priorizar e apresentar essa demanda”, salientou.